A decisão de imigrar ou migrar para um novo local muitas vezes é impulsionada por uma variedade de fatores, como busca por oportunidades econômicas, fugir de conflitos, ou mesmo a antiga promessa de conseguir em outro lugar uma vida melhor. No entanto, essa mudança drástica também traz consigo uma série de desafios, inclusive no que diz respeito à saudade do local de origem.
A experiência de imigrantes e migrantes que deixam seus locais de origem devido a guerras ou conflitos, por exemplo, é profundamente marcada pela dificuldade emocional e pela tristeza de perceber que a possibilidade de retornar a esses lugares muitas vezes se torna apenas um sonho, do qual a realidade é o pesadelo.
Os imigrantes e migrantes normalmente se deparam com a dificuldade de se ajustar a um ambiente totalmente novo, seja em termos de cultura, língua, costumes ou clima. A adaptação a uma nova sociedade pode ser um processo complexo e demorado, marcado por momentos de isolamento, incompreensão e nostalgia. Inclusive, como estamos tendo a chance de acompanhar, por muitas vezes imigram sem sequer ter um lugar para ir, lugar para ficar, morar, passando dias e até mesmo meses em estações e aeroportos.
E isso acontece porque a decisão de deixar a terra natal em meio a conflitos armados é impulsionada por um desejo urgente de sobreviver, escapar da violência, proteger a si mesmos e às suas famílias, e buscar segurança e estabilidade em outro lugar. Contudo, essa escolha muitas vezes é carregada de pesar, pois implica na renúncia a laços profundos com o local de origem, muitas vezes marcado por memórias de infância, tradições familiares e uma identidade cultural que está ligada àquele território.
A saudade do lugar de origem é uma emoção poderosa que muitas vezes acompanha os indivíduos que se mudam para longe de casa. É mais do que simplesmente a falta física do local; é uma nostalgia profunda que abrange as experiências vividas, os laços familiares, os cheiros, os sabores e as tradições. A saudade muitas vezes se manifesta de maneiras inesperadas, como ao ouvir uma música familiar, saborear um prato típico ou mesmo ao se deparar com paisagens que evocam memórias do lugar de origem.
E nos casos de fuga em virtude de conflitos, essa tristeza daqueles que fogem de zonas de conflito é agravada pela conscientização de que a guerra pode transformar irreversivelmente o cenário que um dia chamaram de lar. As cidades e paisagens que foram testemunhas de suas vidas agora estão envoltas em destruição, e a possibilidade de retorno se torna incerta e perigosa.
Restando apenas a saudade, a imaginação e essa sensação de volta no tempo ao ouvir um som, sentir um cheiro ou o sabor de alguma coisa que remeta a infância.
E, claro, essas pessoas, principalmente as refugiadas, precisam de suporte emocional, de ajuda terapêutica, acompanhamento profissional, para tentarem criar novos laços, vínculos, trabalhar todos os medos e superar, na medida do possível, todo o terror que presenciaram, pessoalmente, ou por notícias de seus parentes ou colegas.
A psicologia salva vidas, e nesse caso, pode salvar ainda mais, trazendo essas pessoas para uma nova realidade, ajudando na aceitação, adaptação e na continuidade dos dias.
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