Já escrevi por aqui, há algum tempo, sobre o complexo de Édipo, teoria criada por Freud, para justificar o amor platônico dos filhos por suas mães.
Algum tempo depois, Carl Jung se aprofundou na relação oposta, do desejo, ou amor platônico das filhas pelos seus pais.
Por desejar seu pai, a menina nutriria um ódio por sua mãe, apesar de se identificar com ela, o que criou na teoria um paradigma.
Assim como o complexo de Édipo tem esse nome em virtude da literatura grega, Jung nomeou o complexo de Electra baseado na história de Electra, que vingou a morte do pai, assassinando a mãe e seu amante.
Esse complexo é percebido na fase infantil e não apresenta grandes riscos, desde que os sinais desapareçam entre os 7 e 8 anos de idade, no máximo.
Os pais podem perceber a presença do complexo em alguns sinais claros apresentados pela menina, como por exemplo sempre se colocar entre o pai e a mãe e mesmo que discretamente ir empurrando ou afastando a mãe para o lado.
Também pode demonstrar uma emoção exacerbada ao precisar se despedir do pai, seja quando ele sai apenas para trabalhar, ou vai precisar se ausentar por um período maior.
Verbalizar a preferência pelo pai, ou até mesmo ofender a mãe, dentro da linguagem infantil, no momento em que os dois podem ouvir suas reações.
Contudo, a situação fica realmente grave e fará com que a criança precise de ajuda, quando mesmo após 9 ou 10 anos de idade, fale para outras pessoas ou colegas da escola que deseja casar com seu pai no futuro, mesmo sem ter a noção do que seria um incesto ou da simples impossibilidade do fato.
Devemos lembrar que as duas teorias surgiram no início do século passado e, portanto, hoje em dia existem muitas variáveis que eram pouco tratadas na época e é necessário sempre nos atualizarmos em relação a tudo.
Crianças que vivem em um ambiente familiar homoafetivo, tendem a não desenvolver nenhum dos dois complexos, contudo mais raramente, podem ter sua preferência por um dos membros do casal, sobre o qual pode recair o amor platônico, contudo não existem ainda, estudos prático e nem um nome a ser dado nesses casos.
Fique de olhos nas suas meninas! Caso perceba um “amor” exagerado pelo pai e esteja passando da idade limite, pode ser a hora certa para procurar ajuda, tanto para a criança, como em um tratamento feito através do atendimento familiar, através da terapia familiar sistêmica.
Boa semana e até a próxima!