Como a depressão é provavelmente a doença emocional mais grave e perigosa, já escrevi e falei sobre ela nos meus vídeos muitas vezes.
E assim como a maioria dos transtornos, a depressão também tem suas variações e a depressão endógena é certamente uma das mais complicadas para ter o diagnóstico feito, isso porque não há um gatilho, um motivo, uma razão para que ela apareça.
O sujeito se vê em depressão sem que nenhum trauma, ou fato traumático tenha acontecido, simplesmente aos poucos, com o passar do tempo, dos dias, vai se sentindo triste, desanimado e não consegue encontrar explicação para esses sentimentos.
A apatia, falta de motivação e de vontade acontece, nesse caso, em virtude de alterações bioquímicas no cérebro, sem nenhum sinal exterior, por isso é chamada de endógena.
Além da dificuldade do diagnóstico, o paciente também convive com a dificuldade da aceitação das pessoas ao seu redor, pois por falta de informação, conhecimento ou o próprio diagnóstico, essas pessoas antes muito próximas, se afastam sem saber o que pensar ou o motivo da mudança de comportamento e da atitude do outro.
Mas, na verdade, o que precisa ser feito é exatamente o contrário, dar acolhimento e procurar respostas o mais rápido possível, para quando diagnosticada, a depressão ser tratada corretamente, com a medicação indicada e terapia.
Os sintomas da depressão endógena e da depressão reativa são basicamente os mesmos, com a diferença de uma ter um motivo e a outra não.
Então é bom ficar de olho quando sinais de ansiedade exacerbada aparecerem em conjunto com apatia incomum, desesperança, tristeza profunda, entre outras coisas, como por exemplo sentir-se culpado por qualquer coisa, mesmo que obviamente não o seja, perda de vontade ou até do próprio prazer em realizar atividades antes prazerosas e etc.
Além desses e outros sinais emocionais, também existem os físicos, como fadiga excessiva sem a intensidade correspondente de movimento, taquicardia, sudorese, inquietação, choro descontrolado, modificação na alimentação que vai causar perda ou ganho de peso excessivo, entre outras coisas.
E a situação fica mais urgente e mais grave, se a esses sinais somam-se pensamentos suicidas, dúvidas sobre a necessidade ou utilidade da própria existência, automutilação e também atitudes agressivas, falta de atenção e de foco em atividades comuns, sejam profissionais, ou pessoais.
Isso acaba causando isolamento social e deixa a pessoa mais suscetível a atitudes perigosas.
Por se tratar de uma mudança bioquímica, a medicação é imprescindível e o acompanhamento terapêutico não menos importante, para que o paciente se encontre, tenha resposta para as suas questões, entenda a necessidade do tratamento e aos poucos retorne à vida normal em sociedade.
Lembro, de novo, depressão é um problema grave, sério e necessita de ajuda. Não é forte quem tenta se virar sozinho, forte é aquele que entende suas fraquezas e recupera sua força com a ajuda correta!