Fazer terapia é necessário, fundamental e transformador, mas para que os resultados apareçam, há algo mais importante até que a habilidade do terapeuta. A vontade do paciente em querer mudar.
Mas há muita gente que começa a fazer terapia, desiste logo no começo e diz: – A terapia não deu certo. A grande maioria desses casos que não tiveram sequência nesses meus mais de 25 anos de trabalho são de pessoas que preenchiam pelo menos um desses 3 requisitos:
1 – Não queriam fazer terapia. Iam obrigados por familiares, recomendações de escola ou conselho de amigos.
2 – Queriam fazer terapia, mas para aprender uma forma de transformar o outro, ou seja, queriam agir de forma a mudar outra pessoa e não a si mesmos, o que obviamente não é possível.
3 – Apesar de serem considerados “diferentes” ou não convencionais e buscar ajuda para tentar se encaixar em um mundo do qual não faz parte, não queriam realmente mudar. Ou seja, estavam satisfeitos com a vida que levavam, mas não agradavam outras pessoas.
Psicologia é autoconhecimento, transformação e se não há essa vontade de mudar, não há terapia.
Dentro da teoria humanista, a qual uso no meu trabalho, a relação entre o terapeuta e o paciente desempenha um papel crucial no sucesso do trabalho terapêutico. A importância do paciente é evidente em vários aspectos, contribuindo para o estabelecimento de uma aliança terapêutica eficaz, que podemos chamar de empatia, para o progresso no tratamento.
E para existir a empatia, precisa existir a verdade, ou seja, o paciente precisa quebrar algumas barreiras e estabelecer a confiança com o terapeuta. Entender que ali está uma pessoa em quem ele pode realmente se abrir e confiar e que quer ajuda-lo a encontrar um caminho melhor.
Nesse tipo de abordagem, o paciente não é um mero receptor passivo do tratamento. Pelo contrário, a colaboração ativa do paciente é fundamental. Ao participar ativamente das sessões, expressar seus pensamentos e sentimentos, o paciente contribui para a construção de um entendimento mais profundo e individualizado de suas questões.
A abertura do paciente em relação às suas experiências e desafios é crucial. Quanto mais transparente o paciente for, mais eficaz será a comunicação com o terapeuta. A autenticidade facilita o processo terapêutico, permitindo que o terapeuta compreenda melhor as necessidades do paciente e adapte as intervenções de acordo com o paciente.
Para Rogers, o criador da teoria humanista, o paciente desempenha um papel central em seu próprio processo de cura. Ao assumir responsabilidade pela sua jornada terapêutica, o paciente se torna um agente ativo na busca por mudanças positivas em sua vida. A sensação de empoderamento é fundamental para o desenvolvimento da autonomia e para a superação de desafios.
Enfim, se precisar ou quiser mudar, cuidar da sua saúde mental e da sua qualidade de vida, é hora de fazer terapia. Se estiver apenas procurando alguém que valida as suas ideias e concorde com tudo o que você diz, é melhor procurar apenas um colega.