Mais um dos distúrbios do sono do tipo parassonia, a sexônia se caracteriza com um comportamento sexual não usual que ocorre durante o sono e pode, ou não, envolver outra pessoa.
Caso envolva outra pessoa, o comportamento pode desencadear o sexo efetivo, o que pode ser um problema pois neste caso a pessoa ao lado pode ser enquadrada como vítima de abuso, mesmo com o indivíduo portador da sexônia estando inconsciente. Quando sozinho o indivíduo durante o sono pode se masturbar ou apenas realizar movimentações comuns aos atos sexuais.
A sexônia ocorre no chamado sono não-REM, sobre o qual já falamos aqui outras vezes. Neste sono o sujeito está em um estado limítrofe entre estar dormindo e o despertar e por isso normalmente não responde aos estímulos externos e tem limitação cognitiva, ou seja, não tem a real noção do que está fazendo naquele momento.
Os primeiros casos de sexônia foram relatados em meados dos anos 80 e por isso ainda há muito a ser investigado e concluído. Contudo, foi possível constatar que na grande maioria dos casos a sexônia surge em conjunto com outras parassonias, principalmente o sonambulismo e o terror noturno.
Além disso, os casos estão quase sempre associados ao consumo de drogas, lícitas ou ilícitas.
Apesar de eventualmente ocorrer com mulheres, a sexônia afeta majoritariamente pessoas do sexo masculino e dentro desse público, os mais afetados são os adultos recém saídos da adolescência.
Como é de se imaginar, o diagnóstico da sexônia é difícil, principalmente porque os indivíduos afetados normalmente não sabem que possuem um transtorno e também tem vergonha de falar sobre isso.
E quando o sujeito dorme sozinho, o diagnóstico ainda é mais complicado, pois ele não se lembra do que aconteceu e nem do que fez e nem sempre vai perceber que aconteceu alguma coisa diferente.
Quando a pessoa desconfia que tem um comportamento inadequado durante a noite, ou é alertada sobre isso, é fundamental que peça ajuda e ainda mais importante que comunique esse problema a seu par, pois, como escrevi acima, sexo sem consentimento, consciente ou não, pode gerar queixa de abuso ou violência sexual e consequentemente problemas graves para o futuro.
O tratamento pode ser medicamentoso e comportamental, ou apenas comportamental com terapia e a remoção total de substâncias que possam ser responsáveis pelo comportamento, como, principalmente, bebidas e drogas ilícitas.
Se sente estranho ao acordar ou já recebeu queixa de alguém e não se lembra do que aconteceu?
É hora mudar os hábitos, procurar um médico e começar a fazer terapia!