Anuptafobia

É bastante comum, infelizmente, pessoas desagradáveis dizerem para pessoas solteiras, mulheres mais frequentemente, a frase: “Se não casar logo, vai ficar para titia.”

Boa parte das pessoas, felizmente, conseguem ignorar comentários desnecessários como esse, mas algumas acabam internalizando esse sentimento e são acometidas pela Anuptafobia, que é o medo irracional de não encontrar um parceiro, ou parceira.

Nesses casos, arrumar um namorado deixa de ser um desejo e passa a ser uma obsessão.

Pessoas solteiras e na casa dos 30 anos de idade são as mais afetadas por esse distúrbio. Em virtude de fatores culturais e sociais, como escrevi no começo, mulheres são mais propensas à Anuptafobia, pois ainda hoje o homem solteiro nessa faixa de idade ainda é visto com bons olhos. Os homens normalmente são julgados por seu sucesso profissional, enquanto as mulheres são julgadas pejorativamente se não são esposas e mães.

Normalmente esse transtorno vem acompanhado de outros, como depressão ou ansiedade generalizada e outros fatores negativos, como insegurança, baixa autoestima, carência afetiva, entre outros problemas.

Em países como o Brasil, onde as mulheres ainda sofrem demais por suas escolhas, o receio de ficar solteira chega a ser compreensível, mas quando esse receio se transforma em medo profundo, a vida da pessoa se transforma e não existe nada mais importante do que arrumar um par, se possível casar e ter filhos.

E o pior, como disse acima, é que essa cobrança além de ser interna, vem de fora, da família, amigos, pessoas da igreja e etc., que ficam o tempo todo cobrando um relacionamento, como se fosse impossível uma pessoa ser feliz sem depender da presença de um par.

O período da vida entre 30 e 40 anos também é um fator limitante quando se pensa em gravidez. Apesar dos avanços tecnológicos, ainda é um tabu para mulheres acima dos 40 anos terem filhos, o que também contribui para a Anuptafobia.

Para identificar uma pessoa com esse distúrbio, alguns fatores são importantes:

  • Vitimização excessiva por não ter um par.´
  • Sentimento excessivo de solidão, mesmo tendo família, amigos e colegas por perto.
  • Não conseguem se divertir, nem socializar sem a presença de seu parceiro.
  • Necessidade exacerbada de exibir o parceiro em redes sociais ou círculos de amizade.
  • Sentimento de incapacidade e estado depressivo após o término de um relacionamento.
  • Promiscuidade
  • Identificação de pessoas em locais públicos como sendo “solteironas” ou acompanhadas, entre outras coisas.

Como em todos os transtornos, doenças mentais ou distúrbios, o melhor tratamento para a Anuptafobia é a terapia, onde o profissional vai ajudar os pacientes a enxergarem melhor todo o contexto, elevar a estima e ensinar sobre o amor-próprio.

Afinal é absolutamente impossível ser feliz ao lado de alguém, se você não é feliz consigo mesmo!