Distimia

Sabemos que a depressão é uma doença muito perigosa e que deve ser tratada com medicamento, sabemos, também, que o estado depressivo, ou tristeza, é algo passageiro, motivado por um fato ou outros fatores externos e pode melhorar com o passar do tempo e ajuda terapêutica.

Mas, quando a depressão é crônica, causando irritabilidade, mau humor constante, autoestima muito baixa, desânimo, sensação de tristeza infinita e apenas pensamentos negativos, o diagnóstico é de distimia.

O que difere a distimia da depressão clássica é que a primeira não aparece de forma repentina e sem nenhuma justificativa, ela parece fazer parte daquela pessoa desde sempre, pois são constantes o mau humor, a dificuldade de convívio em sociedade a autocrítica exacerbada e sempre negativa, entre outras coisas.

E como a distimia é crônica, até ser diagnosticada o sujeito é julgado como tendo personalidade forte ou fechada e tachado como temperamental.

Para fazer o diagnóstico, o profissional deve ficar atento aos seguintes pontos levantados pelo próprio paciente ou pessoas próximas:         

  • Mau humor;
  • Irritabilidade;
  • Autoestima baixa;
  • Sensação de tristeza e falta de vontade;
  • Pensamentos negativos frequentes;
  • Falta ou excesso de apetite e transtornos do sono;
  • Falta de energia.;
  • Isolamento;
  • Exagero no uso de drogas lícitas, ou uso de drogas ilícitas e tranquilizantes.

Como escrevi acima, o maior sinal da doença é a constância, ou seja, se o indivíduo apresenta os sinais acima, ou boa parte deles por pelo menos dois anos, vai ser tratado de acordo com a distimia, caso a frequência seja menor ou esporádica, pode ser tratado como depressivo ou até mesmo como uma pessoa que no momento está passando por momentos difíceis.

Contudo, é de suma importância o correto diagnóstico, pois os pacientes portadores da distimia possuem um percentual elevadíssimo de tentativas de suicídio, entre 15 e 20%.

O tratamento desse transtorno obrigatoriamente, para ter um resultado positivo, precisa ter medicação e terapia. Isolados um ou outro não funcionam bem e não trazem a resposta esperada para o paciente. Os medicamentos vão estabelecer um controle biológico, mas apenas a terapia pode ajudar o indivíduo a se introduzir na sociedade e estabelecer relações sociais. Por outro lado, a terapia sem medicação não será eficaz, pois o sujeito não é capaz de mudar o comportamento em virtude da sua condição clínica.

Muita atenção e, como sempre, se sentindo mal, não hesite em procurar ajuda!

Apraxia da Fala

A apraxia da fala é um distúrbio neurológico visto em crianças, principalmente as portadoras do transtorno do Espectro Autista, que impacta diretamente a condição motora responsável pela fala. Isso faz com que a criança tenha dificuldade para se comunicar e pronunciar corretamente desde silabas, até sons e palavras completas.

Em linhas gerais é como se o cérebro perdesse a capacidade de organizar corretamente a ação da boca, ou seja, a criança sabe o que quer falar e como falar, mas o cérebro não consegue enviar essa informação para que exista a pronúncia correta da boca.

Quem olha a dificuldade da criança se comunicar, pode achar que ela não sabe como movimentar a boca, ou os lábios, mas na verdade o que existe é a falha cerebral que gera a comunicação disfuncional.

O distúrbio pode surgir de duas maneiras:

A primeira é a apraxia de desenvolvimento, quando a criança já nasce com ela e apresenta a dificuldade em formar palavras e criar sons desde que sempre.

A segunda é a apraxia adquirida, que surge após o início da comunicação, quando a criança conseguia falar corretamente para o seu nível de desenvolvimento e vai piorando com o tempo.

Pode-se notar que a criança é portadora do distúrbio se algumas das situações listadas abaixo ocorrer, mas nem sempre juntas, nem sempre todas, pois o desenvolvimento de cada criança é único e obedece seu tempo específico.

Se a criança aparenta ter dificuldade em movimentar a língua corretamente, ou;

Dificuldade em pronunciar algumas ou todas as letras;

Comunicação estreita e com vocabulário muito limitado;

Distorção sonora, como dificuldade de imitar pequenos animais e etc.;

Fala atrasada para a idade;

Conversa incompreensível;

Demora para completar frases, com muito tempo de intervalo entre uma palavra e outra.

Esses sinais devem fazer com que os pais procurem ajuda rapidamente.

E a ajuda inicial deve vir do neuropediatra, que vai buscar identificar a origem do problema e orientar a continuidade do tratamento e o grau de dificuldade da criança com a fala.

Posteriormente o profissional da fonoaudiologia será o responsável pela continuidade do processo, preferencialmente e de forma individual, fazendo o melhor possível para que a criança se aproxima do seu potencial máximo de comunicação e assim garantir uma qualidade de vida mais eficiente.

Com a comunicação já em melhor estágio, mas ainda atrasada em relação às outras crianças, a terapia infantil passa a fazer parte do processo para a melhor integração da criança com a escola e a comunidade.

Fique atento à fala das crianças com quem você convive e se necessário, procure ajuda!

Febre Emocional

Também conhecida como febre psicogênica, ocorre quando a temperatura corporal sobe quando a pessoa se encontra em situações de estresse, medo ou outras situações que afetam seu lado emocional.

O aumento de temperatura vai causar uma sensação de calor intenso, sudorese, dor de cabeça, entre outros possíveis sintomas físicos.

A febre emociona vai aparecer de forma mais comum em pessoas portadoras de crise de ansiedade generalizada, síndrome do pânico, entre outras doenças emocionais, mas também pode surgir em questões emocionais mais corriqueiras, como em crianças em período de adaptação em uma nova escola, por exemplo.

Por se tratar de uma questão emocional, a febre psicogênica é de difícil diagnóstico. Normalmente acaba sendo diagnosticada após todos os exames físicos apontarem para a ausência de inflamações ou infecções e nesse ponto o médico psiquiatra, através de análise clínica do paciente identifica a doença.

Nesse ponto, o médico vai analisar qual transtorno pode estar causando a febre e passar a medicação de acordo com cada caso, por exemplos ansiolíticos para acalmar e aliviar o estresse.

Além dos sintomas que escrevi acima, outros sinais devem ser observados para o correto diagnóstico, como vermelhidão na pele, cansaço excessivo sem motivo aparente e transtornos do sono.

E é importante lembrar aqui que o fato da pessoa apresentar esses sintomas não significa que ela tem febre emocional, ela deve ser levada ao médico, pois pode ser uma febre comum causada por infecção ou inflamação e podem demandar atenção diferenciada.

A causa dessa febre é a reação do cérebro ao estresse, de coisas mais graves, até as mais simples, como falar em público, por exemplo, que aumenta a temperatura corporal, fazendo os vasos sanguíneos se dilatarem, causando a vermelhidão no rosto, por exemplo.

Como escrevi acima, a febre emocional pode atingir desde crianças, até os mais maduros, sem distinguir gênero ou idade.

E o tratamento, além do acompanhamento médico e medicamentoso, deve ser feito com o psicólogo, para resolver os problemas emocionais, como a crise de ansiedade, ou até mesmo a timidez, a fim de evitar o aumento da temperatura do corpo e fazer com que o indivíduo tenha uma vida mais tranquila, sem problemas emocionais e sem febre.

Anda ficando literalmente com a cabeça quente demais?

Faça terapia!

Alergia Emocional

Quando uma alergia surge em alguma parte do corpo, ou no sistema respiratório, ou até mesmo uma alergia neurológica, tendemos a procurar quais alimentos, medicamentos ou substâncias causaram o problema. Contudo algumas vezes, essa alergia aparece em virtude questões emocionais, o que dificulta sua descoberta e faz com que o tratamento seja diferente.

Nesses casos o organismo reage de forma desregulada às emoções exageradas das pessoas, ou seja, não é um fator comum que causa a alergia, como alimentos ou algum outro agente, como poeira, fumaça, ou outras substâncias.

Isso acontece porque situações emocionas potencializam condições físicas determinantes para o surgimento da alergia. Assim como a gastrite nervosa, a enxaqueca por stress e tantos outros problemas que se manifestam fisicamente, mas tem sua origem emocional.

Também como quase toda doença emocional, muitos são os fatores que podem causar a alergia,

Por exemplo, uma resposta imunológica acentuada em momentos de estresse, ansiedade ou estado depressivo. É sabido que algumas substâncias como as catecolaminas são liberadas em situação de estresse e elas estimulam a produção interna de cortisol, que por sua vez causa ou acelera processos inflamatórios que podem ser responsáveis por piorar alguma alergia.

O estresse e a ansiedade também são como gatilhos para problemas de pele como a dermatite, psoríase, urticária, vitiligo, entre outras menos conhecidas.

Sabemos, também, que as alergias não se originam de apenas um fator, mas de vários, que começam pela própria genética, ou seja, as causas emocionais se juntas às genéticas e a outras possíveis causas e acabam criando um quadro alérgico por vezes mais grave.

Como a alergia pode aparecer na pele, no sistema respiratório ou até no neurológico, o tratamento deve ser feito de acordo com cada especialidade médica e no nosso caso como a origem é emocional, a terapia será o alicerce para a recuperação.

Isso só reforça o que escrevo por aqui frequentemente, a saúde emocional é tão importante quanto a saúde física e se não houver controle ou tratamento, o emocional pode afetar diretamente o físico.

Se cuide, faça terapia, cuide de quem é importante para você e assim tenha mais qualidade de vida e ao mesmo tempo menos complicações, menos remédios, menos médicos e mais felicidade!

Tripofobia

Sabemos, por outros tantos artigos que já escrevi, que fobias são medos exagerados de coisas ou situações, que acabam causando mal-estar e prejudicando a qualidade de vida das pessoas.

E muitas fobias são mais raras e estranhas aos olhos das pessoas que não passam pelo problema.

A Tripofobia é um desses casos.

Imagine como é viver tendo medo de coisas com buracos ou com padrões irregulares. Pois é, esse é o drama de quem convive com essa fobia.

O estudo dos transtornos mentais é continuo e novo, portanto as causas das fobias ainda não está totalmente clara, mas é possível afirmar que no caso da Tripofobia seus portadores acabam associando os buracos ou formas irregulares à imagens de possíveis situações de perigo, como por exemplo associar os buracos a pele de uma cobra, por exemplo.

E por não conseguirem diferenciar situações cotidianas das de real perigo, acabam desencadeando, inconscientemente as reações de pânico atreladas a fobia.

Esse medo exacerbado vai causar sintomas físicos como por exemplo:

– Enjoo,
– Sudorese,
– Tremedeira,
– Choro incontrolável,
– Taquicardia,
– Sensação de coceira e/ou formigamento

E também pode causar sintomas emocionais como:

– Sensação de desconforto,
– Crise de Ansiedade,
– Síndrome do Pânico.

No caso da Tripofobia, o melhor tratamento é a terapia comportamental, com um pequeno diferencial, que é levar o paciente à exposição dos objetos ou lugares em que ele fica na presença dos objetos com buracos ou forma irregulares, inclusive causadas pela própria natureza das coisas, como um morango, por exemplo.

Claro que esse trabalho é gradual e acompanhado, para não transformar o tratamento em trauma e sim fazer com que o paciente possa aos poucos controlar o medo e mudar a visão que tem dos buracos ou das coisas.

Se a fobia estiver muito avançada, também será necessário trabalhar na redução da ansiedade e eventualmente com o auxílio de medicamentos e terapias alternativas, como yoga por exemplo, para ajudar no relaxamento e na respiração.

Se identificou com algum dos pontos ou conhece alguém nessa situação inusitada?

Procure ajuda psicológica!

Psicologia Ambiental

Este ramo da psicologia trabalha o entendimento da relação entre o ser humano e o ambiente e como são transformados pelas mudanças de ambos.

Ao contrário do que se possa imaginar, a psicologia ambiental é antiga, remete ao pós II Guerra mundial e não tem relação apenas com a ecologia, mas também com a política, a geografia, a sociologia e muitos outros ramos de estudo.

Além disso, uma parte muito importante da psicologia ambiental é o estudo que avalia uma pequena casa com a cognição de seus moradores, por exemplo.

Através desses pequenos detalhes, busca compreender de que forma as sociedades foram moldadas e como podem ser modificadas de acordo com a economia, educação, segurança e saúde de cada região.

Um dos aspectos mais interessantes da psicologia ambiental é que ela enxerga o indivíduo e a sociedade ou unidade social onde vive, como sendo um único elemento, ou seja, qualquer mudança do ser humano terá impacto no ambiente que ele vive, assim como qualquer mudança no ambiente vai impactar a vida do ser humano.

Isso é fácil de ser percebido, pois desde os primeiros passos da psicologia é amplamente discutida a relação entre o paciente e seu ambiente e como os estímulos ambientais vão interferir positiva ou negativamente na formação da personalidade do indivíduo.

Além disso, a psicologia ambiental foi uma das formas de comprovar que a genética não era a única a determinar a personalidade, pois filhos de mesmos pais e mães, ainda que gêmeos, quando criados em ambientes diferentes, educados em escolas diferentes, terão personalidades diferentes.

Mais tarde descobriu-se que algund genes podem ser “ativados” ou “desativados” de acordo com o ambiente em que o sujeito vive.

E também, ficou clara a mudança que o sujeito provoca no ambiente. De acordo com essas mudanças de comportamento o ambiente vai se adaptando e os indivíduos, ao mesmo tempo, vão se adaptando ao novo ambiente.

Por exemplo, uma mudança recente de comportamento que modificou a sociedade foi a pandemia da COVID 19.

Trabalho remoto, compras online, telemedicina entre outras coisas se fortaleceram e como foi um processo duradouro, acabou causando uma mudança perpétua que criou novos hábitos, novas maneiras de ver o outro e o mundo e aos poucos todos foram se adaptando, mesmo que contra a própria vontade.

Isso acontece em pequena escala, seja nas mudanças que fazemos no nosso quarto ou na nossa casa, em média escala, quando ocorre, por exemplo, uma mudança estrutural profissional e em grande escala, quando muita gente precisa se adaptar a um ambiente novo, seja por coesão populacional, seja por desastres naturais, entre outras coisas.

Uma coisa é certa, impactamos o tempo todo o nosso ambiente e em retorno somos impactados o tempo todo por ele.

Precisamos saber nos adaptar e viver o presente, sem pensar no passado e sem antecipar o futuro!

Depressão Endógena

Como a depressão é provavelmente a doença emocional mais grave e perigosa, já escrevi e falei sobre ela nos meus vídeos muitas vezes.

E assim como a maioria dos transtornos, a depressão também tem suas variações e a depressão endógena é certamente uma das mais complicadas para ter o diagnóstico feito, isso porque não há um gatilho, um motivo, uma razão para que ela apareça.

O sujeito se vê em depressão sem que nenhum trauma, ou fato traumático tenha acontecido, simplesmente aos poucos, com o passar do tempo, dos dias, vai se sentindo triste, desanimado e não consegue encontrar explicação para esses sentimentos.

A apatia, falta de motivação e de vontade acontece, nesse caso, em virtude de alterações bioquímicas no cérebro, sem nenhum sinal exterior, por isso é chamada de endógena.

Além da dificuldade do diagnóstico, o paciente também convive com a dificuldade da aceitação das pessoas ao seu redor, pois por falta de informação, conhecimento ou o próprio diagnóstico, essas pessoas antes muito próximas, se afastam sem saber o que pensar ou o motivo da mudança de comportamento e da atitude do outro.

Mas, na verdade, o que precisa ser feito é exatamente o contrário, dar acolhimento e procurar respostas o mais rápido possível, para quando diagnosticada, a depressão ser tratada corretamente, com a medicação indicada e terapia.

Os sintomas da depressão endógena e da depressão reativa são basicamente os mesmos, com a diferença de uma ter um motivo e a outra não.

Então é bom ficar de olho quando sinais de ansiedade exacerbada aparecerem em conjunto com apatia incomum, desesperança, tristeza profunda, entre outras coisas, como por exemplo sentir-se culpado por qualquer coisa, mesmo que obviamente não o seja, perda de vontade ou até do próprio prazer em realizar atividades antes prazerosas e etc.

Além desses e outros sinais emocionais, também existem os físicos, como fadiga excessiva sem a intensidade correspondente de movimento, taquicardia, sudorese, inquietação, choro descontrolado, modificação na alimentação que vai causar perda ou ganho de peso excessivo, entre outras coisas.

E a situação fica mais urgente e mais grave, se a esses sinais somam-se pensamentos suicidas, dúvidas sobre a necessidade ou utilidade da própria existência, automutilação e também atitudes agressivas, falta de atenção e de foco em atividades comuns, sejam profissionais, ou pessoais.

Isso acaba causando isolamento social e deixa a pessoa mais suscetível a atitudes perigosas.

Por se tratar de uma mudança bioquímica, a medicação é imprescindível e o acompanhamento terapêutico não menos importante, para que o paciente se encontre, tenha resposta para as suas questões, entenda a necessidade do tratamento e aos poucos retorne à vida normal em sociedade.

Lembro, de novo, depressão é um problema grave, sério e necessita de ajuda. Não é forte quem tenta se virar sozinho, forte é aquele que entende suas fraquezas e recupera sua força com a ajuda correta!

Transtorno do Apego Reativo

Todo bebê, ao nascer e se desenvolver durante a infância, precisa de atenção, cuidados, carinho, proximidade, que sejam acalmados, alimentados, entre tantas outras coisas obvias e necessárias.

Contudo, muitas famílias, infelizmente, negligenciam esses cuidados ou, ainda pior, maltratam as crianças e as repelem, fazendo com que os laços emocionais, tão importantes, não se formem.

As crianças precisam desse apego, dessa proximidade, desse elo físico e emocional, principalmente com a mãe, mas também com as outras pessoas que ajudam a atender as necessidades delas.

É através desse cuidado que as crianças aprendem a sentir amor, confiança e aos poucos regular as suas emoções e se preparar para no futuro ter sempre relacionamentos saudáveis, na escola, em casa e para toda a vida.

A ausência desse cuidado pode ser responsável pelo transtorno do apego reativo.

E esse transtorno vai afetar a vida infantil, mas pode gerar adultos problemáticos também.

É possível perceber que a criança já está portando o transtorno quando encontramos, combinados, alguns dos sinais abaixo:

  • A criança não responder a ninguém com a expressão de emoções esperadas para a idade.
  • Não demonstra sentir culpa ou arrependimento em situações de comportamento inadequado;
  • Tem dificuldade para olhar nos olhos das outras pessoas.
  • Evita, ao invés de pedir por contato físico, inclusive dos tutores ou genitores.
  • Tem surtos de raiva ou se irrita, é teimoso e não mostra discernimentos que seriam compatíveis com as crianças da mesma idade;
  • Parece estar sempre se sentindo triste ou infeliz.
  • De acordo com o crescimento, as características vão se modificando e o indivíduo pode se tornar tímido ou demasiadamente desinibo.

Além da falta de cuidado, apego e afeto, outros pontos podem ser importantes para o desenvolvimento do transtorno, como por exemplo morar em abrigos para crianças, por motivo de abandono ou perda de pais e ausência de outros tutores, ou ainda filhos de pais com outros transtornos mentais graves ou com histórico de abuso de álcool ou outras drogas.

O foco principal do tratamento dessas crianças é a garantia de que terão um lugar seguro e onde ela possa encontrar o conforto dos bons sentimentos.

Depois, a terapia infantil para que ela possa aprender a desenvolver bons sentimentos, a receber esses sentimentos e ter um relacionamento saudável com seus novos tutores e com a sociedade.

Vamos proteger as nossas crianças! Procurem ajuda quando necessário!

Síndrome Pós-Covid

Hoje, já passados mais de 4 anos do início da pandemia e pouco mais de dois meses da decretação do fim da pandemia como emergência global, ainda temos muitas coisas a falar sobre a Covid, principalmente os sinais que ela deixa nas pessoas que foram infectadas de forma mais leve, mas também na sociedade como um todo.

Falando apenas em saúde, estudo apontaram que em torno de 80% dos pacientes que se recuperaram da doença, ficaram com alguma sequela.

Como a Covid ataca vários órgãos ao mesmo tempo, ou em pacientes diferentes, como o pulmão, coração, rins e sistema nervoso, essas sequelas podem ser muito diversas e é por isso que os casos não devem ser encerrados após o fim dos sintomas e da dispersão do vírus. Os pacientes devem ser acompanhados por três ou quatro meses para avaliar a gravidade dessas possíveis sequelas.

Claro que para aqueles casos mais graves que tiveram internação em UTI ou os moderados, mas que fizeram o paciente precisar de ajuda respiratória, precisam de mais atenção, mas mesmo aqueles com sintomas leves, precisam ficar ligados.

Pelos estudos, ainda incompletos, quem teve a forma mais grave e moderada apresenta com mais frequência sequelas como: Fibrose pulmonar, diminuição da capacidade respiratória, insuficiência coronariana, alterações neurológicas e, aqui entra a psicologia e a psiquiatria, depressão.

A depressão pode levar esse paciente que ficou à beira da morte, ou que apenas temeu por isso, a outros problemas emocionais, como ansiedade, síndrome do pânico e etc…

Outros sentimentos também podem ser observados, como arrependimento e em casos onde o paciente conseguiu se salvar, mas outro ou outros familiares não, sentimento de culpa, remorso e esses são alguns gatilhos fortes para chegar à depressão.

Como sociedade, grande parte das pessoas acabou tendo e ainda carrega consigo, problemas emocionais, alguns mais graves, alguns que puderam ser recuperados com mais brevidade, mas algo é certo, a grande maioria das pessoas não ficou imune emocionalmente à pandemia.

Também como sociedade, a forma de encarar a doença trouxe conflitos, entre aqueles que tinham medo de morrer e aqueles que tinham medo de ficar sem trabalho, sem dinheiro, sem sustento para a família. E esses conflitos, como qualquer outro, acabou gerando desconforto emocional, que só se resolve com terapia, conversa e pedidos de desculpa, que nem sempre são proferidos em virtude do orgulho ferido.

De qualquer forma, até aqueles que tiveram os sintomas mais leves, acabaram ficando com algumas sequelas, como fadiga, tonturas, taquicardia e dores musculares.

E para todos, o acompanhamento através de exames de sangue e de imagem, podem trazer a informação correta sobre a cura das sequelas ou a necessidade de continuar o acompanhamento.

E você, teve Covid? Quais suas sequelas físicas e emocionais?

Se cuide, tome precauções e fique com a mente e o corpo saudáveis!

Psicologia Genética

Desenvolvida pelo psicólogo suíço Jean Piaget, a teoria da epistemologia genética implica no estudo de como o ser humano consegue se organizar, se estruturar e aos seus olhos, explicar o mundo em que vive e como tudo isso evolui com o passar do tempo.

Utilizando-se de metodologia clínica, Piaget estudou crianças para analisar o desenvolvimento do conhecimento, passando do básico para um conhecimento maior, mais aprofundado.

Em outras palavras, podemos dizer que Piaget construí um esquema para demonstrar o nascimento da inteligência no indivíduo e seu processo de racionalização.

Por ter sido um trabalho epistemológico, ou seja, abrangendo várias áreas do conhecimento, Piaget não permeou seus estudos para serem usados na área da educação, mas por se tratar de desenvolvimento e acompanhamento da evolução do conhecimento, muito rapidamente sua teoria começou a ser utilizada na área da educação, e hoje faz parte quase que exclusivamente deste nicho.

A partir desse estudo científico, é cada vez mais possível perceber a evolução da capacidade de aprender, pensar, se desenvolver e gerar conhecimentos a partir não de suposições, mas de experiências efetivamente vividas pelas crianças.

O jeito que elas pensam, como resolvem os problemas que são passados e que surgem inesperadamente, e sua complexidade, que aumenta à medida que ela cresce e amadurece.

Seja no aprendizado e posterior desenvolvimento da linguagem e da forma de se comunicar, além de aprimorar a forma de pensar e assim ir modelando até chegar no nível final do desenvolvimento emocional, social e moral.

Todo esse conjunto é particular e se molda com o convívio com pessoas do círculo social, cultural e educacional da criança. São os conhecidos 4 fatores que segundo Piaget são os responsáveis pela psicogênese do intelecto da criança:

O fator biológico, ou seja, genético, o ambiente, as interações sociais e o equilíbrio entre suas ações.

Ou seja, uma criança que recebe estímulos em casa pode se desenvolver mais rapidamente na escola do que aquela que passa a maior parte do tempo fazendo apenas atividades repetitivas.

Para assimilar uma coisa nova, a criança vai buscar nos seus conhecimentos já organizados a informação existente e compara com a nova, por exemplo:

A criança já tem em sua mente a imagem de um cachorro, ao encontrar um gato, a crença vai modificar sua forma de ver o cachorro, e vai adicionar o gato ao seu grupo de animais conhecidos. Posteriormente, vai conseguir, dentro do grupo de cachorros, diferenciar suas raças e assim em diante. Esses dois momentos são chamados de acomodação, ao expandir seu conhecimento e assimilação, ao expandir um grupo já conhecido. Nós todos evoluímos e passamos, de forma diferentes, por diversas fases na infância, para chegarmos ao que somos hoje e passaremos isso para as futuras gerações!