Quando muito se fala em distanciamento social, lockdown e isolamento em virtude da pandemia, muita gente reclama e diz que não consegue ficar longe de outas pessoas, que gosta de agitação, movimento, precisa de gente por perto.
Agora, imagine as pessoas que independente da pandemia, não conseguem permanecer em lugares desconhecidos, muito menos cheios e apertados, como elevadores, transporte público, ou eventos que reúnem milhares de pessoas, como shows.
A agorafobia é o medo irracional dessas situações. A pessoa acometida por este transtorno fica ansiosa, sente tontura, tremedeira, taquicardia e falta de ar ao ser exposta a uma dessas situações e até mesmo ao pensar em estar nesses lugares.
A agorafobia, portanto, se assemelha muito à síndrome do pânico, diferenciando-se apenas pelo fato de que a pessoa com agorafobia consegue sair de casa para lugares abertos, conhecidos ou até mesmo se obriga a vivenciar as situações que a fazem mal para cumprir seus compromissos, evitando o máximo possível lugares cheios e fechados
Apesar disso, o transtorno é muito limitante e afeta diretamente a qualidade de vida de quem o possui, pois a pessoa não consegue frequentar ou ao menos relaxar em lugares desconhecidos ou ambientes cheios o que, fatalmente, prejudica a interação com outras pessoas e pode levar ao isolamento voluntário.
Além de não se sentir bem em lugares apertados, é possível perceber que o transtorno está presente quando a pessoa sente medo de ficar presa e não encontrar a saída em lugares fechados, mesmo que amplos e cheios de gente, como cinemas, restaurantes e até shopping centers.
A agorafobia traz consigo a baixa autoestima, fazendo com que o sujeito sinta-se incapaz de se proteger ou reagir nas situações imaginárias de problemas nos locais que evita frequentar o que propicia a ele a vontade de sempre ficar em casa, que é o único lugar que se sente seguro e, ainda assim, sem a presença de visitantes em excesso que eventualmente possam “encher” a casa.
Claro que quando expostos às situações limites se sentem muito mal e a simples lembrança da angústia que viveram faz com que tenham pavor de pensar na ideia de precisar repetir a situação e passar pelos mesmos problemas emocionais novamente.
Com a pandemia, a agorafobia se tornou ainda mais grave na vida dos pacientes, pois somou-se ao medo natural de exposição o medo da contaminação que é maior e mais comum em lugares não ventilados e com pessoas aglomeradas.
A terapia e o acompanhamento médico, com psiquiatra, são os caminhos para o tratamento da agorafobia, com o objetivo de fazer o paciente se sentir mais seguro e confiante para enfrentar a ansiedade e o medo do desconhecido.
Obrigado pela visita ao blog e até a semana que vem!