Chantagem Emocional

Quando ouvimos falar em chantagem, o natural é vir à nossa cabeça aquelas pessoas que descobrem segredos ou atitudes de alguém e cobra dinheiro ou favores pelo silêncio, para não expor os fatos, não mostrar uma foto ou uma conversa e etc. Essa chantagem já é por si uma atitude muito baixa e desleal, mas não é tão ruim quanto a chantagem emocional.

A chantagem emocional se caracteriza pelo terror imposto às pessoas, que se veem em situação de fragilidade e por vezes acabam sendo destruídas mentalmente por indivíduos poderosos, ou que receberam algum tipo de poder das próprias vítimas, e por se sentirem poderosos e procuram impor sua vontade, mesmo sabendo que na maioria das vezes é uma mentira.

Primeiro vamos lembrar de homens, patrões, chefes, donos de empresa que cobram sexo de mulheres que querem ser contratadas, promovidas ou até mesmo precisam manter o emprego.

Anos atrás era muito comum ouvir a expressão “teste do sofá”, quando queriam menosprezar o trabalho de uma mulher, como se ela não fosse qualificada para a função e só tivesse conseguido a vaga, o emprego ou promoção em troca de sexo com o patrão, diretor ou qualquer outra pessoa nessa posição.

Isso emocionalmente acaba com a mulher, pois ela além de se sentir usada e invadida, não consegue se ver como capaz de conquistar posições por mérito, e acaba ficando à mercê de mal caráteres que certamente vão se livrar dela assim que possível.

Depois precisamos falar do que chamam de dívida de gratidão. Isso não existe. Pessoas que usam suas boas ações para cobrar retorno no presente ou no futuro, nada estão fazendo além de chantagear quem mais precisa.

E isso acontece com uma frequência assustadora, dentro das famílias, empresas e até entre amigos.

Se você vai fazer algo bom por alguém, faça por querer, não para jogar na cara da outra pessoa depois. Isso é ridículo.

Um irmão mais velho, ou os pais, que ajudam o caçula, seja a pagar sua faculdade, seja para tocar uma empresa ou qualquer outra coisa e depois ficam cobrando do caçula que ele fique à disposição de suas vontades, não o merecem como filho. Ficar jogando na cara da pessoa que ela só se formou ou só tem um trabalho porque o dinheiro veio deles, além de a fazer se sentir incapaz e incompetente profissionalmente, ainda fará com que ela questione suas escolhas pessoais, imaginando que sempre estarão erradas. Dizem o tradicional “Não te criei para isso! E o pior, muitas vezes esses parentes ainda dizem que estão fazendo isso pelo bem do irmão ou filho explorado.

Eduque seu filho para fazer as próprias escolhas e não para que ele sinta remorso se um dia quiser voar com as próprias asas e apenas ir fazer visitas ao antigo ninho.

Existem também aqueles chefes, patrões e etc. que usam da chantagem emocional para com seus funcionários. Aquele chefe que nunca dá o aumento prometido, que não valoriza as conquistas e os bons trabalhos, mas que vem com tudo para cima do funcionário quando ele comete um erro, tem um problema, ou por culpa do próprio chefe não faz o que devia ter feito.

Aquele chefe que diz “Se você tivesse se virado para fazer tal coisa dar certo, teria aumento mês que vem”, mas claro, só porque já não deu certo. E quando o funcionário faz o que ele queria, nada de aumento, assim criando mais uma pessoa que se coloca em dúvida e sempre se enche de falsa esperança.

Também existem aquelas pessoas que fazem chantagem com namorados e namoradas porque querem atenção, desde fingirem uma doença, até mesmo uma gripe e querem jogar na cara da parceira ou do parceiro que não recebem cuidados, até a perda de controle, fazendo escândalos, destruindo objetos e etc., para serem notadas.

E, por fim, o caso mais perigoso da chantagem emocional, aquele em que o agressor coloca a culpa na vítima e faz com que ela se sinta a pessoa errada na situação, e peça desculpas por ter apanhado, por ter sido violentada, por ter sido roubada e etc.

Coisas como “Se não saísse assim não aconteceria!”, se minha janta estivesse pronta não precisaria fazer isso, se tivesse vergonha na cara não passaria por isso e etc. Isso é a pior forma de chantagem emocional que existe e talvez a mais difícil de curar.

Desapegue de tudo e de todos que não te fazem bem! Encontrar a paz na solidão, por vezes é melhor do que sofrer em má companhia!

Abandono Emocional

O abandono emocional, também conhecido como abandono afetivo ocorre quando uma pessoa se sente rejeitada ou abandonada emocionalmente por outra pessoa, seja dentro de um relacionamento afetivo, profissional ou social.

Esse abandono causa sofrimento, infelicidade, mas em muitos casos quem passa por isso não consegue identificar esses sentimentos como sendo fruto do abandono.

Isso acontece porque normalmente as pessoas tendem a atrelar o abandono emocional ao abandono físico e isso não é uma regra. A parceira, ou parceiro, pode estar presente fisicamente, mas completamente distante emocionalmente.

As necessidades sociais ou desejos físicos até podem ser supridos, mas a carência emocional dá sinais de que falta alguma coisa ao relacionamento, mas na verdade o problema não é a falta de algo e sim o abandono emocional.

Cada pessoa tem suas próprias necessidades emocionais, umas mais, outras menos, normalmente as mais carentes são aquelas que dependem demais emocionalmente do parceiro, superior hierárquico ou amigos, precisam de pessoas por perto e facilmente se sentem sozinhas, deixadas de lado ou ignoradas. Por outro lado, existem pessoas que não se conhecem o suficiente para entender suas próprias carências, apenas se sentem angustiadas, ou como se faltasse um pedaço de si mesmas, mas não conseguem entender que sofrem de abandono emocional.

Algumas das necessidades mais comuns entre as pessoas que sofrem com o abandono emocional, estão as seguintes:

Ter alguém que a escute e compreenda;
Receber mais atenção do que julga ter;
Sentir-se desejada;
Ser aceita em círculos sociais e profissionais;
Receber o carinho da forma que deseja;
Não ficar sozinha.

A infidelidade é um dos maiores sintomas de abandono emocional, seja por quem trai, ou seja, quem abandona, como por quem é traído.

As causas para o abandono emocional podem ser muitas, podem ser duradouras e levar um relacionamento ao fim, como podem ser pontuais e resolvidas internamente ou com terapia.

Fatos cotidianos, como deixar de falar com o parceiro, um ou alguns dias, para se vingar de uma atitude do parceiro, pode dar a sensação de abandono, até mesmo um dia estressante no trabalho, que cause uma discussão boba ao chegar em casa, pode desencadear situações desnecessárias, dependendo do tamanho da carência.

Rotina, doenças não compartilhadas e incompreensão causada por egocentrismo também são causas, mas nesse caso, o abandono é uma consequência que por si só não pode ser resolvida, já que os fatores eternos são os causadores e, portanto, estes precisam ser resolvidos.

Para terminar, sofre muito menos com o abandono emocional a pessoa que se conhece bem, tem sua estima em dia e seu amor próprio sempre em primeiro lugar. Cuide de si, fique ao seu lado e jamais estará sozinho!

Automutilação

A automutilação é uma forma de expressão de pessoas que de certa forma tentam mascarar a dor emocional, a angústia indescritível e suas cicatrizes, com a lesão física, não letal, mas com marcas permanentes.

Em alguns casos a automutilação é consequência de uma autoestima tão baixa, que a pessoa acaba se cortando para tentar sentir alguma coisa, mesmo que uma dor, pois se considera tão impotente, tão desnecessária, que não consegue lidar com o que enxerga ser sua própria vida, o que podemos chamar de “vazio existencial”.

A falta de diálogo, principalmente em casa, o bullying sofrido na escola ou até mesmo o assédio moral no trabalho são alguns dos fatores que podem desencadear essa atitude, que na grande maioria dos casos atinge meninas, ainda muito jovens, com 12 ou 13 anos e cujo comportamento pode se estender, se não for descoberto ou tratado, até a fase adulta.

Uma pequena parcela das pessoas que se mutilam o fazem pelo que chamamos de contágio, ou seja, quando ela adquire esse comportamento de outra pessoa, seja por imitação, seja para tentar se aproximar, ou até mesmo para fazer parte de um grupo.

É um grande erro achar que uma pessoa se automutila para chamar a atenção, pois quase sempre ela tem vergonha das suas marcas e procura de todas as maneiras possíveis esconder esse comportamento.

O maior desafio para conter, ou prevenir que esses casos aconteçam, é fazer com que jovens consigam ter maturidade emocional suficiente para lidar com os problemas que surgem de todos os lados. Pais ausentes ou violentos, seja com o próprio jovem ou com a mãe ou irmãos, humilhações e até mesmo ataques on-line podem fazer com que esses jovens não consigam lidar bem com as situações e sem a ajuda ou suporte de pessoas mais experientes, pode entrar em colapso e encontrar na automutilação um refúgio ou alívio.

Para identificar os casos de automutilação, precisamos ficar de olho em alguns detalhes, como por exemplos jovens que nunca usam camisetas sem manga, ou até mesmo de manga curta ou bermudas, saias ou shorts, não importa o quanto faça calor. Não aceitam convites para ir à praia, fazer esportes aquáticos, entre outras coisas.

Mais difícil do que identificar os casos, é conseguir ajuda adequada, como muitas vezes o problema que acarreta a atitude do jovem está em casa, falar para os pais pode ser mais perigoso do que manter o fato escondido. Se o problema está na escola, a ajuda precisa vir da direção, fazendo com que o bullying pare imediatamente e aplicando sanções aos abusadores, mas o mais importante mesmo é orientar os jovens a buscar ajuda psicológica. Sem uma terapia adequada, as cicatrizes podem ser mais profundas do que as vistas na pele e podem levar a uma vida adulta repleta de problemas, falta de amor próprio e sentimento de inadequação.

Cuidado! Não deixem as crianças se perderem emocionalmente, sejam presentes, ajudem, perguntem, deem carinho e atenção, sejam compreensivos e ajudem, ao invés de criticar, reclamar, agredir e abandonar.

E os jovens afetados, procurem ajuda, imediatamente!

Boa Semana!

Psicologia e Trânsito

Se há algo muito claro nos dias atuais, é que as pessoas estão cada vez mais estressadas, pressionadas, se sentindo sem tempo e sem paciência.

E o trânsito, principalmente das grandes metrópoles, é com certeza uma das coisas que mais mexe com a mente das pessoas que sofrem com os problemas que descrevi acima.

E quanto mais de “cabeça quente” a pessoa fica, mais propensa a cometer erros e fazer coisas das quais vai se arrepender no futuro, ela fica sujeita.

Essas atitudes são reflexos mentais, e portanto, foco de estudo e atuação da psicologia.

Por essas, entre outras coisas, a psicologia do trânsito é uma área em ascensão, ela estuda o comportamento do conjunto inteiro de deslocamentos dentro do sistema, ou seja, não apenas os motoristas de carros particulares, mas também motociclistas, motoristas profissionais e também os pedestres, ou seja, tudo o que possibilita a mobilidade das pessoas.

O objetivo da psicologia do trânsito é diminuir o número de acidentes e, portanto, o número de óbitos no trânsito, através de estudos que possibilitam entender o comportamento e conhecimento de cada indivíduo e da sociedade como um todo, que faz parte do conjunto.

Além disso, o trabalho desenvolvido pelos profissionais da psicologia que atual no trânsito pode ajudar a desenvolver e implantar mudanças nas vias, como melhorias de sinalização e até mesmo programas para a reformulação das diretrizes de condução, campanhas de conscientização de motoristas e pedestres, entre outras coisas.

O trabalho é feito em conjunto com outras áreas da psicologia, bem como departamentos de trânsito, estatísticos e outros profissionais que tem contato com o controle de tráfego.

O estudo do comportamento inclui muitas ações e percepções, tais como:

Atenção;
Orientação Espacial;
Memória;
Conhecimento dos sinais de trânsito e símbolos;
Correta interpretação das normas de trânsito;
Agilidade para tomar uma decisão, entre tantas outras coisas.

Portanto, podemos perceber que a análise do comportamento é direcionada para muitos fatores que determinarão a maneira de dirigir e de se comportar no trânsito de cada sujeito e, claro, observar a reação emocional de cada um em caso de acidentes, discussões e respeito não só às leis de trânsito, mas também com os outros usuários do conjunto, sejam eles pedestres, motociclistas, ou outros motoristas.

O ato de dirigir, com a prática, acaba se tornando uma atividade relativamente simples, quase automática, o que pode diminuir a atenção do condutor, permitir que ele se julgue capaz de realizar outras tarefas ao mesmo tempo, entre outros erros, mas não podemos esquecer que em uma rodovia, um segundo de desatenção pode ser fatal.

A psicologia na segurança do trabalho

Quando pensamos em segurança do trabalho, automaticamente acabamos pensando em acidentes de trabalho.

E quando falamos em acidentes de trabalho, normalmente a primeira coisa que nos vem à cabeça são os acidentes físicos, como quedas, perfurações, fraturas e etc.

Mas muito pouco se fala, nas doenças emocionais causadas nos locais de trabalho e hoje em dia elas são cada vez mais frequentes e mais limitantes.

Lidar com prazos apertados, líderes despreparados, falta de treinamento adequado, colegas que se intrometem na vida pessoal, horário apertado, salário baixo e tantas outras situações, acabam acarretando diversos problemas emocionais, como depressão, ansiedade, paranoia, e fobias, por exemplo.

Não é raro encontrar funcionários chorando no banheiro da empresa, ou desabafando quando chegam em casa, assim como não é raro, infelizmente, superiores ou colegas que humilham pessoas no local de trabalho, criticam de forma equivocada, cobram o que não era da responsabilidade de quem está sendo cobrado e outra infinidade de erros que são cometidos diariamente e que configuram assédio moral.

Por isso que atualmente cerca de 3.500 pessoas ingressam, por ano, no INSS em virtude de doenças mentais e esse número só cresce, ano após ano.

A depressão, a ansiedade, a síndrome do pânico, são fatores limitantes e que impedem a pessoa de exercer o trabalho e até mesmo de sair de casa para outras tarefas comuns.

Isso faz com o que o técnico em segurança do trabalho das empresas não se limite mais, apenas, às questões exteriores de segurança, mas que também possa abranger, com a ajuda de um profissional da psicologia, o ambiente de trabalho como um todo e a coletividade como uma pequena sociedade dentro da empresa.

A prevenção de acidentes agora não se resume à extintores de incêndio e EPIs, demarcações corretas e sinalização, mas também precisa tratar da prevenção de doenças emocionais, incentivando uma alimentação melhor, horários flexíveis, trabalho remoto quando possível, oferecer atividades físicas regulares e intervenção quando notificado por queixas de abusos por parte dos colaboradores.

Para oferecer bons resultados, o colaborador precisa mais do que um bom equipamento, precisa de qualidade no ambiente de trabalho, treinamento e motivação.

A saúde mental, hoje é tão, ou mais, importante do que a segurança física das pessoas. Na placa onde é informado o número de dias em que a empresa opera sem acidentes, precisam ser incluídos os dias sem nenhum colaborador afastado por doença emocional.

Uma pessoa bem cuidada emocionalmente e que entende a sua importância e não se vê apenas como um número no crachá, trabalha melhor e dá menos trabalho!

Colecionismo

Colecionar pode ser algo divertido e prazeroso. Álbum de figurinhas da copa do mundo, a revista preferida, autógrafos, entre milhares de possibilidades, das mais estranhas, como colecionar saquinhos para vômito distribuídos em aviões, até as mais comuns, elos e cédulas, que podem ter um valor inestimado.

Mas, quando a coleção se torna mais importante do que a saúde, o controle financeiro, o equilíbrio emocional, pode se tornar obsessiva e altamente prejudicial ao ser humano.

Algumas coleções começam de forma despretensiosa, uma simples reunião de itens, uma forma de passar o tempo, ou até mesmo para tirar um momento para si mesmo e relaxar.

Contudo, esse prazer pode se tornar uma obsessão que não vai mais permitir ao indivíduo parar de colecionar, vai transformá-lo em um buscador implacável, em leilões, feiras de antiguidades e por vezes pode leva-lo a falência pessoal, tal como acontece com drogas ilícitas.

Conseguir uma peça rara para a coleção pode fazer o sujeito chegar ao êxtase da felicidade, mas ao mesmo tempo, não conseguir ter essa peça, pode gerar tamanho estado depressivo que pode levar o colecionador a se isolar do mundo, afastar as pessoas, prejudicar sua vida profissional, entre outras mazelas.

O que deveria ser uma forma de encontrar amizades, fazer trocas sadias e divertidas, acaba virando briga, ofensas pesadas, exposição desnecessária em redes sociais, acusações e até mesmo casos de polícia.

Os colecionadores compulsivos, em sua maioria, acabam se tornando solitários, ter baixa-autoestima e dificuldade em se relacionar, principalmente porque podem começar a ver todas as outras pessoas como concorrentes das suas coleções.

Nesses casos, o indivíduo enxerga sai coleção como uma forma de expressar a si mesmo, ou seja, espera que as pessoas enxerguem a coleção ao invés de sua imagem, ou personalidade, espera ser admirado, até mesmo invejado, por ter um item especial que outras pessoas não tem, esquecendo-se assim de si mesmo.

Não permita que objetos tomem um espaço muito grande em sua vida, não se esconda atrás de suas coleções, seja feliz por ser quem você é, não pelo que tem e principalmente, cuide da sua saúde mental.

Boa semana!

O Psicólogo e o sigilo profissional

Já escrevi por aqui sobre o código de ética profissional da psicologia.

E uma das coisas mais importantes e que gera as maiores dúvidas e receio nos pacientes é o sigilo profissional, ou seja, a garantia que o paciente tem que a conversa entre ele e o terapeuta não vai sair do consultório.

Pelo nosso lado, dos terapeutas, precisamos entender que é preciso deixar o paciente completamente seguro para expor suas intimidades, sentimentos e segredos, deixando claro, já na primeira sessão, que tudo o que for conversado durante a sessão ficará guardado apenas entre as duas partes.

Mas, ainda acima de tudo isso, o código de conduta ética dos psicólogos deixa explícito que o profissional é OBRIGADO a manter o sigilo, sob pena até de perder o registro no conselho e ser impedido de continuar na profissão.

O terapeuta, portanto, não pode e nem deve interagir com pessoas muito próximas à seus pacientes e quando abordado, seja pessoalmente, por telefone ou algum meio eletrônico, por parentes, amigos ou qualquer outra pessoas próxima ao seu paciente, ele deve, em sessão, contar o fato para o cliente, afim de deixar a transparência em sua relação ainda maior.

O terapeuta não pode conversar sobre seus pacientes fora do ambiente da sessão, nem com seus próprios parentes, amigos, ou até mesmo colegas de profissão.

Existem algumas exceções legais e pontuais, onde o terapeuta pode quebrar o sigilo profissional, determinadas no próprio código de ética.

Um exemplo para a quebra é baseado no ECA (Estatuto dos direitos da criança e adolescentes), quando o terapeuta descobre que um indivíduo, protegido pelas regras do ECA está sofrendo qualquer tipo de abuso. Contudo, as informações a serem passadas para as autoridades devem ser apenas as essenciais para a apuração do caso.

Situações de abuso contra idosos e violação dos direitos humanos também podem acarretar a quebra do sigilo profissional.

Por fim, em questões judiciais, quando o terapeuta é intimado em questões como alienação parental, por exemplo, ele pode quebrar o sigilo, mas se atendi única e exclusivamente aos fatos relatados e o que for essencial para o julgamento.

Caso você, como paciente, entenda que o sigilo entre paciente e terapeuta foi quebrado e sem nenhuma das justificativas citadas acima, pode fazer uma denúncia ao Conselho de psicologia da sua região. Será instaurado um processo e caso o profissional seja realmente considerado culpado, sofrera as sanções necessárias.

Também por isso, é necessário ter muito cuidado com falsos profissionais que podem se passar por psicólogos, sem ter a devida formação ou documentação regularizada. Esses não têm nada a perder. Sempre consulte o CRP do seu terapeuta e tenha certeza que está protegido sob a luz do código de ética profissional. Boa Semana!

Aritmomania

A aritmomania é mais uma das formas de manifestação do TOC, caracterizada pela extrema necessidade de seu portador em contar ações, sejam suas próprias ou de terceiros, objetos ao seu redor, ou em seu caminho, ou formas em lugares, como quantos quadrados tem na calçada, subir uma escada contando os seus degraus ou quantas listas formam a faixa de pedestres.

Em casos mais extremos, os pacientes inclusive trocam o nome de pessoas e lugares por números, pois assim conseguem se organizar melhor.

A aritmomania pode se tornar um problema que limita a qualidade de vida do paciente quando ele deixa de realizar tarefas por não conseguir contar alguma coisa, ou é impedido de fazê-lo, ou ainda quando é interrompido.

Além disso, em alguns casos a demora para chegar na contagem necessária pode causar danos, como por exemplo um paciente que só consegue se alimentar depois de contar cem carros passando na rua ou coisas semelhantes.

Não há medicação para a aritmomania, portanto o tratamento é feito com terapia, com mais sucesso a comportamental, onde o terapeuta trabalhará na diminuição do transtorno, no entendimento do paciente e aos poucos na inserção do mesmo nos ciclos sociais, sem que ele seja deixado de lado, ou taxado como “estranho” ou diferente.

Conhece alguém assim? Indique o tratamento!

Boa semana!

Síndrome de Burnout

Chamamos de síndrome de Burnout o distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema de um indivíduo, especificamente causada pela sua atividade profissional.

Em uma tradução simples, Burnout é uma palavra utilizada quando alguma coisa para de funcionar por excesso de uso, ou no caso humano, exaustão.

Contudo, esse cansaço extremo causado pelo trabalho, afeta não só a vida profissional do indivíduo, mas também sua vida pessoa e sua qualidade de vida de forma geral.

Todos os profissionais estão sujeitos ao distúrbio, mas profissionais da saúde, principalmente dos últimos anos, professores e profissionais como publicitários, que sempre trabalham com prazos próximos a estourar, são os mais propensos a ficar doentes.

O profissional não consegue mais enxergar seu trabalho como uma forma de sucesso, perde a ambição em ser promovido, não se sente realizado no trabalho e fica completamente descaracterizado da sua função e da sua imagem anterior, seja para os superiores hierárquicos, seja para seus colaboradores.

Esse stress é capaz de gerar uma depressão profunda, que vai precisar não apenas do tratamento psicológico, mas também psiquiátrico, com medicação e acompanhamento frequente pelo tempo necessário para minimizar o sofrimento.

Os principais sintomas da síndrome de Burnout são:

Cansaço físico e mental desproporcional às atividades que executa ou excessivo;
Dificuldade para dormir, manter o sono ou até mesmo insônia.;
Falta de foco repentina nas atividades ou desconcentração;
Falta de apetite e alimentação irregular;
Irritabilidade e agressividade, inclusive com coisas corriqueira e de forma desproporcional;
Constantes lapsos de memória;
Queda da estima, surgimento da falta de amor-próprio;
Desânimo ao não concluir tarefas e apatia, mesmo com resultados negativos;
Corpo dolorido, como se tivesse feito um esforço físico muito maior do que o efetivo;
Dor de cabeça ou enxaqueca;
Isolamento social e consequente afastamento das pessoas queridas.

Como é possível observar, sem um tratamento adequado, a síndrome de Burnout pode se tornar muito perigosa, pois limita demais a vida do paciente, fisicamente, mas principalmente emocionalmente. Por isso, a busca pela ajuda profissional deve ser imediata, afinal quanto mais cedo começar o tratamento, menos profundas serão as cicatrizes do processo e menor o tempo de medicação.

Está se sentindo pressionado e perdeu a vontade de trabalhar, e ainda enxerga alguma das características acima no seu dia a dia? Procure ajuda! Ótima semana para todos!

Síndrome de Piccardi

Perder o cabelo é algo que desagrada tanto homens quanto mulheres, agora imaginem perder o cabelo em áreas aleatórias, formando verdadeiros “buracos” na cabeça das pessoas.

É o que acontece com portadores da síndrome de Graham-Little Piccardi Lassueur, ou SGLPL e que para facilitar chamamos de síndrome de Piccardi.

Relada por Piccardi em 1913, essa doença é uma dermatose rara e que ainda não tem uma causa definida. Surge principalmente em mulheres entre 30 e 60 anos e se caracteriza pela perda de cabelos, ou pelos das axilas e da região genital, de forma permanente. Além da formação de folículos, ou seja, casquinhas nas regiões afetadas.

O tratamento vem sendo um desafio para médicos e cientistas que têm tido pouco sucesso com aplicações de medição local, ou oral.

Emocionalmente é uma doença que atrapalha demais a qualidade de vida, pois deixa a estima do paciente muito baixa e faz com que ele precise encontrar alternativas para se sentir melhor ao sair de casa.

No caso dos homens, rapar totalmente o cabelo é uma opção, mas muitos não gostam da aparência que enxergam no espelho e precisam lidar com essa mudança.

Com relação às mulheres, que são as mais afetadas estatisticamente pela síndrome, é ainda pior e muitas acabam escolhendo perucas para esconder as falhas no cabelo.

Ainda assim, a sensação de ser “desmascarada”, ou precisar tirar a peruca em um encontro, ou para dormir, é desesperadora e a mulher pode ficar traumatizada, ou ter outros transtornos psíquicos, como depressão, síndrome do pânico ou crises violentas de ansiedade generalizada.

Portanto, como ainda não há tratamento físico comprovado para a doença, o melhor caminho é a terapia.

Com paciência o trabalho deve devolver aos pacientes a estima, o entendimento sobre a doença e trabalhar a impotência em relação ao controle da perda de cabelos e pelos.

Vai passar pela aceitação, pela transformação pessoal e visual, formação de uma nova estima e facilitar a convivência com a doença.

Nem tudo podemos controlar, como a queda dos nossos cabelos, mas nada disso pode ser motivo para abandonar a busca da felicidade!

Faça terapia!