Em psicologia talvez não exista nada mais importante do que a comunicação entre paciente e terapeuta.
Na abordagem humanista, em virtude da necessidade da empatia, essa comunicação é ainda mais importante, pois o entendimento entre o conjunto formado pelo paciente e o terapeuta precisa estar em harmonia para que o resultado do processo seja satisfatório.
Muito se fala, e com relativa razão, que somos responsáveis por aquilo que falamos e não pelo que o ouvinte entendeu, mas quando a diferença entre o que você quer dizer e o que as outras pessoas entendem se torna muito comum e frequente, é hora de parar e repensar sua forma de se comunicar.
Portanto, durante a sessão, mas não apenas nela, é fundamental que a comunicação entre as partes seja compreensiva e assertiva. O Terapeuta, na abordagem humanista, não é um mero expectador, mas participa ativamente da sessão, cuidando sempre para que suas falas nunca sejam interpretadas como conselhos ou instruções e sim como complemento das ideias do paciente, o auxiliando a entender que ele, o paciente, é em si o próprio processo terapêutico.
Em seu livro Psicoterapia e relações humanas, Rogers descreve o entendimento da terapia e a comunicação com o terapeuta da seguinte maneira: “O indivíduo aprende a compreender-se a si mesmo, a optar de uma forma independente e significativa, a estabelecer com êxito relações pessoais de uma forma adulta […] Seguramente, este tipo de terapia não é uma preparação para a mudança, é ele próprio mudança. (p.42)”
Desta forma, o terapeuta permite ao Cliente liberdade de expressão e se envolve no caos em que ele se encontra para coma mesma linguagem e em conjunto organizar emocionalmente o sujeito de forma a fazê-lo se sentir mais organizado e em conexão com o mundo.
Muitas pessoas gostam de dar conselhos, de falar suas experiências, são eloquentes, “comunicativas”, mas poucas antes de aconselhar procuram se colocar no lugar das outras pessoas para saber se o que vão dizer realmente terá alguma utilidade ou se serão meras palavras jogadas ao vento que ao invés de ajudar podem causar ainda mais problemas.
Por isso que é importante sempre lembrar que a terapia não é um bate papo entre amigos e que provavelmente em muitos momentos o terapeuta irá lhe obrigar a encarar seus piores defeitos e seus erros e sem precisar falar, pois fará com que você escute da sua própria boca, fazendo assim com que as coisas fiquem mais claras.
Quando você mesmo diz o que não gostaria de ouvir, não pode dizer que interpretou errado, mas é o primeiro passo para a cura!
Boa Semana para todos e até a próxima!