Abstratos e Empatia

Sabemos que todo mundo tem vários sentimentos e sensações diferentes durante o dia. Pode ser uma preguiça logo depois que acordar, ansiedade para não se atrasar para um compromisso, medo de pegar trânsito, impaciência e impulsividade ao ver alguém andando lentamente à frente, amor ao ver um cachorrinho ganhar uma tigela de ração na rua, amizade ao cumprimentar o porteiro do prédio onde trabalha, respeito ao encarar o superior imediato ao entrar no escritório, excitação ao ver os olhos do diretor concordando com suas palavras, alegria ao receber um elogio e extravasar a felicidade em um happy hour com a galera, para chegar em casa se sentindo cansado, mas ao mesmo tempo grato por mais um dia.

E ainda podem existir vários outros sentimentos no caminho, como a saudade ao passar por um local que lembra uma pessoa amada que se foi, tristeza por não poder ajudar um andarilho que parece faminto, mas longe do seu alcance, entre outras centenas de sentimentos que nem percebemos.

Somos máquinas do sentir, e cada sensação gera as nossas ações.

Mas, o sentimento que faz muita falta para as pessoas é a empatia. Empatia para entender que todas as outras pessoas ao nosso redor passam pelo mesmo turbilhão de sentimentos diários e não temos a menor ideia de seus motivos para sentirem assim.

Não há como saber porque alguém anda devagar à sua frente, nem porque uma pessoa esteve chorando, nem o tamanho da dor da colega que acabou de bater o dedinho na quina da porta.

Não é possível sentir nada pelo outro, até quando falamos que sentimos muito pelo que o outro está passando, falamos baseados na forma que nos sentiríamos se estivéssemos no seu lugar, pois cada um sente diferente, internaliza diferente e se expressa de forma diferente.

Para uns a ansiedade pode se manifestar como uma faísca, para outros, só quando o fogo já estiver alto. Algumas pessoas enxergam a felicidade nas coisas mais simples, já outras só se sentem felizes com extravagâncias, tem gente que se intimida na presença de uma pessoa, já outros se expressam bem quando confrontam apenas uma ou duas pessoas, mas ficam envergonhados na presença de três ou mais…

Ou seja, sentimentos são abstratos, não podemos pegar nas mãos e modelar e depois de modelados entregar para que outros sintam da mesma forma.

A sua dor pode ser a razão de uma vida ser salva, suas lágrimas podem ser o sorriso de uma mãe que temia perder o filho, seu medo pode ser a coragem que alguém estava precisando e assim podemos seguir infinitamente.

Não julgue alguém pela sua própria regra, pelas suas próprias medidas, procure conhecer, entender e ter empatia se precisar emitir um julgamento, mas via de regra, simplesmente não julgue, viva a sua vida, sinta, expresse do seu jeito e deixe os abstratos dos outros sem forma nenhuma…

Ortorexia

Todos sabemos que a obesidade é um problema grave e que afeta muitas pessoas pelo mundo, causando muitos problemas de saúde.

Mas, há um novo fenômeno que está crescendo cada vez mais, que é o oposto da obesidade, a obsessão pela chamada alimentação saudável, conhecido como ortorexia, ou ortorexia nervosa.

Steve Bratman, o médico que em 1996 criou o termo, e apesar de ainda não ser reconhecida como um transtorno alimentar, ele descreve a ortorexia como tão grave quanto a bulimia ou a anorexia, com a diferença que no caso da ortorexia, os sujeitos não se preocupam com a forma física, mas apenas com a qualidade dos alimentos que consomem.

As pessoas acometidas pela ortorexia procuram não ingerir nada industrializado, nem mesmo sal e açúcar, alimentos compostos por gorduras trans, ou laticínios, são quase um crime.

Muitos não comem carne e quando comem, ainda possuem um preparo especial, como por exemplo não cozinhar os alimentos acima de 44 graus para que a maioria das enzimas são preservadas até essa temperatura.

Até aqui, aparentemente não há nenhum mal observado, apenas pessoas querendo ser saudáveis o máximo possível, mas existem consequências nada boas para pessoas assim, começando pela própria obsessão, que por si só já é preocupante, mas além disso, perde-se muito tempo para que seja possível seguir à risca tantas restrições.

Além disso, socialmente é uma dificuldade, pois comer na rua, por exemplo, é impossível, e a obsessão faz com que seja necessário preparar um kit para eventuais períodos não planejados fora de casa, como horas extras no trabalho, ou excesso de trânsito na volta para casa.

Um happy hour com os amigos, para tomar uma cerveja e beliscar alguma coisa é impensável, jantar em família pode ser bastante complicado, marcar um encontro em algum lugar onde sirvam lanches, nem pensar.

Portanto, em virtude da ortorexia, as pessoas acabam preferindo fazer suas refeições sozinhas.

Mas, não são apenas social e emocional  os problemas causados pela ortorexia, mas também físicos, pois apesar de querer alcançar uma saúde excelente através da alimentação restritiva, o sujeito acaba deixando de ingerir nutrientes essenciais, cuja ausência pode acarretar complicações graves, além de perda de peso excessiva, queda de cabelos, unhas fracas e funcionamento irregular do intestino.

O tratamento é complicado, primeiramente porque o cidadão tem dificuldade em aceitar o problema, mesmo que a própria aparência sendo suficiente para que ele percebesse que precisa de ajuda.

Depois de conseguir convencê-lo a procurar ajuda, o tratamento é multidisciplinar, envolvendo psicólogo, médico e nutricionista.

Em casos mais graves de negação ou início tardio demais, será necessária internação para a recuperação plena da saúde.

Cuidado, a obsessão pode tirar alguns dos simples prazeres da vida e muito mais. Procure ajuda!

Demência

A demência, ou distúrbio cognitivo maior, é uma diminuição, lenta e progressiva, da função mental, que afeta a memória, o pensamento, o juízo e a capacidade para aprender.

Aos poucos a pessoa começa a perder a memória, não consegue mais se comunicar de forma eficiente e concisa, diminui sua capacidade para realizar atividades, começa a apresentar desorientação espacial e cognitiva e seu comportamento pode se tornar inapropriado.

À medida em que os sintomas evoluem os portadores passam a não conseguir realizar mais suas atividades sozinhos e se tornam dependentes de familiares, ou cuidadores.

Sabemos que a memória se deteriora, principalmente em idosos, com o passar do tempo, por isso é preciso ter muito cuidado ao fazer o diagnóstico da demência, para isso são necessários exames físicos, além dos mentais, de sangue e por imagem.

Apesar de em alguns casos, raros, a demência ser revertida, em linha geral, por ser progressiva, o tratamento se concentra em manter a qualidade da função mental o maior tempo possível e com o passar do tempo, fornece cada vez mais apoio físico e emocional para a pessoa portadora do transtorno.

A maior incidência dos casos de demência se dá em pessoas acima de 65 anos e ela é a causa de mais de 50% dos casos de internação de idosos em asilos ou lares, principalmente em virtude da dificuldade das pessoas em lidar com o idoso quando o quadro de demência faz com que eles se tornem socialmente complicados em virtude de atitudes inadequadas.

Contudo é muito importante salientar que a idade avançada não é sinônimo de demência, muitas pessoas com mais de 90 anos não têm sinal nenhum da doença.

A perda de memória, principalmente a curto prazo, associada à idade ocorre normalmente em todas as pessoas, diferente da demência, mas é sempre importante ficar de olho, porque esses sintomas de perda de memória são comuns nos dois casos. Portanto é importante analisar se junto com a perda da memória outros fatores estão presentes, para então procurar ajuda e tratamento.

A deterioração da memória, nos pacientes com demência é mais grave, mas o que piora cada vez mais com o passar do tempo são as habilidades para realizar funções e atividades básicas.

 O mal de Alzheimer é uma das causas da demência, portanto é equivocada a associação entre as duas doenças, mesmo que a maioria dos casos de demência, tenha relação com o mal de Alzheimer.

Além do Alzheimer outra causa comum da demência é uma doença cerebral sem qualquer causa, que é o motivo da demência também ser conhecida como doença cerebral primária. Mas outras doenças podem ser determinantes, como Parkinson, tumores ou ferimentos na cabeça, entre outras coisas.

Fiquem sempre atentos aos sinais, desenvolvam sempre a memória, cuidem-se e cuidem dos seus!

Boa semana!

Psicose Pueperal

Também conhecida como psicose pós-parto, a psicose puerperal é provavelmente o mais grave dos transtornos e, por sorte, o menos frequente, que acomete mães logo depois do nascimento dos seus filhos.

Esse transtorno começa a ser percebido pela equipe médica poucos dias depois da mãe dar a luz à criança, quando ela começa a demonstrar sinais claros de instabilidade emocional, como confusão mental, ou seja, perda da realidade, com alucinações ou delírios, irritabilidade e nervosismo excessivo, pensar e expressar esses pensamentos de forma muito rápida e desconexa, entre outras coisas.

A causa da psicose puerperal pode advir de alguns fatores, como por exemplo a paciente ser portadora de transtorno bipolar, ou ter sido acometida em gravidez anterior pela mesma psicose, ou ainda pode ter abandonado o acompanhamento da gravidez, causando uma sensação de medo e culpa, além de fatores físicos, como a privação do sono, ou desregulação hormonal.

Esse transtorno é muito grave, pois coloca em risco a vida da criança recém-nascida, pois a mãe tem muitos sentimentos distorcidos em relação a essa criança, que podem pular de amor para ódio em questão de minutos, mas também uma confusão e indiferença para com seu rebento, por vezes inclusive o negando.

É possível, também, explicar a psicose, quando entramos no contexto de ser mãe, que para algumas mulheres é uma novidade e por muitas vezes, não houve planejamento e nem desejo pelo nascimento de um filho. Emocionalmente essas mulheres passarão por enormes mudanças, com sentimentos que podem variar de amor para medo, felicidade para tristeza, insegurança e uma perspectiva de ter que abandonar a própria vida. Além disso existe a mudança física, que quando inesperada pode trazer baixa autoestima. A maioria das mulheres acaba conseguindo lidar com todo esse turbilhão, mas nem todas.

Diferente da maioria dos casos de transtornos sobre os quais eu já escrevi por aqui, para preservar a integridade da mãe e da criança, é necessária intervenção psiquiátrica e medicamentosa com urgência.

Depois, dar início ao tratamento psicológico, sem abandonar a medicação e os retornos ao psiquiatra, até que a condição emocional da mãe seja segura para não colocar em risco a vida do filho e dela mesma.

Para quem acha que essa psicose pode ser parecida com a depressão pós-parto, podemos listar diferenças expressivas, como por exemplo o fato da depressão ter início após a chegada da mãe ao lar e se estender por meses, com leve piora no quadro, mas principalmente porque uma das características da DPP ser o medo da mãe machucar seu filho, enquanto na psicose essa situação não existe, pois a mãe nem consegue perceber seus atos e sentimentos, devido a grande confusão que se forma em sua cabeça.

Portanto, mulheres com bipolaridade diagnosticada, gravidez não planejada ou indesejada, que tenham deixado de lado o acompanhamento gestacional, devem sempre avisar a equipe médica antes do parto, para que possíveis problemas possam ser evitados.

Boa semana e até a próxima!

Transtorno Depressivo Maior

Também conhecido como depressão profunda, esse transtorno afeta as pessoas de forma a deixá-las com uma tristeza intermitente, uma sensação de vazio interior que não consegue ser preenchido com nada, irritabilidade à flor da pele, mesmo em situações corriqueiras e em consequência uma letargia que acaba impedindo a pessoa de realizar suas tarefas cotidianas.
Gosto sempre de lembrar que episódios de depressão são diferentes de tristezas momentâneas, justificadas e que com o passar do tempo vão desaparecendo e deixando de ser limitantes. A depressão profunda requer tratamento psicológico e na maioria das vezes psiquiátrico em conjunto.
Para identificar um paciente em estado de depressão profunda, primeiramente devemos observar se ele está deprimido, triste, para baixo ou sonolento em grande parte do dia e por dias seguidos e se além disso não demostra mais interesse em relação às atividades que até pouco tempo atrás gostava e ficava animado para fazer.
Além disso, alguns outros sinais, mas não necessariamente todos, podem aparecer para ajudar na identificação, tais como:

  • Mudança súbita no peso, seja para mais ou para menos.
  • Dificuldade de foco, concentração, ação e execução de atividades motoras ou mentais.
  • Cansaço sem realização de atividade física ou mental geradora de estresse.
  • Autoflagelação emocional, culpando-se por tudo ao seu redor.
  • Diálogos suicidas ou com a morte como tema recorrente.
  • Dificuldade de convívio social, seja em casa, no trabalho ou em sociedade.
    O transtorno depressivo maior é muito perigoso, pois pode levar o paciente à morte se não houver tratamento adequado e isso é mais frequente do que imaginamos, em virtude da falta de conhecimento, empatia e respeito, pois muitas pessoas ainda julgam os transtornados como preguiçosos, cheios de frescura, entre outras coisas. O que faz o paciente por vezes desistir de procurar ajuda e se culpar ainda mais pelos seus sentimentos.
    O tratamento é feito com ajuda de profissionais da saúde, como psicólogos e psiquiatras e o acompanhamento precisa ser próximo, para fazer com que o paciente não desista das sessões, tome a medicação corretamente, tenha paciência para entender que se trata de um processo e principalmente para ignorar os ignorantes que inventam teorias sobre algo que não conhecem, como dizer que só tem depressão pessoas com fraqueza de caráter, ou que a pessoa não melhora por falta de vontade.
    Lembre-se, ajudar é fundamental, mas se não tiver capacidade para fazer isso, pelo menos não atrapalhe, falando o que não sabe sobre assuntos que não conhece.
    Depressão mata!

Comportamento Suicida

Cada vez mais, é preciso observar com cuidado e atenção o comportamento das pessoas queridas e, claro, o seu próprio comportamento em diversas situações., porque infelizmente, se tornam cada vez mais frequentes os casos de suicídios.

E é muito importante, mesmo, prestar atenção nos detalhes, porque segundo a OMS, cerca de 90% dos casos de suicido poderiam ser evitados se o suicida tivesse alguém com quem conversar, manter um diálogo sadio, ou simplesmente desabafar, sem o medo da ignorância de boa parte das pessoas, ou ser visto como maluco, esquisito, entre outras coisas.

O comportamento suicida é um mal silencioso, muitas vezes os sinais que as pessoas mostram são suaves, não deixando claro o desespero e a intenção de tirar a própria vida.

Sabemos que em um mundo ideal, essa pessoa procuraria ajuda, em casa, como amigos e principalmente com um profissional, por conta própria, mas isso nem sempre acontece.

Então, não há outra saída senão ficar de olho em alguns comportamentos e indicar ajuda o mais rápido possível, sempre que alguns desses sinais for percebido.

Se uma pessoa próxima a você, ou você mesmo por vezes se pega remoendo demais coisas do passado, não faz planos e nem projetos para o futuro porque se sente desesperançoso ou sem propósito de vida, perde o foco no trabalho ou em atividades cotidianas com frequência, acenda o sinal de alerta!

Então procure observar se o humor da pessoa vem tendo alterações drásticas excessivas, se ele fala em vingança contra pessoas que o fazem se sentir envergonhado ou culpado, normalmente por situações corriqueiras.

Tente lembrar se ouviu a pessoa dizer ou ficar atento a frases ditas até por você mesmo como: “Você vai sentir saudades quando eu for embora”, “A vida não presta” ou “Preferia estar morto a passar por isso!”

Casos essas premissas sejam todas positivas e a pessoa ainda apresentar uma melhora súbita no seu humor, corra para um psicólogo e em seguida para um psiquiatra.

O suicida, quando apresenta essa melhora, normalmente já se decidiu por dar cabo à própria vida e se sente leve, até mesmo feliz por ter aceitado o seu destino.

Outros sinais, mas que dependem de um maior conhecimento do outro ou de si mesmo, também devem ser notados, diferenciando uma pessoa irresponsável ou desapegada de tudo por natureza, daqueles que começam a adotar comportamentos irresponsáveis. Por exemplo alguém que tem ciúme das suas coisas e repentinamente começa a doar seus objetos favoritos, ou que não gostam de ter contato com pessoas, mas da noite para o dia resolvem visitar os parentes, até os mais distantes.

Um amigo que mal bebia, mas agora volta bêbado para casa e ainda dirigindo, ou até mesmo que entra no mundo das drogas, esses são sinais de que esse amigo já perdeu a esperança e não tem mais medo de nada, como se morrer em um acidente fosse um prêmio para que ele não precisasse tirar a vida de outra maneira.

Por fim, sempre escrevo e digo nos meus vídeos que a depressão é perigosa e mata. E a depressão é uma das maiores causas dos suicídios. Portanto se alguém esteja se sentindo triste, sem motivo, deixa de fazer coisas que achava prazerosas, mudou sua rotina de atividades, parando a frequentar lugares que sempre disse gostar, entre outros sinais, aconselhe a procurar ajuda o mais rápido possível.

Uma consulta com um profissional pode valer muitos anos de uma nova vida! Diálogos são fundamentais para pessoas que não sabem se querem ou não continuar a viver. Uma boa conversa, pode salvar uma vida…

Peça ajuda!

Transtorno Explosivo Intermitente

O TEI, como também é conhecido, causa no paciente comportamentos agressivos frequentemente.

Os portadores da doença são conhecidos como brigões, impacientes, irascíveis, aquelas pessoas que coloquialmente chamamos de “pavio curto”, que por muito pouco causam grande confusão.

Esses comportamentos são fruto de um possível descontrole emocional extremo, principalmente no que se refere ao sentimento de raiva.

Quando o sujeito não consegue controlar seu impulso raivoso e explode muito facilmente de forma completamente desproporcional às situações apresentadas, ele precisa começar a se preocupar e procurar ajuda, pois pode ser portador do transtorno e sem tratamento pode acabar se colocando em situações desconfortáveis para si e para pessoas que possam estar lhe fazendo companhia.

Além disso, essas pessoas têm tendência a interpretar de forma equivocada alguns sinais e situações, sempre deixando a raiva se sobrepor à razão na hora de reagir a qualquer fato.

São pessoas que acabam sendo rotuladas como difíceis de lidar, pois parecem estar sempre brigando ou discutindo com alguém, além de xingar, arremessar objetos e até mesmo agredir seus interlocutores.

Depois da explosão, quando o mundo volta ao normal, esses indivíduos se arrependem, ficam envergonhados e aceitam que foram culpados por ultrapassar os limites, mas sem controle e tratamento, todo o ciclo se repete.

Normalmente os primeiros sinais surgem na adolescência e se perpetuam na fase adulta, mas existem, também, casos em que os sinais de agressividade começam a aparecer mais tarde, já na fase adulta.

Em crianças, os casos são mais raros, mas elas também podem ser portadoras do TEI e os pais ou tutores podem perceber isso pela dificuldade da criança em resolver problemas ou conflitos de forma normal, partindo sempre para a agressividade causada pelo comportamento impulsivo.

Comumente o transtorno aparece em conjunto com outras dificuldades emocionais, como depressão, bipolaridade e crises de ansiedade, o que leva o paciente a precisar de medicação em alguns casos.

A diferenciação entre casos de raiva e agressividade isolados e o transtorno pode ser notado, principalmente pela frequência e a intensidade do sentimento de raiva e da agressividade.

Essa avaliação deve ser feita por um profissional da área de psicologia ou psiquiatria.

Está se sentindo irritado demais, com raiva demais, assustando amigos e familiares?

Procure ajuda!

Síndrome de Cotard

Muito raro e conhecido também como a “síndrome do cadáver ambulante”, esse transtorno mental faz com que seu portador acredite que esteja morto, ou com órgãos internos apodrecendo, ou ainda que algumas partes de seu corpo tenham desaparecido e por fim, pode até mesmo acreditar que as pessoas ao seu redor, como amigos e familiares, e até mesmo o mundo em si, não exista mais.

Obviamente essa síndrome é extremamente perigosa, colocando seu portador em grande risco de suicídio ou automutilação.

Apesar de ter sido documentada pela primeira vez em 1880 pelo neurologista francês, que deu o nome ao transtorno, Jules Cotard,  a doença felizmente é rara e também por isso ainda não foi possível estabelecer corretamente uma causa específica para a doença, mas acredita-se que ela apareça sempre em conjunto ou após outros transtornos psicológicos, como a bipolaridade, esquizofrenia, depressão longa e profunda e outros transtornos de personalidade.

Assim como ainda não foi descoberta a causa, a doença ainda não tem cura, mas o indivíduo pode ter a vida social melhorada e com um pouco mais de qualidade quando medicada e acompanhada por um médico psiquiatra e em terapia.

Você pode descobrir que uma pessoa é portadora do transtorno prestando atenção nos seguintes sinais:

– A pessoa acredita que está morta e, portanto, pensa estar em algum lugar como céu, inferno ou purgatório.
– Falar que sente seus órgãos apodrecendo internamente.
– Dizer a todos que pode fazer o que quiser, visto que se sente imortal, por já estar morto.
– Negatividade, ou seja, um pessimismo exacerbado.
– Não demonstrar sensibilidade à dor, principalmente nos membros que ele acredita ter perdido.
– Alegar estar sentindo cheiro de coisas podres ou estragadas vindo do seu corpo.
Além de alguns sintomas que estão presentes em alguns outros transtornos, como ansiedade excessiva, alucinações constantes e pensamento suicida.
Em casos ainda mais extremos, o sujeito não se reconhece ao se olhar no espelho e nem a seus parentes ou amigos.

Como escrevi acima, o tratamento deve ser feito a base de medicação, como ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos. A terapia mais recomendada é a comportamental cognitiva, sem descartar a possibilidade da psicanalise, para que o paciente volte até o momento em que começou a apresentar os sintomas da síndrome e possa descobrir qual foi seu gatilho, ou sua causa.

É fundamental que, mesmo durante o tratamento, a pessoa não fique sozinha por períodos longos de tempo, uma vez que o risco de suicídio ou automutilação é bastante aumentado.

Cuidem-se e fiquem de olho nos que lhe são caros!

Boa semana!

Anedonia

Já escrevi e já gravei muitos vídeos falando sobre a depressão, seus riscos, causas e consequências.

Hoje vou escrever sobre a anedonia, que é um dos transtornos que normalmente acompanha as pessoas depressivas.

Esse transtorno consiste na perda da satisfação, do prazer ou do interesse em realizar atividades que antes eram consideradas muito prazerosas, como por exemplo ir ao cinema, jogar bola, assistir um filme ou ler um livro, entre outras infinitas coisas.

Sabe-se que uma das causas para a anedonia é a diminuição na produção da dopamina, hormônio relacionado a sensação de prazer. Mas além disso, outros fatores estão relacionados ao surgimento do transtorno, como uso de drogas e até medicamentos psicotrópicos, além, claro, de aparecer em conjunto com outros transtornos, como depressão ou esquizofrenia.

Quanto mais cedo e melhor identificada, mais fácil e eficiente o tratamento, com uma medicação mais direcionada e cuidado psicológico adequado.

Alguns dos sintomas em que precisamos ficar de olho, são:

– Perda de interesse inexplicável por atividades ou eventos que antes eram muito prazerosos;
– Dificuldade de foco e concentração para as tarefas do dia a dia;
– Distúrbios do sono, como insônia ou sono excessivo;
– Diminuição ou perda total da libido;
– Variações no peso, para mais ou para menos, sem que exista um planejamento ou ação voltada para isso.

Além das causas já citadas acima, a anedonia pode aparecer em pessoas portadoras do mal de Parkinson, anorexia e outros transtornos.

Os medicamentos que mais apresentam riscos para as pessoas são os antipsicóticos, muitas vezes utilizados para ajudar nos transtornos do sono e antidepressivos.

Emocionalmente, fatores externos como traumas, abusos e estresse, também estão entre os causadores do problema.

A anedonia, assim como a depressão, tem cura e seu tratamento é feito à base de medicação e terapia, para ajudar o paciente a recuperar o sentimento de prazer em suas atividades, enxergar a perspectiva que antes existia de planos para o futuro e a busca pela felicidade.

Não é um caminho fácil e também não é rápido, mas com a ajuda correta, o problema vira parte do passado.

Fiquem de olho e façam terapia!

Boa semana!

Síndrome do Pensamento Acelerado

Quando a mente fica cheia de pensamentos durante todo o tempo que a pessoa está acordada, dificultando sua concentração e foco na atividade presente, causando ansiedade e trazendo problemas para a saúde mental e até mesmo física, dizemos que ela já se encontra portando a síndrome do pensamento acelerado.

É importante salientar que não se trata do tipo de pensamentos que habitam a mente do sujeito e sim sua quantidade e a velocidade pela qual vários pensamentos passam pela mente. Mesmo bons pensamentos, ideias e lembranças positivas, são sinais da doença.

A síndrome é observada em maior quantidade em profissionais que precisam de foco no trabalho, como profissionais de saúde, professores ou escritores, mas pode acontecer com qualquer pessoa que esteja sempre sob pressão profissional. Até mesmo algumas crianças hoje em dia já apresentam sinais da doença.

Para identificar pessoas portadoras, podemos procurar por algumas características, como por exemplo pessoas que julgam 24 horas ser tempo insuficiente para realizar todas as suas tarefas.

Além disso, essas pessoas podem apresentar:

Ansiedade;
Falta de foco, dificuldade em se concentrar para as tarefas;
Pequenos lapsos de memória com maior frequência;
Se sentir cansada mesmo sem razão física para isso;
Distúrbios do sono;
Irritabilidade sensível;
Agressividade ao ser questionado por suas ações:
Sintomas físicos, como gastrite.

O excesso de estímulo cerebral, causado pela grande quantidade de informação que consumimos nos dias atuais, por telefones celulares, televisão, redes sociais e internet em geral, é outro fator importante para a causa do distúrbio.

Pensar em tantas coisas que vemos a todo momento faz com que a mente precise trabalhar o tempo todo e de forma mais rápida e isso acaba tendo um preço alto a ser pago com a saúde mental.

Para o tratamento, o primeiro passo é a terapia, eventualmente o psicólogo pode aconselhar o paciente a procurar um psiquiatra para que seja ministrada alguma dose se ansiolíticos.

Mas em conjunto com a terapia, algumas atitudes simples podem ajudar a resolver o problema com maior rapidez.

A mais importante é deixar cada atividade em seu devido lugar, como por exemplo parar de pensar no trabalho depois do expediente, ou no próximo capítulo da série, depois de terminar de assistir a um episódio.

Sempre fazer uma atividade física, ter um habito de leitura antes de dormir, ouvir uma música relaxante durante tarefas que não precisem de foco máximo ou atenção, entre outras pequenas coisas.

Precisa de ajuda para pensar menos, focar mais e viver melhor?

Agende sua consulta!

Boa semana a todos!