Jacques Lacan foi um médico francês, nascido em 1901, que se interessou pela psicanalise através do estudo da teoria de Freud.
Porém, logo no início dos seus estudos chegou à conclusão de que o pilar fundamental para o conhecimento do inconsciente seriam a linguística e a lógica, diferente do que foi descrito por Freud, que considerava a biologia como fundamentação para o inconsciente.
Após chegar a sua conclusão ele escreveu o que seria a sua frase mais conhecida: “O inconsciente é estruturado como uma linguagem.” E, portanto, a linguagem começou a ocupar o espaço principal nos seus estudos e trabalhos clínicos.
A partir disso, ele entendeu que o inconsciente e não o ego é a força dominante da estrutura mental do sujeito e que, portanto, o ego é impotente frente ao inconsciente. Sua teoria diz que a mente humana vive em eterno conflito entre as instâncias e que só se sustenta por meio de artifícios, como por exemplo a alienação.
Diferente de outros teóricos, Lacan difundiu suas ideias e conceitos através de seminários, conferências, entrevistas e outros meios, sempre de forma oral. Os livros que tratam das suas ideias são transcrições desses eventos. Por isso não são tão ordenados e levam a uma profusão de invenções, fórmulas, teorias e viagens culturais.
Com relação à educação e interações socias, também há uma grande diferença entre os pensamentos de Lacan e Freud. Enquanto para Freud a estrutura social era orientada pela figura paterna, Lacan insere também a escola e outras interações socias como responsáveis pela formação da personalidade, deixando assim uma ideia mais linear e menos rígida para o entendimento de cada indivíduo.
Para a psicanálise Lacan trouxe o silêncio como parte importante de seu trabalho. O silêncio do terapeuta, do paciente, a ansiedade pelas respostas e o aprendizado de ouvir a si mesmo. E ainda definiu o silêncio de duas maneiras diferentes, o sileo, que seria o silêncio profundo, a ausência de palavras para descrever algo e o taceo seria a palavra não dita, aquela que existe mas o paciente, ou o terapeuta preferem não dizer naquele momento, mas que são expressadas por outras forma de linguagem, como a corporal, a inquietude e o ato de ser propositalmente silenciado por alguma coisa ou alguém.
Para algumas pessoas essa linha é interessante, mas para outros pacientes é difícil lidar com o silêncio e é mais adequado encontrar um trabalho terapêutico mais dinâmico.