Dissonância Cognitiva

A dissonância cognitiva não é um transtorno, nem uma doença, é mais um conceito para definir pessoas que expressam, sente e agem de forma dissonante sobre o mesmo assunto.

Muito parecida com a hipocrisia, a dissonância se caracteriza em pessoas que defendem um ponto de vista, mas atuam de forma oposta ou divergente.

O que difere a dissonância da hipocrisia é o sentimento. O dissonante sente internamente que sua fala é verdadeira, mas não consegue controlar a atitude, procurando assim justificativas para defender seus atos, já o hipócrita tem ciência de que sua atitude expressa seu pensamento, mas mente descaradamente ao falar sobre o assunto.

Vamos exemplificar:

A pessoa hipócrita tem uma relação extraconjugal, se sente satisfeita nessa situação, mas fala muito mal de outras pessoas que fazem o mesmo, com o intuito de não ser julgada.

A pessoa dissonante que mantem uma relação extraconjugal fala e sabe que é errada e se sente muito mal com a situação em que se colocou, mas não consegue atuar de outra forma, tentando encontrar diferenças na sua relação que possam justificar a atitude, como problemas na sua ou na relação da outra pessoa.

Ou seja, a dissonância refere-se diretamente ao mal estar causado por esse conflito entre pensamento(fala), sentimento e atitude.

Quem primeiro descreveu a dissonância cognitiva foi o psicólogo Leon Festinger, em 1957, depois de analisar o comportamento de pessoas que abandonaram literalmente tudo para acreditar em uma mulher chamada Dorothy que os convenceu de que o mundo acabaria em 1954 e apenas os seguidores dela seriam resgatados por discos voadores.

O mundo, obviamente, não acabou, mas ela ainda convenceu seus seguidores que o fato de eles ficarem sem nada comoveu os E.Ts e por causa deles a Terra foi poupada.

Para não se sentirem idiotas demais, a maioria dos fiéis, internamente, buscou recursos para acreditar que não foram enganados, apesar de sentirem muito mal com a sua atitude.

Quase todo mundo mente, certo? E quase todo mundo sabe que mentir não é correto.

Isso é um exemplo de dissonância, afinal todo mundo critica quem está mentindo, mas acha que suas mentiras são justificáveis, menos graves, inofensivas ou até mesmo necessárias.

E por mais paradoxo que possa parecer, a dissonância é uma ferramenta fundamental para mudanças de atitude.

Quando a pessoa entra nesse conflito e entende que suas atitudes precisam mudar para ter coerência com seus pensamentos e sentimentos, ela tende a mudar essa atitude e passar a ser consonante, ou seja, ter coerência nas três pontas, abrindo as portas para que outras dissonâncias sejam desfeitas.

Se você, por exemplo, brada contra a corrupção e devolve o troco que veio a mais, não fura fila, não usa energia da outra casa e etc. são sinais de que você está no caminho certo e em consonância com seu pensamento!

Você tem agido de forma dissonante em algumas situações? Se sente mal com isso? Bora fazer terapia!