Desapego

A prática do desapego pode ser por muitas vezes difícil, mas extremamente necessária.

Se desprender de coisas ou de pessoas pode ser a única maneira de seguir em frente com a própria vida.

Quando ficamos muito presos a lugares, coisas ou pessoas, temos tendência a criar um sentimento de posse, ou ainda pior, se ver como posse de outra pessoa ou sem enxergar uma vida longe daquele lugar, trabalho ou qualquer outra coisa que nos prende.

E quando alguma dessas coisas acaba, ou quando uma pessoa vai embora, pode ser que as raízes que você criou já estejam profundas demais para que seja possível prosseguir um novo caminho.

Outra dificuldade que temos em nossa cultura e que para algumas pessoas é um fator limitante importante, é desapegar das pessoas que partem dessa vida. Nosso egoísmo por vezes nos faz preferir, em nome de um milagre que sabemos ser quase impossível, continuar vendo quem amamos vivos, mesmo que por vezes com uma dor insuportável, ou até mesmo uma vida artificial por não aceitar o sofrimento da perda, do luto.

Desapegar é dar dignidade a quem se vai, é se despedir e como agradecimento pela vida de quem se foi, compartilhar e continuar seu legado e não apenas chorar sua ausência.

Posso falar, com tranquilidade, que desapegar é aprender. Aprender a viver de uma forma diferente. Aceitar um novo emprego, um novo lar, novas pessoas, uma nova vida!

É não lamentar o que passou e sim agradecer por ter passado bons momentos, por ter compartilhado aprendizado, pela evolução e conhecimento de cada dia.

Se despedir sem mágoa ou rancor, sem remorso, sem medo de olhar para trás, mas com muita vontade de olhar para frente!

Desapegar é doar a quem precisa, uma roupa que não lhe serve mais, ou que não serve mais em sua nova personalidade, um sapato, uma bolsa, uma boa ação. É se doar para quem vier e precisar da sua mão, do seu respeito, da sua atenção, do seu carinho. É estar presente no presente e não usando o presente como arma para esquecer do passado. Quem tenta esquecer, não desapega!

Olhe bem para a sua rotina e veja se nela não existem coisas que você faz por comodidade, mas que já perderam o sentido, perderam a razão.

Não fique ruminando seus erros, deixe-os ir e fique com o aprendizado, viva seu luto, de tudo e de todos e se prepare para sempre renascer, como a Fênix, que das cinzas se transforma em uma linda criatura. Uma semana de desapego para todos vocês!