A importância do paciente para o sucesso da terapia

Fazer terapia é necessário, fundamental e transformador, mas para que os resultados apareçam, há algo mais importante até que a habilidade do terapeuta. A vontade do paciente em querer mudar.

Mas há muita gente que começa a fazer terapia, desiste logo no começo e diz: – A terapia não deu certo. A grande maioria desses casos que não tiveram sequência nesses meus mais de 25 anos de trabalho são de pessoas que preenchiam pelo menos um desses 3 requisitos:

1 – Não queriam fazer terapia. Iam obrigados por familiares, recomendações de escola ou conselho de amigos.

2 – Queriam fazer terapia, mas para aprender uma forma de transformar o outro, ou seja, queriam agir de forma a mudar outra pessoa e não a si mesmos, o que obviamente não é possível.

3 – Apesar de serem considerados “diferentes” ou não convencionais e buscar ajuda para tentar se encaixar em um mundo do qual não faz parte, não queriam realmente mudar. Ou seja, estavam satisfeitos com a vida que levavam, mas não agradavam outras pessoas.

Psicologia é autoconhecimento, transformação e se não há essa vontade de mudar, não há terapia.

Dentro da teoria humanista, a qual uso no meu trabalho, a relação entre o terapeuta e o paciente desempenha um papel crucial no sucesso do trabalho terapêutico. A importância do paciente é evidente em vários aspectos, contribuindo para o estabelecimento de uma aliança terapêutica eficaz, que podemos chamar de empatia, para o progresso no tratamento.

E para existir a empatia, precisa existir a verdade, ou seja, o paciente precisa quebrar algumas barreiras e estabelecer a confiança com o terapeuta. Entender que ali está uma pessoa em quem ele pode realmente se abrir e confiar e que quer ajuda-lo a encontrar um caminho melhor.

Nesse tipo de abordagem, o paciente não é um mero receptor passivo do tratamento. Pelo contrário, a colaboração ativa do paciente é fundamental. Ao participar ativamente das sessões, expressar seus pensamentos e sentimentos, o paciente contribui para a construção de um entendimento mais profundo e individualizado de suas questões.

A abertura do paciente em relação às suas experiências e desafios é crucial. Quanto mais transparente o paciente for, mais eficaz será a comunicação com o terapeuta. A autenticidade facilita o processo terapêutico, permitindo que o terapeuta compreenda melhor as necessidades do paciente e adapte as intervenções de acordo com o paciente.

Para Rogers, o criador da teoria humanista, o paciente desempenha um papel central em seu próprio processo de cura. Ao assumir responsabilidade pela sua jornada terapêutica, o paciente se torna um agente ativo na busca por mudanças positivas em sua vida. A sensação de empoderamento é fundamental para o desenvolvimento da autonomia e para a superação de desafios.

Enfim, se precisar ou quiser mudar, cuidar da sua saúde mental e da sua qualidade de vida, é hora de fazer terapia. Se estiver apenas procurando alguém que valida as suas ideias e concorde com tudo o que você diz, é melhor procurar apenas um colega.

Manipulação

A manipulação é uma força complexa que permeia muitos aspectos da vida humana, influenciando relações interpessoais, decisões políticas e até mesmo as escolhas individuais. No meio desse fenômeno está a psicologia, uma disciplina que busca compreender os mecanismos da mente humana e suas interações. Neste texto, exploraremos a relação entre manipulação e psicologia, examinando suas raízes, manifestações e o papel crucial que desempenham em nossa sociedade.

A manipulação, em sua essência, é a habilidade de influenciar ou controlar as ações, pensamentos e emoções de outras pessoas de maneira sutil ou dissimulada. Essa prática muitas vezes se aproveita dos padrões psicológicos inerentes à natureza humana, explorando fraquezas, desejos e medos para alcançar objetivos específicos. Entender as bases psicológicas da manipulação é fundamental para desvendar as complexidades desse fenômeno.

A psicologia comportamental desempenha um papel crucial na compreensão da manipulação. Teorias como o condicionamento operante de B.F. Skinner e a teoria do condicionamento clássico de Ivan Pavlov mostram como as respostas humanas podem ser moldadas por meio de recompensas, punições e associações de estímulos. Esses princípios são frequentemente explorados por manipuladores para moldar o comportamento de suas vítimas, reforçando determinadas ações enquanto desencorajam outras.

Além disso, a psicologia social oferece insights valiosos sobre como as pessoas são influenciadas pelo ambiente e pelos grupos sociais. O fenômeno conhecido como conformidade, estudado por Solomon Asch, revela como os indivíduos muitas vezes ajustam suas opiniões e comportamentos para se alinharem às normas do grupo, mesmo que discordem internamente. Manipuladores hábeis podem explorar essa necessidade de pertencimento e aceitação, conduzindo outros a agirem de acordo com seus desejos.

A teoria da persuasão, desenvolvida por pesquisadores como Robert Cialdini, identifica seis princípios fundamentais que influenciam as decisões humanas: reciprocidade, compromisso e coerência, prova social, autoridade, escassez e gosto. Esses princípios são frequentemente utilizados por manipuladores para criar narrativas persuasivas e direcionar as escolhas dos outros de maneira sutil. A compreensão desses mecanismos psicológicos permite uma análise mais profunda das estratégias de manipulação.

A manipulação também está intimamente ligada à inteligência emocional, uma área da psicologia que examina a capacidade de entender e gerenciar as emoções, tanto próprias quanto alheias. Indivíduos com alta inteligência emocional são mais suscetíveis a detectar tentativas de manipulação, enquanto aqueles com baixa inteligência emocional podem ser alvos mais fáceis. Assim, a manipulação muitas vezes explora as vulnerabilidades emocionais das pessoas, manipulando seus sentimentos para alcançar objetivos específicos.

É crucial distinguir entre influência legítima e manipulação. A influência ética busca persuadir os outros com base em argumentos lógicos, evidências sólidas e respeito mútuo. Por outro lado, a manipulação frequentemente recorre a táticas enganosas, jogos psicológicos e subterfúgios para alcançar seus fins. Reconhecer essa diferença é essencial para promover relações saudáveis e sociedades éticas.

Na esfera política, por exemplo, a manipulação psicológica se torna uma ferramenta poderosa para moldar a opinião pública e direcionar o curso das decisões coletivas.

A propaganda, por exemplo, muitas vezes se baseia em princípios psicológicos para criar narrativas persuasivas e influenciar a percepção das massas. A compreensão das vulnerabilidades psicológicas das pessoas permite que estrategistas políticos manipulem as emoções e crenças do eleitorado, moldando assim o resultado de eleições e referendos.

A ascensão das redes sociais e da era digital trouxe novos desafios e dimensões à manipulação psicológica. A coleta massiva de dados pessoais e algoritmos de aprendizado de máquina são frequentemente utilizados para personalizar mensagens e conteúdos, criando bolhas de informação que reforçam as crenças existentes e limitam a exposição a perspectivas divergentes. Essa personalização algorítmica pode moldar gradualmente as opiniões individuais, tornando os usuários vulneráveis à manipulação de informações.

A educação, como sempre digo, é uma ferramenta fundamental na prevenção da manipulação. O desenvolvimento da capacidade emocional e crítica pode ajudar as pessoas a reconhecerem tentativas de manipulação, questionarem informações duvidosas e tomarem decisões com base em informações sólidas. Além disso, promover a empatia e o entendimento mútuo pode fortalecer os laços sociais e reduzir a vulnerabilidade à manipulação.

A manipulação e a psicologia estão entrelaçadas em uma dança complexa que permeia os aspectos mais profundos da experiência humana. Compreender as bases psicológicas da manipulação é crucial para resistir a suas influências prejudiciais e promover relações interpessoais saudáveis e sociedades éticas.

Ao se sentir manipulado e ao mesmo tempo indefeso às investidas do manipulador, procure ajuda. Faça terapia!

Depressão de Fim de Ano

A “depressão de fim de ano” é um termo informal utilizado para descrever o fenômeno em que algumas pessoas experimentam sintomas depressivos durante a temporada de festas, que geralmente ocorre no final do ano, incluindo o Natal e o Ano Novo. Embora não seja reconhecido como um transtorno isolado, muitas pessoas relatam sentir-se tristes, ansiosas ou sobrecarregadas durante esse período. Vários fatores podem contribuir para esse estado de espírito, e é importante abordar essas questões de maneira sensível.

1. Expectativas elevadas: Durante as festas de fim de ano, muitas pessoas têm expectativas elevadas em relação a reuniões familiares, troca de presentes e celebrações. Quando a realidade não corresponde às expectativas, pode ocorrer frustração, desapontamento e tristeza.

2. Solidão: Para algumas pessoas, o fim de ano pode ser um momento difícil, especialmente se estiverem longe de amigos e familiares ou se tiverem perdido entes queridos. A ênfase nas relações familiares pode acentuar a solidão.

3. Pressão financeira: A pressão para comprar presentes, participar de eventos sociais e realizar viagens pode levar a dificuldades financeiras. Isso, por sua vez, pode contribuir para o estresse e a ansiedade.

4. Reflexão sobre o ano que passou: O final do ano muitas vezes é um momento em que as pessoas refletem sobre suas realizações e desafios ao longo do ano. Se houve dificuldades significativas, isso pode contribuir para sentimento de tristeza e desesperança.

5. Condições climáticas: Em algumas regiões do hemisfério norte, o inverno traz dias mais curtos, menos luz solar e temperaturas mais baixas. A falta de luz solar pode afetar o humor e contribuir para a depressão sazonal, onde a depressão de fim de ano se encaixa.

Para lidar com a “depressão de fim de ano”, é crucial praticar o autocuidado e buscar apoio quando necessário. Algumas estratégias incluem:

1. Estabelecer expectativas realistas: Aceite que nem todas as celebrações serão perfeitas. Concentre-se nas experiências significativas em vez de expectativas irreais.

2. Manter conexões sociais: Se estiver longe de amigos ou familiares, considere participar de eventos locais, voluntariar-se ou se envolver em atividades que promovam interações sociais.

3. Gerenciar o estresse financeiro: Estabeleça um orçamento realista para as festas e considere alternativas mais econômicas para presentes.

4. Buscar apoio emocional: Se estiver enfrentando sentimento de tristeza ou ansiedade, compartilhe esses sentimentos com amigos, familiares, e principalmente com um profissional de saúde mental.

5. Cuidar da saúde física e mental: Mantenha hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, exercícios regulares e sono adequado, que podem impactar positivamente o bem-estar emocional.

Se os sintomas persistirem ou se intensificarem, é fundamental procurar ajuda profissional. O psicólogo pode oferecer orientação e apoio para lidar com a depressão ou outros desafios emocionais.

Pistantrofobia

Sabemos que as fobias são medos extremos e irracionais de várias coisas, das mais comuns, às mais estranhas.

Hoje vou escrever sobre uma que tem o nome difícil, Pistantrofobia, mas que não é, infelizmente, tão incomum.

Pistantrofobia é o nome que se dá ao medo intenso e irracional de confiar em outras pessoas.

Ela comumente surge depois de uma experiência traumática, seja na vida amorosa, profissional ou familiar.

É bem comum, também infelizmente, termos na nossa vida momentos em que confiamos em alguém e depois descobrimos que essa confiança era indevida e depois de uma traição ou uma mentira no trabalho, ou qualquer outra coisa que quebra essa confiança acontece, a vida segue normalmente.

Contudo, para algumas pessoas, essa traição desencadeia um quadro severo que vai fazer com que elas tenham pavor de voltar a confiar em alguém e passar pela mesma situação novamente.

Além de fazer muito mal emocionalmente, a Pistantrofobia também causa alguns problemas físicos, entre os quais encontramos:

  • Desconforto estomacal antes ou após encontros ou reuniões.
  • Taquicardia e sudorese.

Além disso, pode desencadear outros problemas emocionais como a paranoia, quando a pessoa desconfia da sinceridade dos outros, sente medo de estar sendo manipulada ou usada, acha que sempre estão olhando e falando dela e assim por diante.

Também pode causar crises de ansiedade, dificultando a comunicação e a exposição de si mesmo e também estresse excessivo ao ser confrontado com uma situação social em que precise confiar em alguém diretamente ou indiretamente. Isso faz com que o indivíduo se isole e evite novos relacionamentos.

Assim como a maioria das fobias, por vezes o simples fato de pensar em confiar em alguém, se entregar, contar segredos ou até mesmo tarefas cotidianas, já causa os desconfortos descritos acima.

O tratamento desse medo irracional de confiar nos outros só pode ser feito através de terapia. Afinal essa fobia, se não tratada, vai acarretar certamente sérios problemas no futuro, porque é imprescindível a presença de outras pessoas nas nossas vidas. Não necessariamente em relacionamentos afetivos, mas para tarefas profissionais ou até mesmo caseiras. Precisamos de alguém para segurar uma escada, para ajudar a concluir um relatório, para consertar um chuveiro, ou até mesmo para ajudar em um almoço.

Claro que não podemos e nem devemos confiar cegamente em todo mundo, mas não podemos ter medo de confiar em algumas pessoas.

E precisamos entender que algumas dessas pessoas vão, sim, nos decepcionar, e tudo bem, fazemos terapia, aprendemos lidar com isso e vamos tentar confiar em outras pessoas de novo e quantas vezes forem necessárias.

Para construir relacionamentos saudáveis e por ventura duradouros, confiar nas pessoas é essencial, afinal a confiança é o principal pilar de uma relação e sem ela, não é possível seguir em frente.

E como vou saber se estou passando por esse problema, se tenho medo de confiar nos outros?

Alguns dos sinais de que você precisa procurar ajuda são:

  • Expectativa negativa antes de começar ou aprofundar uma relação, ou seja, já esperar por uma traição da outra pessoa.
  • Tentativa de evitar contato social, evitar outras pessoas.
  • Falta de confiança em si mesmo, e esse é um fator preponderante, pois a fobia faz com que a pessoa acredite que pode fazer com os outros o que aconteceu com ela, mesmo sem pensar ou ter vontade de fazer.
  • Não correr riscos de entregar informações sobre o trabalho ou si mesmo para outros por achar que será exposto.
  • Sabotar os próprios relacionamentos ou relações antes de descobrir uma traição.

Vamos aprender a confiar e entender que sem confiança não existe nenhum tipo de relação e vamos aprender a lidar com as frustrações e problemas causado pelas traições.

É preciso quebrar os padrões para poder ter uma vida saudável ao lado de outra pessoa, colegas e familiares.

Boa semana, sempre confiantes!

Síndrome do Ninho Vazio

A síndrome do ninho vazio é um termo utilizado para descrever um conjunto de emoções e sentimentos experimentados por pais quando seus filhos adultos ou em fase final da adolescência, deixam o lar para viver de forma independente, para criar sua própria família ou até mesmo em outros locais em virtude dos estudos ou do trabalho, mesmo que de forma temporária.

Alguns pais podem enfrentar sentimentos de solidão, tristeza, perda e até mesmo um vazio emocional quando se deparam com a ausência dos filhos em casa. As rotinas familiares são alteradas, e os pais podem se deparar com uma sensação de perda de propósito ou identidade, uma vez que grande parte de sua vida estava centrada no cuidado e na criação dos filhos.

É importante notar que a síndrome do ninho vazio não é uma condição clínica formalmente reconhecida, mas sim um termo popular para descrever essa fase de transição na vida dos pais.

Claro que nem todos os pais experimentam esses sentimentos de maneira intensa, e muitos conseguem adaptar-se positivamente à nova fase, encontrando novas oportunidades, hobbies ou reacendendo aspectos de suas vidas que foram deixados de lado enquanto criavam os filhos.

Já para aqueles que não conseguem, a superação dessa fase pode ser mais difícil e é fundamental que nesse caso busquem ajuda psicológica, para que, em conjunto com o terapeuta, os pais possam buscar e encontrar novas atividades, investir em outros relacionamentos interpessoais, não necessariamente conjugais, afinal, o casal pode ainda estar junto quando os filhos saem em busca de suas próprias vidas.

Aliás, a saída dos filhos pode oferecer uma oportunidade para os pais redescobrirem e fortalecerem sua relação conjugal. Eles podem explorar novos interesses juntos e aproveitar o tempo a sós para fortalecer os laços emocionais.

O trabalho na terapia vai oferecer aos pais apoio emocional, ajudar a reavaliar e redefinir metas e propósitos de vida.

Como fazê-los perceber que a partida dos filhos um sinal de sucesso na criação, pois eles estão se tornando independentes e preparados para enfrentar o mundo. Os pais podem se orgulhar das habilidades e valores que transmitiram aos filhos ao longo dos anos.

O importante é reconhecer esses sentimentos, compreender que são naturais e buscar maneiras construtivas de lidar com essa transição.

Na terapia os pais tendem a enxergar a importância do autocuidado, ao invés do cuidado que era reservado para os filhos, agora eles podem dedicar tempo a atividades que os fazem felizes e promovem o bem-estar pessoal. Isso pode incluir hobbies, viagens, ou simplesmente momentos de relaxamento que antes poderiam não ser possíveis ou plenos, verdadeiros.

A orientação de um profissional de saúde mental, será benéfica para lidar com os desafios emocionais associados à síndrome do ninho vazio.

Boa semana!

Inteligência Emocional

Já escrevi aqui no blog sobre inteligência emocional, mas qual é a relação entre a inteligência emocional e a psicologia?

Inteligência emocional e psicologia são conceitos inter-relacionados que desempenham papéis importantes no entendimento e manejo das emoções e no desenvolvimento pessoal e interpessoal.

A inteligência emocional refere-se à capacidade de reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções, bem como a capacidade de compreender e influenciar as emoções dos outros. Ela compreende cinco componentes principais:

  1. Autoconhecimento emocional: Reconhecimento e compreensão das próprias emoções.
  2. Controle emocional: Habilidade para lidar com emoções de maneira construtiva e controlada.
  3. Automotivação: Capacidade de motivar-se e manter-se direcionado a metas, apesar dos desafios.
  4. Empatia: Compreensão das emoções e perspectivas dos outros.
  5. Habilidades sociais: Habilidades na gestão de relacionamentos, comunicação eficaz e resolução de conflitos.

O desenvolvimento da inteligência emocional é crucial para o sucesso pessoal e profissional, pois influencia a forma como lidamos com desafios, tomamos decisões, estabelecemos relacionamentos e nos comunicamos.

Já a psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais. Envolve a compreensão de como as pessoas pensam, sentem e se comportam em diferentes situações e por isso é capaz de ajudar as pessoas a encontrarem o melhor caminho para conquistar a inteligência emocional, através da terapia, principalmente a comportamental cognitiva.

A psicologia contribui para o entendimento de uma ampla gama de questões, desde o tratamento de distúrbios mentais até a melhoria do desempenho individual e coletivo em diferentes contextos.

Em resumo, a inteligência emocional é uma habilidade específica que se concentra no gerenciamento das emoções, enquanto a psicologia é uma disciplina mais ampla que estuda o comportamento e os processos mentais humanos em diversos contextos. Ambas desempenham papéis essenciais na promoção do bem-estar e no desenvolvimento humano e quando juntas transformam a qualidade de vida das pessoas de forma positiva e propositiva.

Sente que precisa ser mais inteligente emocionalmente? Faça terapia!

Sexônia

Mais um dos distúrbios do sono do tipo parassonia, a sexônia se caracteriza com um comportamento sexual não usual que ocorre durante o sono e pode, ou não, envolver outra pessoa.

Caso envolva outra pessoa, o comportamento pode desencadear o sexo efetivo, o que pode ser um problema pois neste caso a pessoa ao lado pode ser enquadrada como vítima de abuso, mesmo com o indivíduo portador da sexônia estando inconsciente. Quando sozinho o indivíduo durante o sono pode se masturbar ou apenas realizar movimentações comuns aos atos sexuais.

A sexônia ocorre no chamado sono não-REM, sobre o qual já falamos aqui outras vezes. Neste sono o sujeito está em um estado limítrofe entre estar dormindo e o despertar e por isso normalmente não responde aos estímulos externos e tem limitação cognitiva, ou seja, não tem a real noção do que está fazendo naquele momento.

Os primeiros casos de sexônia foram relatados em meados dos anos 80 e por isso ainda há muito a ser investigado e concluído. Contudo, foi possível constatar que na grande maioria dos casos a sexônia surge em conjunto com outras parassonias, principalmente o sonambulismo e o terror noturno.

Além disso, os casos estão quase sempre associados ao consumo de drogas, lícitas ou ilícitas.

Apesar de eventualmente ocorrer com mulheres, a sexônia afeta majoritariamente pessoas do sexo masculino e dentro desse público, os mais afetados são os adultos recém saídos da adolescência.

Como é de se imaginar, o diagnóstico da sexônia é difícil, principalmente porque os indivíduos afetados normalmente não sabem que possuem um transtorno e também tem vergonha de falar sobre isso.

E quando o sujeito dorme sozinho, o diagnóstico ainda é mais complicado, pois ele não se lembra do que aconteceu e nem do que fez e nem sempre vai perceber que aconteceu alguma coisa diferente.

Quando a pessoa desconfia que tem um comportamento inadequado durante a noite, ou é alertada sobre isso, é fundamental que peça ajuda e ainda mais importante que comunique esse problema a seu par, pois, como escrevi acima, sexo sem consentimento, consciente ou não, pode gerar queixa de abuso ou violência sexual e consequentemente problemas graves para o futuro.

O tratamento pode ser medicamentoso e comportamental, ou apenas comportamental com terapia e a remoção total de substâncias que possam ser responsáveis pelo comportamento, como, principalmente, bebidas e drogas ilícitas.

Se sente estranho ao acordar ou já recebeu queixa de alguém e não se lembra do que aconteceu?

É hora mudar os hábitos, procurar um médico e começar a fazer terapia!

O Adeus nem Sempre é uma Escolha

A decisão de imigrar ou migrar para um novo local muitas vezes é impulsionada por uma variedade de fatores, como busca por oportunidades econômicas, fugir de conflitos, ou mesmo a antiga promessa de conseguir em outro lugar uma vida melhor. No entanto, essa mudança drástica também traz consigo uma série de desafios, inclusive no que diz respeito à saudade do local de origem.

A experiência de imigrantes e migrantes que deixam seus locais de origem devido a guerras ou conflitos, por exemplo, é profundamente marcada pela dificuldade emocional e pela tristeza de perceber que a possibilidade de retornar a esses lugares muitas vezes se torna apenas um sonho, do qual a realidade é o pesadelo.

Os imigrantes e migrantes normalmente se deparam com a dificuldade de se ajustar a um ambiente totalmente novo, seja em termos de cultura, língua, costumes ou clima. A adaptação a uma nova sociedade pode ser um processo complexo e demorado, marcado por momentos de isolamento, incompreensão e nostalgia. Inclusive, como estamos tendo a chance de acompanhar, por muitas vezes imigram sem sequer ter um lugar para ir, lugar para ficar, morar, passando dias e até mesmo meses em estações e aeroportos.

E isso acontece porque a decisão de deixar a terra natal em meio a conflitos armados é impulsionada por um desejo urgente de sobreviver, escapar da violência, proteger a si mesmos e às suas famílias, e buscar segurança e estabilidade em outro lugar. Contudo, essa escolha muitas vezes é carregada de pesar, pois implica na renúncia a laços profundos com o local de origem, muitas vezes marcado por memórias de infância, tradições familiares e uma identidade cultural que está ligada àquele território.

A saudade do lugar de origem é uma emoção poderosa que muitas vezes acompanha os indivíduos que se mudam para longe de casa. É mais do que simplesmente a falta física do local; é uma nostalgia profunda que abrange as experiências vividas, os laços familiares, os cheiros, os sabores e as tradições. A saudade muitas vezes se manifesta de maneiras inesperadas, como ao ouvir uma música familiar, saborear um prato típico ou mesmo ao se deparar com paisagens que evocam memórias do lugar de origem.

E nos casos de fuga em virtude de conflitos, essa tristeza daqueles que fogem de zonas de conflito é agravada pela conscientização de que a guerra pode transformar irreversivelmente o cenário que um dia chamaram de lar. As cidades e paisagens que foram testemunhas de suas vidas agora estão envoltas em destruição, e a possibilidade de retorno se torna incerta e perigosa.

Restando apenas a saudade, a imaginação e essa sensação de volta no tempo ao ouvir um som, sentir um cheiro ou o sabor de alguma coisa que remeta a infância.

E, claro, essas pessoas, principalmente as refugiadas, precisam de suporte emocional, de ajuda terapêutica, acompanhamento profissional, para tentarem criar novos laços, vínculos, trabalhar todos os medos e superar, na medida do possível, todo o terror que presenciaram, pessoalmente, ou por notícias de seus parentes ou colegas.

A psicologia salva vidas, e nesse caso, pode salvar ainda mais, trazendo essas pessoas para uma nova realidade, ajudando na aceitação, adaptação e na continuidade dos dias.

Faça terapia!

Demissexualidade

A demissexualidade é uma orientação sexual que está no espectro da sexualidade humana. Uma pessoa demissexual experimenta atração sexual apenas após desenvolver uma conexão emocional profunda e significativa com alguém. Isso significa que a atração sexual não surge imediatamente ou com base apenas em características físicas, mas sim após o estabelecimento de uma ligação emocional, o que nos dias atuais é algo bem interessante.

Os demissexuais tendem a ter dificuldade em sentir atração sexual por pessoas com quem não compartilham conexão emocional. Para essas pessoas, a atração sexual muitas vezes está vinculada à intimidade emocional, admiração, confiança e familiaridade. Isso não significa que eles não sintam atração sexual, mas essa atração está condicionada à presença de um vínculo emocional mais profundo, ou seja, demissexuais não vão sair da balada direto para o motel, por exemplo.

A demissexualidade é uma das muitas formas existentes de sexualidade, e é fundamental lembrar que assim como outras pessoas, a demissexual pode ter experiências únicas e variadas. Afinal. Como sabemos a orientação sexual é uma característica da identidade pessoal de alguém, e não uma escolha.

Os demissexuais podem se sentir desconexos, diferentes ou incomodados com seus sentimentos e quando isso acontece, a terapia é fundamental para ajuda-los no autoconhecimento, aceitação e entendimento dessa individualidade e que não há nada errado em não ser parecido com o que ele pensa ser a maioria das outras pessoas.

Cada indivíduo tem sua própria experiência no que diz respeito à atração sexual e emocional.

Justamente por isso é fundamental respeitar e compreender as diferentes orientações sexuais, incluindo a demissexualidade, para promover um ambiente de aceitação e apoio à diversidade sexual.

Sente-se perdido no meio da multidão, faça terapia!

Osteogênese Imperfeita

A osteogênese imperfeita é uma doença hereditária, causada por mutação em alguns genes específicos, que dificulta a correta formação dos ossos do sujeito e, além disso, os torna extremamente frágeis.

O principal sintoma é a fragilidade dos ossos, e essa fragilidade, acaba a tornando uma doença extremamente grave, que em alguns casos pode levar à morte da criança antes mesmo ou logo após o parto.

Essa doença é causada pelo comprometimento da síntese de colágeno, em virtude das alterações genéticas, fazendo com que os ossos se tornem muito frágeis e consequentemente se quebrem com enorme facilidade.

A osteogênese é classificada em 4 diferentes tipos, de acordo com a sua gravidade, mas todos os tipos tem algumas características semelhantes:

Claro, ossos frágeis.

Mas também perda de audição, lembrem-se, o tímpano é um ossinho, a parte branca dos olhos, chamada de esclera, pode ficar azulada, isso porque a esclera também possui colágeno e como ele não se forma, ou se forma mal, as veias ficam mais visíveis.

Dentes frágeis e mal desenvolvidos.

Além disso tudo, algumas crianças afetadas também apresentam doenças cardíacas e pulmonares.

Dentre os tipos de osteogêneses, a conhecida como tipo I é a mais leve. As crianças afetadas podem ter a esclera azul, dor nas articulações e fraturas mais frequentes na infância.

Já a osteogênese tipo II é a mais grave e fatal. Neste tipo os bebês comumente já nascem com vários ossos partidos e o cérebro fica desprotegido, pois o crânio é frágil demais e a simples pressão da retirada do bebê já pode causar sua morte. Infelizmente nesses casos, caso o bebê não morra já no parto, tem poucas semanas ou dia de expectativa de vida.

No tipo III, que também é muito grave, mas não fatal, as crianças nascem bem menores do que o esperado e a coluna curvada.

As fraturas são frequentes e por vezes acontecem com quedas ou batidas muito leves, principalmente quando a criança começa a andar.

Na osteogênese do tipo IV, as crianças tem ossos frágeis que também sofrem muitas fraturas na infância e na adolescência, tem baixa estatura, mas elas podem se beneficiar de alguns tratamentos e tem uma taxa de sobrevida relativamente alta.

Lembrando que esses tratamentos, a base de injeções de hormônio e outras medicações, não podem curar a doença, já que para ela ainda não existe cura, mas ajudar a criança a ter uma sobrevida um pouco melhor.

Para esses casos, o trabalho psicológico é tão importante para a criança, como para seus pais e responsáveis, afinal lidar com a doença e com o portador da doença, não é nada fácil.

Por isso, sempre peça ajuda a um profissional!