Normalmente pessoas adoram usar rótulos, principalmente baseadas em seus próprios costumes, valores e pensamentos.
Ou então entendem que suas opiniões são as corretas e que tudo aquilo que difere do seu pensamento ou do que socialmente se classifica como maioria, é esquisito, estranho ou errado.
Quando isso entra para a seara da sexualidade, as coisas ficam ainda mais fechadas, porque além do que se considera socialmente correto, entram aspectos adicionais, como a religião, por exemplo.
Isso faz com que essas pessoas entendam que só é possível sentir prazer sexual da forma usualmente chamada tradicional, ou até mesmo que sentir prazer sexual, já é errado, ou um pecado.
E não há problema nenhum com esse pensamento ou com essas atitudes, até que elas extrapolam para críticas ou vilanização de quem pratica algo ou pensa de forma diferente.
E de certa forma esse preconceito existia até mesmo na própria área da saúde, pois até bem pouco tempo atrás, 2019 para ser mais exato, o sadomasoquismo era considerado um distúrbio mental, hoje é visto apenas como uma maneira que duas pessoas encontraram para ter prazer, sexual ou não, ou seja é apenas um comportamento pessoal e privado que não impacta em nada na saúde pública.
Afinal, ao contrário do que se pensa, o sadomasoquismo não está limitado ao sexo, e sim a união de duas pessoas que encontram prazer, uma em infringir dor e a outra em sentir dor.
Portanto, é errado afirmar que uma pessoa é sadomasoquista, isso não existe. Sempre existe o sádico e o masoquista e a união dos dois em busca do prazer cria o sadomasoquismo.
Qual o ponto mais importante em uma relação sadomasoquista? A concordância das duas partes em estabelecer e cumprir os limites do que é permitido, a intensidade da dor que será suportada e principalmente sinais que precisam ser definidos e obedecidos para que o sádico interrompa o comportamento caso o masoquista peça.
São muitos os fetiches usados pelos praticantes, como obediência, onde o masoquista obedece tudo o que lhe é ordenado, imobilizações, onde o sádico imobiliza, por vezes até a boca do parceiro, assim podendo fazer o que bem entender sem que o outro possa impedir, até coisas mais leves, como a simples adoração dos pés.
Assim como qualquer atividade prazerosa, o sadomasoquismo pode ser benéfico para quem gosta e pratica com segurança, pois além do prazer, pode ensinar às pessoas sobre seus limites, respeito, autoconhecimento, liberdade para expressar seus sentimentos, emoções e pontos de vista sem ficar com medo ou vergonha. Mesmo que a grande maioria das pessoas que praticam o sadomasoquismo ainda prefiram fazê-lo em anonimato e sem grande exposição.
Respeito à todas as diferenças e boa semana!