Nos contos infantis, Rapunzel era a princesa que foi presa em um castelo e quando seus cabelos ficaram compridos o suficiente, ela o jogou para servir de corda para seu príncipe.
Já para a saúde emocional, a síndrome de Rapunzel atinge as pessoas que acabam comendo o próprio cabelo, por vezes em quantidades tão grandes, que são necessárias intervenções cirúrgicas.
Antes de ser descoberta, as pessoas portadoras da síndrome podem já ter ingerido cerca de 3 quilos do próprio cabelo.
Na grande maioria dos casos, a síndrome de Rapunzel está associada à tricotilomania, que é mania de arrancar os próprios cabelos. Há alguns casos, mais raros, em que o sujeito portador da síndrome de Rapunzel come os cabelos de outras pessoas, ou até mesmo animais.
Obviamente este transtorno causa graves danos e complicações gastrointestinais no paciente.
A maioria das pessoas afetadas são do sexo feminino e de faixa etária entre 18 e 25 anos. Suas causas não foram ainda totalmente identificadas, mas são provenientes de outros distúrbios emocionais, como ansiedade, depressão e problemas de estima, além, claro do distúrbio já citado acima, a tricotilomania.
Desde o início da ingestão de cabelo, até o transtorno ser descoberto, podem se passar meses ou anos, pois o sujeito ingere o cabelo normalmente sozinho ou escondido e não comenta com ninguém. Além disso, mesmo depois do diagnóstico e por vezes da cirurgia para a remoção do cabelo, o pacienta ainda mente para se defender, dizendo que não sabe como aquele cabelo foi parar dentro do seu estômago.
Como descobrir pelo próprio portador da síndrome é improvável, é necessário prestar atenção em alguns sinais.
O primeiro, claro, é a perda de cabelo, mesmo que em pouca quantidade.
Depois, como a bola de cabelo causa problemas gástricos, prestar atenção se está havendo perda acentuada de peso, diarreia ou seu oposto, ou seja, prisão de ventre, náuseas, vômitos ou queixa sobre falta de apetite ou sentir-se cheio, mesmo sem comer.
O portador fica também com mau hálito e, apresenta sangue nas fezes.
O diagnóstico será feito através de exames laboratoriais, e de imagem, como ultrassom ou ressonância ou ainda endoscopia.
O tratamento para essa síndrome começa no hospital, com a retirada da bola de cabelos do corpo e depois evolui para a terapia, onde o sujeito vai trabalhar as emoções para que o problema não repita.
Dentre as linhas de terapia, a comportamental é a mais recomendada, pois vai trabalhar na mudança de comportamento, através de reforço positivo e negativo, memórias e projeções para uma vida saudável e sem cabelos fora do lugar no futuro.
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