Em época de eleições o que mais escutamos são mentiras.
Contudo, fora as mentiras contumazes de nossos políticos, o ato de mentir é inerente da espécie humana.
Normalmente mentimos para encobrir algum erro, o que é estranho, pois todos sabemos que mentir, por si só, já é um erro também, ou seja, erramos para cobrir um erro anterior, para parecermos melhores do que somos, ou sermos aceitos em situações ou locais que não seríamos se fossemos completamente honestos.
Porém, a mentira deixa de ser algo comum quando se torna frequente, desnecessária e habitual, ou seja, quando a mentira passa a fazer parte do cotidiano de uma pessoa, exatamente como um vício. Essa é a chamada mentira compulsiva, ou mitomania.
Esse distúrbio de personalidade faz com que o sujeito crie, desde pequenas histórias, até modificar completamente a história de sua própria vida, criando um mundo paralelo que só existe em suas conversas, ou casos mirabolantes do qual diz ter sido testemunha.
Como exemplo, podemos colocar um sujeito que mora em um local, mas se apresenta na internet, ou para colegas do trabalho, escola e etc., como morando em outro completamente diferente, usufruindo de uma vida que não lhe pertence e, obviamente, se escondendo e arranjando desculpas sempre que alguém pede para conhecer sua casa, ou sugere uma visita.
A mitomania é consciente, ou seja, o paciente sabe o que está fazendo e tem controle sobre suas falas. Normalmente ele usa detalhes que tendem a fazer as outras pessoas acreditarem em suas falas, busca pormenores de situações semelhantes, ou se coloca no meio de uma notícia real que viu ou leu em algum lugar.
Apesar de não haver certeza sobre as causas do transtorno, é bastante provável que ele surja em virtude da baixa autoestima do indivíduo, necessidade de afirmação ou pertencimento e outros fatores sociais.
Podemos começar a desconfiar que uma pessoa seja mitomaníaca quando alguns sinais são observados, como por exemplo:
Histórias frequentes bem contadas, de certa forma prováveis
e com fatos reais conhecidos, por vezes sequenciais, como se fosse uma novela,
ou pequenas crônicas;
O mitomaníaco via de regra é o personagem principal das histórias;
Não há recompensas ou vantagens obtidas pelo sujeito, ou seja, a mentira é
apenas algo que se torna incontrolável;
Quando descoberto o indivíduo não apresenta remorso, culpa ou arrependimento,
ao contrário, se sente satisfeito quando pessoas descobrem que foram enganadas
por ele muitas vezes ou por muito tempo.
O melhor tratamento para a mitomania é a terapia tradicional, o problema é que o mitomaníaco não admite suas mentiras, o que torna difícil conseguir leva-lo ao psicólogo e torna as primeiras sessões de terapia também difíceis, até o terapeuta conseguir encurralar o mentiroso em suas próprias contradições e assim convencê-lo que de ele não pode tentar continuar enganando a todos e a si mesmo.
Anda mentindo demais ou conhece alguém assim? Procure ou indique terapia!