Depois de um dia cheio, cansativo, tudo o que a maioria das pessoas quer, é chegar em casa para poder fazer suas tarefas e depois descansar. Mas para algumas mulheres, o fato de chegar, ou ficar em casa, pode ser um pesadelo.
Ela pode ser vítima de violência doméstica, quando maridos, namorados, vizinhos ou qualquer outro morador da residência causa a ela morte, lesão, sofrimento físico, emocional ou sexual ou ainda dano moral ou do patrimônio.
Cerca de 20%, e isso é um número gigantesco, das mulheres no Brasil sofre, ou já sofreu alguma forma de violência dentro da própria casa, cometida por um homem e desse total, 80% foram cometidas pelo próprio parceiro, ou ex-parceiro inconformado com o término do relacionamento.
E esses números podem ainda ser piores, pois a estimativa é de que grande parte das mulheres que sofrem com a violência doméstica e conseguem sobreviver, não se reportam à polícia ou outras autoridades.
O medo de uma retaliação ainda maior e mais violenta, o desamparo, falta de outra moradia, a ineficiência do Estado em proteger as vítimas ou garantir que o homem cumpra os mandados de distância ou não ter outro sustento para si e para os filhos são os maiores responsáveis pelo silêncio de boa parte das mulheres.
A violência doméstica não pode ser tratada como fato isolado, como um momento de descontrole ou impulsividade. O homem que agride sua mulher e não é abordado, vai repetir sua atitude e provavelmente com mais violência, para sempre.
Por isso, é fundamental denunciar e incentivar colegas, amigas e outras mulheres a fazerem o mesmo.
A violência familiar, não é apenas um problema particular, é um problema social e não atinge apenas mulheres de classes sociais inferiores, etnia, ou opção religiosa.
O machismo não enxerga dinheiro e nem educação, ele está arraigado na sociedade e precisa ser duramente combatido, caso contrário sempre encontrarão justificativas para as agressões e a vítima vai continuar sendo vista como culpada por boa parte das pessoas, afinal, sempre existirão aqueles que vão dizer que a mulher “não apanhou por acaso” ou “ As mulheres apanham porque gostam ou porque provocam.”
Nenhuma mulher gosta de apanhar, na verdade elas esperam que a violência acabe, que o parceiro mude, ou que tenham recursos para poder se sustentar ou sustentar seus filhos.
Além disso, engana-se quem acha que é fácil saber quando uma mulher é vítima de violência doméstica. Parceiros que parecem perfeitos e mulheres que em público só emitem sorrisos, podem muito bem ter uma realidade muito diferente dentro de casa.
Desde o ano de 2006, existe a chamada lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir a violência familiar e doméstica. E mesmo que ainda não seja completamente eficiente, já ajudou centenas de milhares de mulheres pelo Brasil afora.
Não se cale, denuncie!