Psicologia Hospitalar

Falamos muito por aqui sobre doenças psíquicas, transtornos e outras alterações mentais que precisam da intervenção dos profissionais da psicologia.

Na semana passada mostrei uma outra abrangência do trabalho do psicólogo, em acidentes e desastres e agora vou mostrar outro ramo, a psicologia hospitalar.

Dentro dos hospitais, os psicólogos também são importantes e em casos onde não há nenhum diagnóstico sobre doenças mentais.

A Psicologia Hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento e trata dos aspectos psicológicos de toda e qualquer doença.

Por ter formação também em Recursos Humanos, o psicólogo dentro do hospital pode atuar na área administrativa, cuidando da coordenação das atividades hospitalares, além da gestão em si da área de RH, ajudando a aprimorar as atividades de cada profissional dentro da instituição.

Pode atuar em dinâmicas de grupo, promovendo a integração dos membros da equipe hospitalar, o que é fundamental para o bom atendimento ao paciente.

É sabido dos problemas que empresas comuns enfrentam quando a equipe não é bem integrada, em um hospital, onde vidas estão em jogo, não é possível e nem admissível pensar que problemas pessoais e entre pessoas possam colocar em risco a saúde de um paciente.

Diretamente com o paciente o psicólogo hospitalar trabalha na adaptação e na recuperação do indivíduo, buscando sempre fazer com que ele tenha a melhor qualidade de atendimento possível, pode, também, intermediar as conversas e comunicação entre os profissionais da saúde, como médicos e enfermeiros, com o paciente, além, claro, do trabalho direto com o paciente, onde atua quase como um terapeuta tradicional.

Os psicólogos especializados na área hospitalar também serão os responsáveis pela formação de novos profissionais da área, atuando em instituições de ensino profissionalizante.

Além de todas essas funções, o profissional também precisa dar conta de lidar com os familiares e agregados dos pacientes, seja para dar conforto, seja para dar informações com uma comunicação mais fácil. Podemos, portanto, afirmar que é indispensável a presença do psicólogo nas instituições de saúde

Boa semana é até a próxima!

A Rotina acaba com o Relacionamento?

A rotina, tão condenada sempre, também é colocada como sendo uma das grandes vilãs quando um relacionamento acaba.

Mas quantos casais, antes de cair na chamada rotina, se perguntam o que está acontecendo e trabalham, juntos, para mudar esse cenário?

Com a experiência e o tempo de trabalho e de vida, percebi que a rotina nada mais é do que uma desculpa para a falta de coragem de admitir que o sentimento mudou ou que outra pessoa despertou um interesse adormecido, ou que a má gerência da casa e da vida a dois acabou causando uma ruína financeira.

E agora, a pergunta mais importante e mais difícil de responder, o que é essa rotina que tanto termina com os relacionamentos, como ela é, rotina em que parte do relacionamento?

Será que não seria o contrário, a falta de uma rotina interessante, elaborada pelo casal e por ventura por seus filhos e demais pessoas que moram na casa que abala o casamento?

Falta de um planejamento mais sério e com plano ”B” para eventualmente precisar “apertar os cintos” e mais companheirismo e honestidade.

Nenhum relacionamento se faz com apenas duas pessoas e se não há a inclusão dos bons amigos e da família no convívio, já se cria um problema. Nenhum relacionamento precisa ter as duas pessoas juntas o tempo todo, fazendo com que sempre um dos dois peça por mais “espaço”.

É preciso incluir na rotina três ou quatro eventos em que cada um faça o que quiser com seus amigos ou sozinhos, mas fundamentalmente separados, fomentando a confiança e reciprocidade, trazendo equilíbrio e alegria ao relacionamento, fazendo com que seja absolutamente desnecessária a preocupação com outras pessoas, pois quem é livre dentro do relacionamento, fica apenas porque quer, quem se sente preso, tem a enorme tendência de tentar fugir.

E aí não adianta culpar a rotina, se você mesmo rejeita mudanças, aberturas e precisa viver a vida do outro, deixando a sua de lado para se acabar em medo, desconfiança e lamentações. Nem muito menos culpar o amor ou qualquer outro sentimento, pois quando duas pessoas se gostam, a rotina é divertida, ficar sem fazer nada pode ser tão maravilhoso quanto fazer uma viagem alucinante.

Precisamos, todos, assumir nossas responsabilidades e parar de jogar no outro, ou em outras situações, as desculpas pelos erros que cometemos.

Basicamente duas coisas acabam com os relacionamentos: Outra pessoa e o fim da vontade de ficar junto e como podemos ver, nenhuma dessas duas coisas é a rotina.

Boa Semana!

Dispraxia

Muito ouvimos falar em falta de coordenação motora, mas quando esse problema se torna patológico, chamamos de dispraxia, ou TDC, transtorno do Desenvolvimento da Coordenação.

Presente tanto em crianças, como em adultos, dificulta a participação do sujeito em muitas atividades pois afeta, diretamente, o funcionamento das habilidades motoras para a realização de tarefas escolares, pessoais e profissionais.

As crianças normalmente apresentam dificuldades em seus cuidados pessoais, nas brincadeiras, como tentar guiar uma bicicleta ou na idade mais tenra ao brincar com jogos ou peças de encaixar e montar.

Se não diagnosticadas rapidamente, essas crianças passam por experiências de fracasso e frustração em sua vida diária e escolar e como em muitos transtornos acabam sendo rotuladas como preguiçosas, descoordenadas, desajeitadas, entre outras qualificações negativas.

Além disso, com o passar do tempo e crescimento, tendem a desenvolver complicações secundárias, como dificuldades de aprendizagem, problemas sociais, comportamentais e claro, emocionais.

Nos adultos a dispraxia impacta ainda mais a vida pessoal e profissional. Sujeitos com o transtorno comumente tem prejuízos na coordenação motora em movimentos grandes ou pequenos, chamados de coordenação fina e grossa, usam as duas mãos para diferentes tarefas,  além dos movimentos manuais, têm também outras dificuldades, como para organizar a fala, controlar o volume da fala, dificuldade no senso de direção, sensibilidade exacerbada ou diminuta para odores, temperatura, dor, paladar ou barulho e ainda dificuldade para se organizar e planejar. Em alguns casos também é possível encontrar problemas de memória de curto prazo.

Sem o diagnóstico, o adulto fica sem saber o que causa esses problemas e consequentemente tem uma qualidade de vida ruim e sofrem por não saber o que há de errado consigo.

No âmbito profissional, os seus superiores podem não compreender o funcionamento mental do sujeito, e não reconhecendo seu potencial para o trabalho. O que causa dispensas injustas e ainda mais problemas no indivíduo, que podem leva-lo à outros transtornos como a depressão ou crises de ansiedade.

Para um diagnóstico correto, é necessário que sejam feitos exames médicos, realizado por pediatras e fisioterapeutas, além da análise psicológica.

Quanto mais cedo o diagnóstico for confirmado, maior será a chance de evolução do paciente.

Boa Semana para todos e até a próxima!

Surdos e Mudos

Tendemos a fazer uma livre associação de que todo surdo, por natureza é mudo, mas isso não é uma verdade absoluta.

Fisiologicamente, um surdo pode não apresentar nenhum problema em suas cordas vocais, mas não consegue falar por não ter como reproduzir os sons, uma vez que não os conhece.

Existem estudos e casos em que a pessoa surda faz tratamento fonoaudiológico, normalmente desde bem cedo, para conseguir proferir sons e se comunicar, mesmo sem ouvir o que ela mesmo fala.

Assim como foram realizados estudos, primeiro em pássaros, depois em humanos, onde percebeu-se que a falta de estímulo sonoro degrada os neurônios que cuidam da fala.

Claro que também existem os verdadeiros surdos-mudos, que tem a surdez e ao mesmo tempo problemas nas cordas vocais, mas são casos mais raros.

Já a mudez, além de ser causada por problemas físicos, nas cordas vocais, também pode ser causada por problemas mentas, psicológicos.

A psicopatia, por exemplo, pode causar mudez, fazendo com que o sujeito se recuse a falar. Traumas também podem exercer esse tipo de problema.

A surdez também pode ser pós-lingual, ou seja, ser fruto de problemas físicos. Nasceram e cresceram com a audição funcional, mas em virtude de doenças ou degeneração, a audição vai sumindo. Essas pessoas podem continuar se comunicando verbalmente, usando aparelhos quando possível e também normalmente tem grande capacidade para a leitura labial.

Como se sabe, a comunicação entre as pessoas com problemas de audição e/ou fala é feita através de sinais (libras).

É fundamental que tenhamos cada vez mais pessoas com essa habilidade para que possamos inserir de forma natural e com ótimos resultados surdos e mudos no mercado de trabalho e com bom convívio social.

Em todos os casos o apoio psicológico e fonoaudiológico é fundamental para que se ofereça uma melhor qualidade de vida para todos os portadores de qualquer uma, ou das duas dificuldades.

Boa Semana!

Avaliação Psicológica

De acordo com a definição do Conselho Federal de Psicologia, a avaliação psicológica é um “processo técnico-científico de coletas de dados, estudos e interpretação a respeito de fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação entre o indivíduo e a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas, métodos, técnicas e instrumentos, cujos princípios éticos e científicos da profissão deverão ser os pontos norteadores.”

Portanto, a avaliação psicológica é importante para analisar, compreender, esclarecer a dinâmica dos processos psicológicos representativos de um indivíduo ou um grupo.

Apesar de ser utilizada em casos individuais e em diversas situações, sabemos que as avaliações, hoje, são muito mais utilizadas e importantes para o setor de RH das empresas.

Os resultados obtidos a partir da avaliação, propiciam ao avaliador dados a respeito do candidato que por vezes não são perceptíveis, seja na entrevista, em dinâmicas ou em outros processos de escolha do melhor candidato.

Certamente o recurso mais importante das empresas nos dias de hoje, é o colaborador, portanto o investimento nas pessoas é prioridade para atingir resultados positivos e seus objetivos.

A parte mais comum e provavelmente mais conhecida da avaliação são os chamados testes psicológicos, que são aplicados em diversas ocasiões, desde decisões judiciais, avaliações de presidiários, até, claro, na seleção de pessoas para trabalhar, mas os testes são apenas uma das ferramentas utilizadas na avaliação, que conta também entrevistas, observações e análise de documentos.

Todas essas ferramentas são utilizadas seguindo um padrão definido, cientificamente avaliado, estudado e fundamentado.

Por intermédio da avaliação, nós psicólogos buscamos informações que nos ajudem a responder questões sobre o funcionamento psicológico dos pacientes e suas implicações.

Sabemos que o comportamento humano é resultado de uma complexa teia de dimensões inter-relacionadas que interagem para produzi-lo.

As avaliações têm um limite em relação ao que é possível entender e prever. Entretanto, avaliações calcadas em métodos cientificamente sustentados chegam a respostas muito mais confiáveis que opiniões leigas no assunto ou o puro acaso

Boa Semana para todos!

A Importância do Psicólogo em Acidentes e Desastres

Estamos mias habituados a ver os psicólogos e terapeutas em atendimentos individuais, sentados nos seus consultórios e hoje em dia, cada vez mais, em suas salas virtuais.

Mas existem muitas outras funções e atividades para a classe dos psicólogos, com fundamental importância no RH das empresas, nas escolas, hospitais e até em tribunais, fazendo avaliações, aplicando e analisando testes, entre tantas outras coisas.

Mas um ponto pouco comentado é a importância do profissional da psicologia em acidentes e desastres.

Seja para os acidentados, ou para seus parentes e pessoas próximas.

Muitos acidentes geram traumas, síndrome do pânico, stress pós-traumático, entre outros transtornos, além do luto em casos mais graves.

E o acompanhamento psicológico é fundamental para que os acidentados, ou enlutados, possam levar a sequência da vida da melhor forma possível.

A “descoberta” da necessidade dos psicólogos em desastres, se deu logo no primeiro período pós-guerra, quando muitos dos soldados que conseguiram retornar para os países e seus lares, deixaram seu emocional destroçado nos campos de batalha.

Com a segunda guerra e todas as demais, a situação era a mesma. Foram sempre criados grupos de apoio, mas eram e são insuficientes, pois uma guerra não sai da mente dos combatentes apenas com a ajuda mútua e discussão sobre o que acontece.

Muitos casos, nos quais um companheiro foi atingido ao lado, ou um irmão de farda perdeu um membro, o barulho das explosões, todos os medos, precisam de acompanhamento, ajuda profissional.

Além disso, quantas famílias não foram destruídas, qual a sensação de uma esposa ou de uma mãe ao ver do lado de fora da casa aquele uniforme lustroso cheio de estrelas com a notícia do desastrre. Quantas noites aquela imagem vai se repetir.

E hoje a situação é a mesma, só que a guerra está nas ruas, nos acidentes de trânsito causados por irresponsáveis, nos assassinatos cometidos por diversão, nas enchentes causadas pelo descaso, nos incêndios provocados pela ganância.

Todas as pessoas que passam por isso ficam com sequelas e nós, psicólogos, nos especializamos para lidar com essas dores, com dissabores e dentro da possibilidade e da ciência, devolver aos afetados a possibilidade de uma vida um pouco mais leve e com objeivos e não apenas tristes lembranças.

Boa Semana!

O Sexo no Relacionamento

Com o tempo as culturas vão mudando, devagar, aos poucos, com o surgimento de alguns movimentos, com a mudança coletiva de comportamento, com as novas formas de educação e acesso à informação.

Com a sexualidade não foi e não será diferente. Cada povo, cultura ou sistemas religiosos enxerga sob o seu próprio prisma e é muito difícil querer discordar de qualquer um deles.

Temos, individualmente, pontos de vista que não refletem, necessariamente, o mesmo pensamento de outras pessoas, próximas ou muito distante e podemos argumentar, educada e civilizadamente, sobre as dissonâncias e diferenças entre as opiniões, mas nunca tentar impor a nossa forma de entender o assunto para os outros.

Existem hoje culturas em que a pratica sexual é vista como algo simples, corriqueiro, uma busca de prazer e satisfação. Países nórdicos e algumas partes dos Estados Unidos são muito mais liberais, principalmente com as mulheres, visto que para os homens a liberdade já faz parte do inconsciente coletivo e é algo comum provavelmente desde a idade da pedra.

Porém, existem também povos, culturas e religiões que consideram a pratica sexual um pecado digno de inferno pela eternidade e que além de “permitir” o sexo apenas após e durante o casamento, pregam que ele existe apenas com a finalidade de procriação e que o prazer é algo sujo, que não é permitido.

Outros defendem que casar sem ter relação sexual com o parceiro pode ser um tiro no pé, pois acham que o sexo é uma parte fundamental do relacionamento e se não for bom, não haverá sentimento capaz de sustentar a relação sem que apareça no meio do caminho a traição.

Há quem diga que é impossível acreditar que existem mulheres, ou casais, que “se guardam” para o casamento, para a pessoa certa e o pior, chegam a abrir discussão com essas pessoas, fazendo piadas ou brincadeiras de mal gosto. Mas, é muito mais simples do que se pode imaginar, pois quem nunca experimentou, não sabe o que é fazer falta. E os argumentos do lado oposto, também são válidos, visto que até os anos 70, o homem procurava um monte de mulheres, como hoje, mas para casar tinha que ser uma virgem.

A diferença é que hoje algumas mulheres são mais donas das próprias vidas e do próprio corpo e entendem e aceitam o prazer como fim para o sexo. Isso não desmerece e nem muda o respeito que devemos ter para com elas e nem para com quem pensa diferente.

O importante, na minha opinião profissional, para um relacionamento, é que o casal tenha a mesma forma de pensar e interagir com a sexualidade, porque caso contrário, certamente a diferença de entendimento causará brigas, desavenças e provavelmente o fim.

Sim, o sexo é importante para o relacionamento, mas como cada um dentro casal o percebe é ainda mais importante!

Boa Semana!

Carl Jung

Nascido na Suíça, Jung é conhecido como o “fundador” da psicologia clínica analítica. Apesar de ser contemporâneo de Freud e ter trocado correspondências e ideias com o austríaco, aos poucos foram se afastando por terem encontrado diferenças de conceito entre suas ideias. Freud em sua teoria se baseava muito na sexualidade, enquanto Jung sempre direcionava seus pensamentos, estudos e ideias à fenômenos espirituais ou da alma.

As ideias de arquétipo e inconsciente coletivo, bastante difundidas dentro da psicologia e até fora dela, fazem parte da teoria do Suíço.

Em comum entre os dois fundamentais teóricos para a existência da ciência da psicologia, estão os conceitos de consciente e inconsciente.

Diferentemente do colega, Jung criou o conceito de “complexo”, como sendo um conjunto de ideias inconscientes ligadas a experiências e eventos geradores de intensa atividade mental.

Um exemplo de atividade mental ou psíquica são as lembranças que nos vem à tona quando ouvimos uma música, sentimos o gosto de um alimento ou olhamos uma imagem que nos remetam a outra situação, pessoas ou lugares, que acabam interligados entre si.

Ou seja, quando escuto uma música me lembro de uma pessoa, que me remete a um lugar que me faz lembrar de uma comida maravilhosa e assim em diante.

A partir destas observações Jung criou o conceito de “inconsciente coletivo”, o qual seria uma herança comum a todos os seres humanos, que completa e complementa o inconsciente pessoal.

Como vimos à duas semanas, no artigo sobre Freud, os sonhos são manifestações do inconsciente e Jung aprimorou essa ideia, colocando também o inconsciente coletivo presente nos sonhos, tanto em formas comuns, conhecidas, como nas suas formas mais escuras e desconhecidas.

Os arquétipos também fazem parte do inconsciente coletivo, sendo retratados por Jung como as lembranças fundamentais, antigas, remontadas de séculos passados e que trazem consigo as imagens que a sociedade forma sobre seus indivíduos e personagens. Como por exemplo a virilidade masculina versus a sensualidade feminina, o medo do escuro ou qualquer outro padrão pré-existente que, em tese, já nasce com a pessoa.

Aqui é fundamental entender que o inconsciente coletivo não é imutável, muito pelo contrário, são frequentemente quebrados pelas pessoas e suas personalidades diferentes no momento em que sua maturidade emocional começa a desflorar.

Minha linha de trabalho, humanista, é diferente das duas citadas aqui, mas, reforço, é impossível negar a importância dos dois para o nosso trabalho e para ajudar as pessoas que precisam de tratamento.

Particularmente prefiro a visão psicológica de Jung à de Freud e a de Rogers sobre todos os outros.

Boa semana!

Ninfomania

Certamente você já ouviu falar em compulsão. Aqui mesmo no blog já escrevi sobre compulsão alimentar e outras tantas, como causa ou consequência de outros distúrbios. As compulsões mais conhecidas são por bebidas, comidas ou compras, também chamamos de vício em algumas ocasiões. Assim como nos casos acima, é possível ter a compulsão por sexo e ela é chamada de ninfomania, uma doença reconhecida pela OMS, cuja condição não está relacionada à produção de hormônios sexuais.

Ou seja, não existem razões biológicas para explicar o distúrbio assim como não basta dizer que gosta muito de sexo para ser considerada uma pessoa ninfomaníaca.

A ninfomania nada mais é do que um distúrbio mental de hipersexualidade, ou, como escrevi acima, uma compulsão sexual. Apesar do termo “ninfa” referir-se a mulheres, o distúrbio serve para ambos os sexos, contudo foi criado um termo para os homens compulsivos por sexo. Satiríase.

O desejo sexual só se transforma em ninfomania quando a ausência de sexo causa sofrimento, prejudicando a vida social, profissional e sentimental das pessoas.

Quando o sujeito gosta de sexo, mas não é doente, nota-se que apesar de querer praticar frequentemente, não há problemas caso não seja possível, essa ausência não causará depressão ou ansiedade exacerbada.

Traumas infantis podem ser os principais causadores do distúrbio. Se quando criança a pessoa foi agredida sexualmente, fisicamente ou emocionalmente, na fase adulta pode encontrar o alívio deste trauma no ato sexual, tornando-se dependente dele para se sentir bem.

Além disso, medo e outros distúrbio psicológicos estão entre as causas.

Medo da solidão ou isolamento pode fazer com que o sujeito busque vários parceiros e não consiga criar um vínculo e acabe virando dependente.

Como em qualquer outro vício, seja por jogos, droga ou bebidas, outros transtornos podem desencadear a compulsão, como TOC ou bipolaridade.

Os sinais mais comuns da doença são:

Masturbação excessiva, pelo menos algumas vezes todos os dias.
Uso exagerado de objetos sexuais, ou seja, quando deixa de ser algo preparado para ocasiões esporádicas e passa a ser presente em todos os momentos, seja em uma relação, seja na masturbação.
Uso excessivo de conteúdo pornográfico, seja em computadores, revistas ou televisão.
Ausência de prazer ou satisfação sexual. Em outras palavras é como se o ato em si fosse um objetivo, uma necessidade e não algo que vá levar ao prazer.

O tratamento é psicológico e psiquiátrico com a ministração de remédio inibidores da libido.

Sexo é bom, mas o prazer é fundamental, se acha que há algo errado com você ou seu par, procure ajuda!

Até semana que vem!

Comunicação

Em psicologia talvez não exista nada mais importante do que a comunicação entre paciente e terapeuta.

Na abordagem humanista, em virtude da necessidade da empatia, essa comunicação é ainda mais importante, pois o entendimento entre o conjunto formado pelo paciente e o terapeuta precisa estar em harmonia para que o resultado do processo seja satisfatório.

Muito se fala, e com relativa razão, que somos responsáveis por aquilo que falamos e não pelo que o ouvinte entendeu, mas quando a diferença entre o que você quer dizer e o que as outras pessoas entendem se torna muito comum e frequente, é hora de parar e repensar sua forma de se comunicar.

Portanto, durante a sessão, mas não apenas nela, é fundamental que a comunicação entre as partes seja compreensiva e assertiva. O Terapeuta, na abordagem humanista, não é um mero expectador, mas participa ativamente da sessão, cuidando sempre para que suas falas nunca sejam interpretadas como conselhos ou instruções e sim como complemento das ideias do paciente, o auxiliando a entender que ele, o paciente, é em si o próprio processo terapêutico.

Em seu livro Psicoterapia e relações humanas, Rogers descreve o entendimento da terapia e a comunicação com o terapeuta da seguinte maneira: “O indivíduo aprende a compreender-se a si mesmo, a optar de uma forma independente e significativa, a estabelecer com êxito relações pessoais de uma forma adulta […] Seguramente, este tipo de terapia não é uma preparação para a mudança, é ele próprio mudança. (p.42)”

Desta forma, o terapeuta permite ao Cliente liberdade de expressão e se envolve no caos em que ele se encontra para coma mesma linguagem e em conjunto organizar emocionalmente o sujeito de forma a fazê-lo se sentir mais organizado e em conexão com o mundo.

Muitas pessoas gostam de dar conselhos, de falar suas experiências, são eloquentes, “comunicativas”, mas poucas antes de aconselhar procuram se colocar no lugar das outras pessoas para saber se o que vão dizer realmente terá alguma utilidade ou se serão meras palavras jogadas ao vento que ao invés de ajudar podem causar ainda mais problemas.

Por isso que é importante sempre lembrar que a terapia não é um bate papo entre amigos e que provavelmente em muitos momentos o terapeuta irá lhe obrigar a encarar seus piores defeitos e seus erros e sem precisar falar, pois fará com que você escute da sua própria boca, fazendo assim com que as coisas fiquem mais claras.

Quando você mesmo diz o que não gostaria de ouvir, não pode dizer que interpretou errado, mas é o primeiro passo para a cura!

Boa Semana para todos e até a próxima!