A psicologia na segurança do trabalho

Quando pensamos em segurança do trabalho, automaticamente acabamos pensando em acidentes de trabalho.

E quando falamos em acidentes de trabalho, normalmente a primeira coisa que nos vem à cabeça são os acidentes físicos, como quedas, perfurações, fraturas e etc.

Mas muito pouco se fala, nas doenças emocionais causadas nos locais de trabalho e hoje em dia elas são cada vez mais frequentes e mais limitantes.

Lidar com prazos apertados, líderes despreparados, falta de treinamento adequado, colegas que se intrometem na vida pessoal, horário apertado, salário baixo e tantas outras situações, acabam acarretando diversos problemas emocionais, como depressão, ansiedade, paranoia, e fobias, por exemplo.

Não é raro encontrar funcionários chorando no banheiro da empresa, ou desabafando quando chegam em casa, assim como não é raro, infelizmente, superiores ou colegas que humilham pessoas no local de trabalho, criticam de forma equivocada, cobram o que não era da responsabilidade de quem está sendo cobrado e outra infinidade de erros que são cometidos diariamente e que configuram assédio moral.

Por isso que atualmente cerca de 3.500 pessoas ingressam, por ano, no INSS em virtude de doenças mentais e esse número só cresce, ano após ano.

A depressão, a ansiedade, a síndrome do pânico, são fatores limitantes e que impedem a pessoa de exercer o trabalho e até mesmo de sair de casa para outras tarefas comuns.

Isso faz com o que o técnico em segurança do trabalho das empresas não se limite mais, apenas, às questões exteriores de segurança, mas que também possa abranger, com a ajuda de um profissional da psicologia, o ambiente de trabalho como um todo e a coletividade como uma pequena sociedade dentro da empresa.

A prevenção de acidentes agora não se resume à extintores de incêndio e EPIs, demarcações corretas e sinalização, mas também precisa tratar da prevenção de doenças emocionais, incentivando uma alimentação melhor, horários flexíveis, trabalho remoto quando possível, oferecer atividades físicas regulares e intervenção quando notificado por queixas de abusos por parte dos colaboradores.

Para oferecer bons resultados, o colaborador precisa mais do que um bom equipamento, precisa de qualidade no ambiente de trabalho, treinamento e motivação.

A saúde mental, hoje é tão, ou mais, importante do que a segurança física das pessoas. Na placa onde é informado o número de dias em que a empresa opera sem acidentes, precisam ser incluídos os dias sem nenhum colaborador afastado por doença emocional.

Uma pessoa bem cuidada emocionalmente e que entende a sua importância e não se vê apenas como um número no crachá, trabalha melhor e dá menos trabalho!