No meu tempo de criança e até mesmo no início da adolescência, falar sobre sexo e sexualidade era ainda um tabu, pelo menos na minha família.
Hoje em dia, não sei como o assunto é tratado dentro das casas, mas me parece que é mais natural do que era antigamente. E isso é muito bom, mas por outro lado, não devemos deixar que se torne um assunto banal.
Acho que um pouco mais de conselhos e acompanhamento de mães e pais, poderiam evitar doenças e gravidez não desejadas.
Além de criar consciência e conhecimento em uma parcela da população que hoje sofre com a falta de educação e cuidado nas escolas.
E o que pouca gente parece ainda ignorar, é o fato da sexualidade, exacerbada ou reprimida, causar danos psicológicos, dificuldades em relacionamentos e outras tantas disfunções.
Quando o sexo é utilizado como ferramente social, para aproximação de pessoas e puro extravasar do prazer, normalmente não causa nenhum problema, contudo quando o sexo se torna uma “obrigação” para manutenção de um relacionamento, ou até mesmo como arma de conquista, a pessoa que concede o prazer ao outro pode se sentir usada, menosprezada e desrespeitada quando o relacionamento termina.
Claro que essa dominação pode acontecer de qualquer um dos lados, mas para exemplificar, vou usar o mais comum, que é o lado feminino, pelo simples fato de ainda vivermos em uma sociedade extremamente machista.
Meninas, principalmente as mais novas, que estão ainda se conhecendo e conhecendo o mundo, tendem a se apaixonar com maior facilidade, ainda com sonhos de amor correspondido, carinho e atenção. Mas, muitos dos meninos não estão sequer preparados ainda para isso e acabam “condicionando” o namoro à permissão do sexo e as meninas, com medo de perder o namorado, acabam concordando e cedendo, cada vez mais cedo, o seu corpo.
O problema não é esse, pois seja com 16, 18 ou 28 uma hora acabaria acontecendo, o problema é lidar com a frustração de ter concordado com algo que talvez não fosse a sua vontade e mesmo assim ficar sozinha. Essa frustração pode se transformar em várias outras situações negativas, como raiva de si mesma, insatisfação com o próprio corpo, pois pode achar que o rapaz terminou por ela não o satisfazer, medo da reação da família e até mesmo de contar para a família e finalmente, a banalização do sexo.
Afinal, depois que acontece a primeira vez, a tendência natural é que não se pare nunca mais.
Sexo é bom, muito bom, traz inúmeros benefícios ao corpo, à saúde, à estima entre tantas outras coisas, mas saber com quem e quando fazer, faz com que seja melhor ainda!
Não deixem suas crianças se tornarem mulheres antes do tempo. Eduquem, conversem, antes que seja tarde demais.