Austríaca, nascida em 1882 no meio de uma família ortodoxa, mas disfuncional, Melanie Klein teve uma infância e adolescência muito complicadas, cheia de lutos e sofrimento, o que provavelmente a ajudou no caminho da psicanalise.
Através de outro psicanalista, Sàndor Ferenczi, ela teve o primeiro contato com a obra de Freud e se assumiu freudiana nos seus primeiros anos de trabalho.
Mas se opôs há muitos pontos de vista, sobretudo em relação à Anna Freud e quando se deu conta tinha vários artigos escritos e uma nova teoria, sobretudo com relação à psicologia infantil. Nascia, por acaso, a teoria Kleiniana já com vários adeptos pela Europa.
O primeiro impacto da Teoria de Klein refere-se aos bebês, logo após o nascimento, o que ela chama de vida pós-uterina.
Para ela, os bebês nascem com dois sentimentos básicos, amor e ódio. Isso se materializa no seio materno, que ele vê com amor quando o alimenta e com ódio quando ele quer ser alimentado, mas não recebe o seio no momento em que deseja. Ela deu nome de seio-bom e seio-mau para essas situações.
Um dos ditos avanços da teoria de Klein à época foi a identificação de um mecanismo que ela chamou de “Identificação projetiva”, no qual o bebê, apesar de não ter o ego já pronto, possui um precursor, uma forma mais resumida dele, que é capaz de sentir e se defender da ansiedade através de projeções (para fora) e introjeções (para dentro), dessa forma, não apenas os medos ou fantasmas da infância são colocados para fora, mas também traços de personalidade que são projetados no mundo de outras pessoas, comumente os pais. Por outro lado, os bebês são aptos a receber partes da personalidade de outras pessoas, o que explica parte das nossas vidas serem vividas de acordo com a personalidade de outras pessoas.
A vasta obra de Melanie Klein, em 35 anos de trabalho, propicia aos psicanalistas ainda muitos outros conceitos, como o de ansiedade persecutória, quando o bebê ainda não consegue entender que o seio-bom e o seio-mau são o mesmo seio e ele imagina que o seio-mau vai se vingar dele em virtude do ódio que o é dirigido pela criança. Esse medo, essa reação ao que ele pensa ser um perigo se chama, em psicologia, de defesa e é a mesma que nos protege até a fase adulta, quando, por exemplo, corremos em fuga de um animal selvagem ou de uma pessoa que consideramos suspeita. O conjunto dessas defesas e suas ansiedades persecutórias ganhou de Klein o nome de “posição-esquizoparanóide”.
Assim como os explicados acima, existiram muitos outros termos e teorias desenvolvidas por ela, que é provavelmente a mais famosa e com a teoria psicanalítica mais utilizada no desenvolvimento infantil.
Para saber mais é possível encontrar boa pare de suas obras traduzidas para o português, mas uma explicação fundamentada nas aulas de Psicologia da Personalidade na faculdade de psicologia é fundamental.
Boa Semana!