Desilusão

Ao contrário do que muita gente pensa, a desilusão não é apenas ligada aos relacionamentos, encontros ou rompimentos afetivos.

Tudo que gera perda de esperança ou uma descrença, é uma desilusão.

A desilusão, normalmente é o resultado de uma expectativa exacerbada que não se concretiza, muito similar a frustração, decepção e outros sentimentos negativos que acabam por gerar a tristeza.

É quase impossível evitar a decepção, afinal por vezes ela surge em virtude das ações de outras pessoas, e isso você não é capaz de prever ou controlar, mas você pode conseguir amenizar seus efeitos se conseguir entender que fez sempre a sua parte da melhor maneira possível que é a única coisa sobre a qual você tem responsabilidade.

Não adianta se decepcionar por ter tirado uma nota ruim, se nas aulas você não se empenhou e em casa preferiu ficar ouvindo música e batendo papo ao invés de estudar. Mas se você se empenhou e mesmo assim a nota não foi a esperada porque amanheceu doente, ficou nervoso demais, deu “Um branco” na hora das respostas, tudo bem se decepcionar, mas é muito mais fácil entender que você tinha todas as condições de conseguir e uma fatalidade impediu o sucesso.

Com os relacionamentos a fórmula é a mesma, se você faz a sua parte e mesmo assim seu par não consegue valorizar a união que se fez, não se desiluda por enfrentar um término, aceite como uma situação que vai lhe levar à um lugar melhor, pois mesmo a solidão é melhor do que a desilusão permanente.

Construa seu caminho se baseando nos seus desejos e sonhos, busque a felicidade sempre olhando para si mesmo e as pessoas ao redor farão parte dos seus bons momentos, mas não serão as responsáveis por eles.

Quem controla a própria vida, corre muito menos risco de ter uma desilusão, quem confia no seu trabalho, não teme uma demissão, quem acredita na sua capacidade não se chateia om críticas, quem ama a si mesmo não precisa se preocupar em ter o amor de outra pessoa.

Seja você mesmo e seja feliz, sempre!

Boa Semana!

Atividades Físicas

Corpo e mente são conectados e precisam estar saudáveis.

Muitas vezes cuidamos do corpo, mas não buscando verdadeiramente a saúde e sim mudar a aparência.

Usamos o corpo como isca para atrair outras pessoas, ganhar curtidas nas redes sociais, para melhorar a nossa estima, entre tantas outras coisas.

E quando nos damos conta, podemos nos deparar ingerindo alimentação, ou até mesmo drogas que vão ajudar o corpo a ficar mais bonito, mas deixar a saúde em risco.

Consequentemente, acabamos influenciando negativamente a saúde mental, pois criamos um desafio interno que se não atingido, pode causar danos.

Se o seu objetivo é ter o corpo sarado para chamar a tenção de uma pessoa e com o passar do tempo percebe que o trabalho físico não está dando certo, apesar de todo esforço, os problemas emocionais e de estima começam a aparecer.

Você pode ter uma dieta vegana, vegetariana, proteica, ser fit e tudo mais, mas não pode deixar que suas escolhas maltratem seu corpo e sua mente.

É fundamental exercitar o corpo, se movimentar, fazer caminhadas, claro, desde que com indicação médica para não correr riscos, assim como é fundamental manter a mente saudável, a cabeça boa, como dizem por aí.

Você pode, sim, estar um pouco acima do seu peso e ainda assim fazer duas a três vezes por semana uma caminhada e comer o que quiser, beber um pouco de vez em quando e outras coisas.

A felicidade é o encontro de tudo, e para chegar nesse máximo objetivo de cada dia, precisamos estar de bem com nosso corpo, nossa saúde e nossa mente.

Corra, caminhe, beba muita água, use protetor solar, tome um vinho, coma aquilo que você mais gosta, tudo sem excesso faz bem e te coloca um sorriso do rosto.

Cuide do coração e boa semana!

Discriminação

Tratar pior, ou de maneira injusta uma pessoa por causa da sua cor, classe social, ou posição profissional são formas de discriminação.

Além de ser uma atitude deplorável, em muitos casos a discriminação é uma enorme falta de conhecimento, pois ela sempre caminha ao lado do julgamento e a grande maioria das pessoas não sabe julgar, não deve julgar e não tem direito de julgar alguém.

Quantas grandes amizades não puderam existir por causa da discriminação. Porque quem discrimina não dá a oportunidade para a outra pessoa mostrar algo mais do que a face e suas roupas.

Quantas vendas foram e continuam sendo perdidas porque vendedores se acham capazes de adivinhar se o cliente humilde que entra na loja pode ou não comprar alguma coisa.

Aqui lembro de um amigo, que deixou de comprar uma picape 4X4 em uma loja, na qual foi desprezado pela roupa que vestia, enquanto em outra loja o vendedor fez feliz a comissão do dia, por não dar importância à aparência.

Me lembro com tristeza para todas as “caras viradas” pra mim quando entrava em algum lugar com meu cabelo comprido e minhas roupas pretas, na minha época de metaleiro, pessoas essas que não sabiam quem eu era, o que me tornaria, o que eu estudava, onde trabalhava e etc., mas me discriminavam pela minha aparência.

Imagino, pois não posso sequer me colocar no lugar de pessoas que sofrem com a discriminação ainda no dia de hoje. Mulheres, jovens tatuados, gays, negros que não conseguem emprego, mesmo indo bem na entrevista, mas que não se enquadram na “imagem” da empresa.

Estamos quase em 2020 e muitas coisas melhoram nos últimos 40 anos, mas ainda assim falta muito para termos uma sociedade justa, humana e sem preconceito e discriminação, onde os valores das pessoas sejam respeitados e aceitos, sem pré-julgamentos ou julgados pelos valores de quem vive vidas completamente opostas.

O Mundo precisa de amor, de união, de paz, de harmonia e nada disso será possível se ainda existir o ódio às ideias diferentes, se ainda houverem aqueles que se acham no direito de definir o que é certo e o que é errado e não abrir mão dessa que é mais falsa de todas verdade.

Somos todos humanos, somos todos iguais, exceto pela falta de humanidade em alguns de nós.

Boa Semana!

Desenvolvimento Psicomotor

O desenvolvimento psicomotor é um processo contínuo durante o qual se dá a evolução da inteligência, da comunicação, da sociabilização, das emoções e da aprendizagem de forma geral e simultânea. Acontece por etapas de tempo e idade e depende da maturação do sistema nervoso central. Todas as crianças passam por todas as etapas, contudo o ritmo na aquisição varia de uma para a outra.

Quando um indivíduo nasce, tem apenas reflexos primitivos, que mais tarde, com o desenvolvimento se transformam em movimentos voluntários. Estes reflexos, inatos em todas as crianças, permitem ao bebé realizar as funções básicas de respirar, comer, e virar a cabeça procurando o peito materno para se alimentar.

Nos dois primeiros anos de vida, o desenvolvimento da motricidade e da psique simultaneamente sobrepõem-se pelos desenvolvimentos sensorial, motor e cognitivo, que juntos formam o desenvolvimento psicomotor.

Os fatores primordiais para o desenvolvimento são: Fatores genéticos, meio ambiente onde ocorre o crescimento e o gênero do bebê. Os fatores genéticos são a tudo aquilo que é herdado dos pais. Porém, em função do meio em que o bebé cresce, aprenderá rapidamente o que lhe é ensinado.

Por isso é fundamental proporcionar à criança um ambiente estimulante, no qual ela possa brincar, explorar e interagir, pois só assim oferecemos a melhor oportunidade para ela adquirir rapidamente conhecimentos.

O gênero tem influência sobre o modo como um bebé vai se desenvolvendo porque geneticamente e de modo geral, meninas têm tendência a ter maior facilidade para aprender a linguagem, enquanto os meninos são geneticamente mais hábeis no desenvolvimento da motricidade.

No início, a aprendizagem é muito global, isto é, a criança aprende de forma simultânea a deslocar-se, a prestar atenção ao que lhe dizem, a estabelecer um vínculo com a figura de afeição, etc.

Com o passar dos meses, é possível estimulá-lo de forma mais direcionada

Podemos estimular apenas a sua motricidade, a linguagem ou a percepção, e assim sucessivamente com todas as capacidades.

Sabemos que cada indivíduo é único e, portanto, cada um tem seu tempo para adquirir as capacidades psicomotoras, mas todos eles passam por todas as fases de desenvolvimento que chega aproximadamente aos 2 anos de idade.

Obrigado pela leitura e boa semana para vocês!

Abismo Social

Enquanto uns poucos tomam uma taça de vinho importado no conforto de seu lar com mais cômodos do que realmente seria necessário, muitos não tem água encanada para matar a sede, enquanto tremem de frio na rua ou em barracos.

Enquanto restaurante que cobram pelo filtro social ao invés do prato, jogam comida fora, crianças são afugentadas das ruas, onde tentam recolher restos de frutas e verduras jogadas fora pelos feirantes.

Enquanto ditadores socialistas e governantes democratas eleitos se deleitam na fartura, o povo, governado por eles, morre de fome, frio e tantas outras doenças que seriam evitadas se a distribuição de renda fosse menos absurda.

Mas, infelizmente, o ser humano se tornou há milênios, egoísta, pobre de espírito e rancoroso.

Desde os primórdios, em nome de Deus, escravizava, se sentia superior e desfrutava de serviçais para, até mesmo, receber comida na boca, se colocando acima das outras pessoas.

Novos países descobertos tinham seu povo tratado como escravos e suas riquezas exploradas. Famílias ricas foram se construindo e a riqueza foi ficando na mão de poucos, que ainda hoje detém grande parte das fortunas do mundo.

Claro que isso não existe apenas no Brasil, mas nos países do nosso continente, na África e países com mega população na Ásia, o abismo é mais acentuado.

Isso vai mudar um dia? Teremos menos ganância e mais distribuição?

Pode até ser que sim, mas nós, que estamos vivos nesse momento, em 2019, não estaremos mais quando, e se, isso acontecer.

O que podemos fazer é tentar contribuir da melhor forma possível, ajudando quando podemos, desde coisas simples, como reciclagem, até doações cuidadosas para instituições confiáveis. Porque nesse mundo perverso, existe muita gente que finge ajudar, para levantar dinheiro e usar em benefício próprio.

Pensem nisso e tenham uma ótima semana!

Abuso Sexual

Uma das tarefas mais difíceis e importantes do trabalho psicológico é a de identificar traumas.

E boa parte dos traumas são instaurados ainda na infância ou começo da adolescência por situações de abuso sexual.

E neste ponto é importante diferenciar os abusadores, pessoas sem distúrbio psíquico, dos pedófilos, pessoas doentes e que com tratamento adequado podem não cometer nenhum crime.

O Abuso também é diferente do estupro e do assédio, pois nesses dois casos a vítima é uma pessoa adulta, enquanto os casos de abuso são descritos para crianças e adolescentes até 14 anos.

Também diferente do que a maioria das pessoas imagina, o abuso não ocorre apenas em situações de sexo forçado.

Toda situação em que uma criança ou adolescente é invadido em sua sexualidade e usado para gratificação sexual de um adulto ou mesmo de um adolescente mais velho é considerada um abuso Isso pode incluir desde carícias, manipulação dos genitais, mama ou ânus, voyeurismo, exibicionismo e, claro, o ato sexual com ou sem penetração.

O que causa a maioria dos traumas é o fato de que muitas vezes o agressor é um membro da própria família ou pessoa com quem a criança convive, ou ainda alguém que frequenta o círculo familiar.

Como o abuso sexual deturpa as relações socio afetivas e culturais entre adultos e crianças ou adolescentes ao transformá-las em relações erotizadas, comerciais, violentas e criminosas, o cérebro esconde essas informações de forma a impedir que elas retornem naturalmente para a memórias da pessoa já adulta.

Contudo, apesar de escondidas, as situações prejudicam em muitas maneiras a vida da pessoa adulta, se fazendo mais o que necessário o tratamento psicológico para que as causas do trauma sejam trazidas a tona e então o  paciente seja liberado desse problema que não foi causado por ele e assim continuar sua vida de forma mais leve, tranquila e feliz.

Boa Semana!

Diálogos

Na mansão a esposa, uma arquiteta que não mais trabalha, conversa preocupada com seu marido, engenheiro formado e CEO de umas das maiores multinacionais do mundo:

– Estou preocupada com a Mari, há algumas semanas ela mudou o comportamento ainda mais. Hoje não consegui fazer com que ela saísse da cama para ir ao colégio e o fim de semana, como você deve ter percebido, ficou trancada no quarto.

– Pensei que ela não estivesse em casa, achei que estava com alguma amiga.

– Mas não estava. Ficou aqui e não quis falar comigo, nem com as amigas.

– Deve ser essas crises de adolescente, você sabe, 17 anos, provavelmente tomou o fora de algum namoradinho vagabundo e agora está aí choramingando pelos cantos.

– Não acha melhor marcarmos uma consulta e tentarmos levar ela para um psicólogo, tenho medo que seja depressão, temos visto tanto isso ultimamente.

– Espera um pouco, você vai ver que em um ou dois dias ela vai estar toda feliz de novo, é só esquecer esse pilantra que deve ter a iludido.

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No apartamento comum, situado bem no centro da cidade grande do interior, o pai, um chefe de seção do supermercado mais famosos da cidade conversa com a segunda esposa, desempregada no momento:

– A Mãe do Dani tem me ligado todo dia para reclamar dele. Diz que ele tem estado estranho, triste, “respondão” como nunca foi, reclama de cansaço, largou a namorada, perdeu o emprego e fica fora de casa o dia todo.

– Não dá atenção para aquela infeliz. Ela não está preocupada com seu filho não, está só arrumando desculpa para ficar falando com você. E não sei não se você não está se fazendo de bobo para ficar dando trela.

– Você está ficando louca mulher! Eu estou preocupado com meu filho. Tenho ouvido falar em todo lugar sobre depressão e acho que é perigoso.

– Que depressão que nada. Um menino de 17 anos, forte saudável, vai ter depressão porquê?  Isso é frescura dele no máximo, mas ainda acho que é golpe daquela sua ex.

– Sei lá, acho que vou falar pra ela procurar um psicólogo pro menino, melhor prevenir né.

-Ah, você não vai ligar pra ela não! Se eu pegar seu celular e ver, a briga vai ser feia, para de tentar me enrolar!

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Na casa humilde, pequena, na zona mais pobre da cidade grande, a mãe, diarista, mas trabalhando apenas um dia na semana, cercada por outros 5 filhos, conversa com sua filha mais velha:

– Filha, não fique assim, você vai arrumar um trabalho e eu vou arrumar outros, as coisas vão melhorar, não precisa chorar, come um pedaço de pão, tem um pouco para todo mundo.

– Mas mãe, eu nem sei direito porque estou tão triste, não me sinto bem, mas não sei se sinto alguma dor, só estou triste.

– É essa situação, já aconteceu antes, quando o pai do Léo foi embora e levou o pouco que tínhamos, mas vai passar, minha patroa disse que vai ver se conhece alguma amiga que esteja precisando de uma diarista.

– Tá bom Mãe, só me deixa sozinha, me deixa em paz, queria só ficar longe de tudo, desses moleques chatos, dessa casa.

– Filha, minha patroa disse que a filha dela estava com uma tal de depressão, que descobriu e que levou em um Doutor, que não lembro o nome, e que agora está tomando remédio, será que não é isso que você tem? Vamos no posto ver.

– Não mãe, isso é doença de rico, gente fresca, a gente nem pode ter isso, senão morre….

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Na noite seguinte, em 3 lugares diferentes 3 corpos de jovens foram encontrados.

A única diferença entre eles será o tipo de caixão e o cemitério em que os corpos serão enterrados.

A dor será a mesma e a culpa é da ignorância e dos ignorantes que mesmo com todas as evidências, estudos e notícias, ainda não acreditam na depressão.

Psicologia do Esporte

Por vezes as pessoas acham que a vida de um atleta de alto nível é muito boa, simples, cheia de dinheiro e sem nenhum problema.

Isso é um equívoco gigantesco, por várias razões. A primeira é que não se chega ao topo sem dedicação, treinamento, dieta, coisas que privam os atletas de coisas cotidianas, como sair para a balada, beber com os amigos, estar no churrasco da família no domingo.

Dinheiro, então nem se fala. Quem realmente ganha muito dinheiro com esporte no Brasil, são poucos jogadores de futebol dos clubes de maior expressão. Se você acha que todo jogador ganha bem, saiba que mais de 82% dos jogadores profissionais, no último levantamento feito pela CBF, ganha um salário mínimo, ou seja, menos de R$ 1.000,00 por mês.

Salários de até R$ 1 mil  – 23.238 jogadores – equivalente a 82,40% do total
Salários entre R$ 1 mil e R$ 5 mil – 3.859 jogadores – equivalente a 13,68% do total
Salários entre R$ 5 mil e R$ 10 mil  – 381 jogadores – equivalente a 1,35% do total
Salários entre R$ 10 mil e R$ 50 mil  – 499 jogadores – equivalente a 1,77% do total
Salários entre R$ 50 mil e R$ 100 mil  – 112 jogadores – equivalente a 0,40% do total
Salários entre R$ 100 mil e R$ 200 mil – 78 jogadores – equivalente a 0,28% do total
Salários entre R$ 200 mil e R$ 500 mil – 35 jogadores – equivalente a 0,12% do total
Salário acima de R$ 500 mil – 1 jogador – equivalente a 0% do total

Fonte: CBF

 

Nos esportes chamados olímpicos, a realidade é ainda pior. Na natação o atleta precisa modificar seu corpo, acordar e dormir muito cedo, abrir mão de quase tudo ligado à diversão e de cada mil, um consegue se destacar internacionalmente e consequentemente ganhar dinheiro com patrocinadores.

 

A Psicologia do Esporte é um ramo relativamente novo e já faz parte do treinamento esportivo tendo prestado importantes contribuições para a otimização da performance de atletas e equipes.

 

Assim como os atletas precisam de um nutricionista para montar o cardápio, do fisioterapeuta para cuidar de suas dores e de toda equipe de estudos e desempenho, precisa do psicólogo para cuidar de sua saúde mental. O corpo é um todo e todas as áreas precisam de atenção e cuidado.

 

As emoções, estruturas mentais, pressão por resultados, entre outras coisas afetam diretamente o desempenho do atleta. O Trabalho do psicólogo se desenvolve à partir das emoções vivenciadas pelos atletas em sua rotina de treinamento e competições.

 

Mesmo antes dos profissionais da psicologia conseguirem espaço nos grandes times, era comum ouvir dos jogadores frases como: “Nos preparamos psicologicamente para esta grande decisão”, nas derrotas podia se ouvir: “fisicamente estávamos bem, mas não estávamos preparados emocionalmente”.

 

Conseguir digerir uma derrota, não se empolgar demais com uma vitória, manter o foco no trabalho, mesmo com problemas extracampo, são algumas das atividades principais do profissional de psicologia. Assim como unir um grupo rachado, mostrar a importância de cada membro do grupo, criar o respeito nas diferenças pessoais e etc.

 

Hoje em dia, não se vence apenas com força e treinamento, quem está psicologicamente melhor preparado tem maiores chances de atingir seus objetivos!

Boa Semana!

Manicômios

– Lugar de louco é no manicômio!

Essa frase, ainda usada com menor frequência hoje em dia, já foi não só muito utilizada, como colocada em prática em anos remotos.

Eu, quando estava na faculdade, por um ano inteiro frequentei dois manicômios e posso afirmar com todas as letras que a luta do CRP para acabar com os manicômios é fundamental.

Primeiro porque não é sequer possível definir quem é louco e quem não é. Precisamos, sim, entender e trabalhar na cura das doenças mentais e para aquelas que a cura parece ser improvável, trabalhar no tratamento.

Vi pessoas abandonadas pelas famílias, discriminadas, maltratadas por falta de verba, literalmente jogadas à morte.

E, acreditem, era ainda pior. No começo do século existiam os manicômios que abrigavam quase 5000 pessoas, quando o limite não chegava nem perto disso. Mas o pior é que usavam os manicômios como lugares de despejo para todo tipo de pessoa considerada indesejável. Estima-se que apenas 30% das pessoas que ficavam nos manicômios tinham algum problema mental. As demais eram abandonadas por suas famílias em virtude de deficiências físicas, ausência de religião, cor da pele ou condição social, homossexuais, mulheres vítimas de estupro, todos tratados como aberrações.

Assim como na Alemanha nazista, nossos manicômios foram comparados com os campos de concentração, de onde praticamente ninguém saía vivo.

Depois de muitas denúncias e de conseguir convencer os governantes do óbvio, ou seja, que o tratamento dado àquelas pessoas não era normal, a cultura começou a mudar.

A instituição dos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), foi um passo importante, mas ainda há muito a ser feito e combatido.

Hoje os hospícios, como eram chamados, estão quase todos fechados e com dias contados, mas o combate ao preconceito precisa ser feito todo dia, a educação e o respeito pelos seres humanos que possuem qualquer distúrbio mental precisam ser discutidos e legalmente amparados.

Não podemos deixar pessoas abandonadas à própria sorte por terem uma condição diferente da convencionada como “normal”, é preciso incluir e não separar, é preciso tratar e não abandonar.

Não aos manicômios!

Até a semana que vem!

Pacientes Terminais

Mesmo sem ainda termos consciência, sem falar, sem ainda andar, temos uma certeza. Vamos morrer.

Pode ser em um acidente de trânsito, um infarto, uma fatalidade, mas o normal é que seja pela idade avançada, acompanhada de doenças que levam a pessoa ao estado de agonia.

Sim, somos frágeis, e ao recebermos o diagnóstico de uma doença incurável, percebemos da forma mais real possível a condição da mortalidade.

O Paciente terminal, ao saber que não há mais nada que possa ser feito inevitavelmente terá medo, angústia, insegurança e muitos outros sentimentos incontroláveis e por isso precisa, para amenizar sua dor emocional o apoio dos familiares e de profissionais da psicologia com especialização hospitalar.

E o trabalho deste profissional não se limita ao paciente, mas também aos familiares, que se sentem impotentes, culpados, normalmente estão despreparados para viver esse tipo de situação e não tem o conhecimento necessário para saber quais intervenções estão sendo feitas e porquê. Tendem a achar sempre que o ente querido está em sofrimento e se desesperam por não poder fazer nada.

É possível observar o aumento crescente da vivência do processo de final de vida nos hospitais. Todos os mais bem referenciados tem a presença de profissionais da área de psicologia para acompanhar os pacientes e familiares. Eles auxiliam tanto no controle do desconforto oriundo da doença como na divisão da responsabilidade dos cuidados com a equipe médica.

Afinal, medidas mais assertivas sobre o processo da terminalidade podem amenizar o sofrimento, assim como passar informações mais simples aos familiares, para que se sintam menos culpados por sua incapacidade de ajuda.

Chamamos de período de agonia os 3 últimos dias de vida do paciente, nos quais as mudanças fisiológicas e o sofrimento emocional são mais evidentes. Por vezes é difícil precisar a chegada deste período, mas os médicos tendem cada vez mais a conseguir atribuir um limite de vida para os pacientes de acordo com a evolução do quadro clínico geral.

 

Nesta fase a comunicação com o paciente fica muito prejudicada, por vezes impossível e saber quais suas vontades e necessidades se torna bastante complicado, portanto, o foco nesse momento começa a ser maior para a família, comunicando a ela as mudanças no tratamento, motivos para as mudanças e também orientando sobre os próximos passos. Neste momento, o que os familiares desejam é que seu ente querido não sinta dor e amenize seu sofrimento, mas como em muitos desses casos eles já estão em estado de coma induzido, a sensação que se tem é contrária, pois a imagem é mais forte do que as palavras.

 

A maior parte das doenças que levam o paciente ao estado terminal acabam gerando múltiplas falências em diversos órgãos, causando dificuldade ou impossibilidade da ingestão de alimentos e líquidos, secreções respiratórias, sons e gemidos constantes, boca seca (xerostomia), entre outras coisas.

 

Quando o paciente não está em coma, nota-se perda cognitiva, ilusão e delírios, confusão mental, perda de memória e etc.

 

Todos esses fatores levam ao desespero os acompanhantes e familiares e, portanto, o trabalho de informação é fundamental. É preciso entender que o paciente não está passando fome, que forçar comida nessas situações é ainda pior, que mesmo com os gemidos ele não está sentindo dor e do que a alimentação parenteral é feita e qual o motivo de ela estar lá.

 

Por fim, um psicólogo hospitalar é capacitado para ver cada paciente como um ser único, com emoções e sentimentos exclusivos e que ele é importante para todas as pessoas que lá estão, preocupadas e por vezes devastadas com a certeza de sua perda.

Temos, sim, certeza de que vamos embora, mas queremos ter a certeza do maior conforto possível no momento mais triste de nossas vidas, quando vemos quem amamos indo embora.

Cuidem da sua saúde, cuidem de quem amam, a vida é única e precisa ser vivida da melhor maneira possível.

Boa Semana!