Transtorno Explosivo Intermitente

O TEI, como também é conhecido, causa no paciente comportamentos agressivos frequentemente.

Os portadores da doença são conhecidos como brigões, impacientes, irascíveis, aquelas pessoas que coloquialmente chamamos de “pavio curto”, que por muito pouco causam grande confusão.

Esses comportamentos são fruto de um possível descontrole emocional extremo, principalmente no que se refere ao sentimento de raiva.

Quando o sujeito não consegue controlar seu impulso raivoso e explode muito facilmente de forma completamente desproporcional às situações apresentadas, ele precisa começar a se preocupar e procurar ajuda, pois pode ser portador do transtorno e sem tratamento pode acabar se colocando em situações desconfortáveis para si e para pessoas que possam estar lhe fazendo companhia.

Além disso, essas pessoas têm tendência a interpretar de forma equivocada alguns sinais e situações, sempre deixando a raiva se sobrepor à razão na hora de reagir a qualquer fato.

São pessoas que acabam sendo rotuladas como difíceis de lidar, pois parecem estar sempre brigando ou discutindo com alguém, além de xingar, arremessar objetos e até mesmo agredir seus interlocutores.

Depois da explosão, quando o mundo volta ao normal, esses indivíduos se arrependem, ficam envergonhados e aceitam que foram culpados por ultrapassar os limites, mas sem controle e tratamento, todo o ciclo se repete.

Normalmente os primeiros sinais surgem na adolescência e se perpetuam na fase adulta, mas existem, também, casos em que os sinais de agressividade começam a aparecer mais tarde, já na fase adulta.

Em crianças, os casos são mais raros, mas elas também podem ser portadoras do TEI e os pais ou tutores podem perceber isso pela dificuldade da criança em resolver problemas ou conflitos de forma normal, partindo sempre para a agressividade causada pelo comportamento impulsivo.

Comumente o transtorno aparece em conjunto com outras dificuldades emocionais, como depressão, bipolaridade e crises de ansiedade, o que leva o paciente a precisar de medicação em alguns casos.

A diferenciação entre casos de raiva e agressividade isolados e o transtorno pode ser notado, principalmente pela frequência e a intensidade do sentimento de raiva e da agressividade.

Essa avaliação deve ser feita por um profissional da área de psicologia ou psiquiatria.

Está se sentindo irritado demais, com raiva demais, assustando amigos e familiares?

Procure ajuda!

Gravidez Psicológica

A gravidez fantasma, como também é chamada, é um transtorno psicológico que acomete mulheres e faz com que elas acreditem que estão grávidas, mas não estão. E essa crença surge com sinais físicos, como aumento da barriga e dos seios, o cansaço comum às gestantes, além da ausência de menstruação.

O primeiro ponto importante a se destacar é que a gravidez psicológica é diferente da gravidez mentirosa, onde uma mulher finge estar grávida. Na gravidez psicológica, a mulher acredita veementemente que está grávida e essa crença pode durar de semanas à meses, ou ainda em casos mais graves, o período total de uma gestação, que são os 9 meses e em casos muito raros, pode passar desse período e durar mais de um ano.

Para descobrir o transtorno é bastante simples, através dos exames rotineiros de gravidez, como testes de farmácia, exames de sangue e ultrassonografia. O difícil é convencer a futura mãe ilusória que os testes e exames estão corretos.

São muitas as possibilidades que levam a mulher ao distúrbio. O enorme desejo de engravidar por exemplo, mas também traumas anteriores, como abuso sexual, uma gestação anterior interrompida espontaneamente, ou ainda mulheres que recebem resultados de exames que a informam sobre sua infertilidade.

Além disso, a pressão do parceiro e até mesmo o medo de engravidar são possíveis causas.

E, como quase sempre, outros transtornos mentais, como depressão ou ansiedade, que causam disfunções no cérebro, podem também alterar os hormônios e crias a gravidez psicológica.

É muito importante lembrar que quando a paciente acaba encarando a realidade da gravidez psicológica, ela ficará ainda mais fragilizada emocionalmente e precisará de atenção e cuidado dos familiares e colegas, além do tratamento em conjunto entre médico ginecologista e psicólogo.

O médico vai atuar para regular o ciclo menstrual e hormonal e nos casos de dificuldade para engravidar, trabalhar nas possibilidades para que uma gravidez real e saudável seja possível.

O terapeuta vai trabalhar para, junto com a paciente descobrir o que causou a gravidez psicológica, para que ela não se repita e também para que ela aceite melhor sua condição, seja na dificuldade ou na impossibilidade de engravidar.

Em casos mais graves, também pode ser necessária a consulta com um psiquiatra, para com medicamentos temporários restabelecer as condições cerebrais e ajudar com outros transtornos.

Outro ponto muito importante é que não seja feito nenhum julgamento, pois a gravidez fantasma machuca muito a mulher acometida pela doença e quando ela descobre seu estado real, tudo o que não precisa é ouvir piadinhas bobas ou ser vista como mentirosa por aqueles que não viveram a sua dor. Mais empatia, menos conclusões precipitadas e boa semana!

Mitomania

Em época de eleições o que mais escutamos são mentiras.

Contudo, fora as mentiras contumazes de nossos políticos, o ato de mentir é inerente da espécie humana.

Normalmente mentimos para encobrir algum erro, o que é estranho, pois todos sabemos que mentir, por si só, já é um erro também, ou seja, erramos para cobrir um erro anterior, para parecermos melhores do que somos, ou sermos aceitos em situações ou locais que não seríamos se fossemos completamente honestos.

Porém, a mentira deixa de ser algo comum quando se torna frequente, desnecessária e habitual, ou seja, quando a mentira passa a fazer parte do cotidiano de uma pessoa, exatamente como um vício. Essa é a chamada mentira compulsiva, ou mitomania.

Esse distúrbio de personalidade faz com que o sujeito crie, desde pequenas histórias, até modificar completamente a história de sua própria vida, criando um mundo paralelo que só existe em suas conversas, ou casos mirabolantes do qual diz ter sido testemunha.

Como exemplo, podemos colocar um sujeito que mora em um local, mas se apresenta na internet, ou para colegas do trabalho, escola e etc., como morando em outro completamente diferente, usufruindo de uma vida que não lhe pertence e, obviamente, se escondendo e arranjando desculpas sempre que alguém pede para conhecer sua casa, ou sugere uma visita.

A mitomania é consciente, ou seja, o paciente sabe o que está fazendo e tem controle sobre suas falas. Normalmente ele usa detalhes que tendem a fazer as outras pessoas acreditarem em suas falas, busca pormenores de situações semelhantes, ou se coloca no meio de uma notícia real que viu ou leu em algum lugar.

Apesar de não haver certeza sobre as causas do transtorno, é bastante provável que ele surja em virtude da baixa autoestima do indivíduo, necessidade de afirmação ou pertencimento e outros fatores sociais.

Podemos começar a desconfiar que uma pessoa seja mitomaníaca quando alguns sinais são observados, como por exemplo:

Histórias frequentes bem contadas, de certa forma prováveis e com fatos reais conhecidos, por vezes sequenciais, como se fosse uma novela, ou pequenas crônicas;
O mitomaníaco via de regra é o personagem principal das histórias;
Não há recompensas ou vantagens obtidas pelo sujeito, ou seja, a mentira é apenas algo que se torna incontrolável;
Quando descoberto o indivíduo não apresenta remorso, culpa ou arrependimento, ao contrário, se sente satisfeito quando pessoas descobrem que foram enganadas por ele muitas vezes ou por muito tempo.

O melhor tratamento para a mitomania é a terapia tradicional, o problema é que o mitomaníaco não admite suas mentiras, o que torna difícil conseguir leva-lo ao psicólogo e torna as primeiras sessões de terapia também difíceis, até o terapeuta conseguir encurralar o mentiroso em suas próprias contradições e assim convencê-lo que de ele não pode tentar continuar enganando a todos e a si mesmo.

Anda mentindo demais ou conhece alguém assim? Procure ou indique terapia!

Vigorexia

Também conhecida como Síndrome de Adônis, a vigorexia é um transtorno psicológico que se caracteriza pela insatisfação do sujeito com o próprio corpo, se vendo de forma ilusória como muito fraco ou mal desenvolvido, quando na verdade tem o corpo perfeito e na maioria das vezes mais definido do que o corpo da maioria das pessoas.

Apesar de acometer também mulheres, o transtorno dismórfico muscular, como também é conhecida a vigorexia, é mais comum em homens na faixa etária que vai de 18 a 35 anos.

A vigorexia pode ser perigosa porque leva os indivíduos à exaustão física, aumentando a carga de exercícios porque acha que não está bom o suficiente e porque acaba levando o paciente a ingerir drogas anabolizantes para deixar o corpo, sem sucesso, da forma que gostaria.

Além da falta de percepção da qualidade do próprio corpo, outros sintomas da vigorexia que podem ser percebidos são:

– Dores musculares persistentes pelo corpo, decorrente do excesso de exercícios;
– Cansaço extremo e frequente;
– Irritabilidade, causada pela eterna insatisfação com os resultados dos exercícios e que acaba sendo sentida por pessoas que não tem relação com o problema;
– Possível depressão;
– Anorexia em virtude das restrições autoimpostas na dieta;
– Distúrbios do sono, como insônia, por exemplo;
– Queda no desempenho sexual;
– Frequência cardíaca aumentada, mesmo quando em repouso;
– Sentimento de inferioridade, sempre achando que os corpos das outras pessoas são mais bonitos ou mais bem definidos.

Caso não descoberta e tratado com rapidez, a vigorexia pode causar sérios problemas físicos, como insuficiência renal e hepática, em virtude do alto uso de proteínas, anabolizantes e esteroides, além de problemas cardíacos, redução dos testículos e consequentemente infertilidade.

Acredita-se, após pesquisas, que a causa da vigorexia seja relacionada à alterações de neurotransmissores do sistema nervoso central, normalmente causadas por doenças anteriores que acometeram o sujeito, como meningite ou encefalite.

Além das causas físicas, existem às emocionais, que podem ter seus gatilhos disparados por convivência com pessoas com um padrão de corpo muito definido e que acabam gerando no sujeito uma obsessão para que ele seja igual, para ser aceito, admirado, ou simplesmente fazer parte do grupo.

Mas como ele nunca fica satisfeito com o resultado, mesmo alertado por outras pessoas, acaba perdendo a noção da realidade do próprio corpo.

Já se viu preocupado demais com o próprio corpo e se descuidando da saúde?

Usa demais anabolizantes ou esteroides para querer atingir sempre um corpo mais definido mesmo quando todo mundo lhe avisa sobre os riscos?

Está mais do que na hora de procurar ajuda! Faça terapia!

Transtorno Afetivo Bipolar

Esse transtorno, que tem sido cada vez mais comentado, muitas vezes de forma errônea, também é conhecido simplesmente com transtorno bipolar ou TAB,  é marcado por episódios de mania e/ou hipomania e depressão e pode ser dividido em tipos.

E por quê tem sido cada vez mais comum ouvirmos falar dele?

Porque pessoas não habilitadas para falar sobre doenças ou transtornos ligados à psicologia e psiquiatria tendem a imaginar que qualquer um que tenha oscilações de humor, o que absolutamente natural, é bipolar, o que obviamente é um erro grosseiro.

Para entender o transtorno afetivo bipolar, primeiramente é preciso entender a depressão e a mania, que são os estados em que o paciente se encontra quando afetado pela doença.

Ao contrário do que se pensa comumente, depressão não é tristeza, apesar de ela ser um dos possíveis sintomas do estado. Mas nem sempre essa tristeza é o fator mais claro em um depressivo. O paciente pode se mostrar sem energia, desmotivado, pessimista, não consegue ter prazer em nada, entre outras coisas.

Já quando a pessoa se encontra no estado de mania, ela não vai necessariamente parecer feliz, mas sim com uma energia fora do normal, não apenas com coisas boas, mas também com negativas, como raiva e irritabilidade.

Podemos resumir a pessoa em estado de mania como sendo aquela que se acha capaz de fazer tudo, ao mesmo tempo, sem descanso, cheia de ilusões e até mesmo alucinações de poder.

E há o sinal mais difícil de ser notado, que é a hipomania, neste episódio o paciente se sente disposto, cheio de energia, mas sem o excesso que a mania propriamente dita apresenta.

Por fim, o que chamamos de comportamento misto, onde ao invés de ter uma variação de humor entre depressão e mania ou hipomania, os sintomas aparecem juntos, ao mesmo tempo, ou seja, uma pessoa cheia de energia, mas sem vontade de fazer nada, com uma sensação ruim inexplicável, mas cumprindo suas tarefas e sendo produtiva.

São três os tipos de oscilações para caracterizar o TAB:

Tipo I – Mania e depressão;
Tipo II – Hipomania e depressão;
Ciclotimia – Hipomania e depressão leves, este é o tipo mais difícil de ser diagnosticado.

São muitas as possíveis causas para o surgimento do transtorno, entre elas a própria genética, a herança que pode vir de pais ou avós. Mas talvez os fatores mais importantes sejam individuais, ou seja, a forma que cada indivíduo tem para lidar com seus pensamentos, emoções, problemas, socialização, entre outros fatores sociais como padrão de vida, nutrição, exposição a situações de perigo, estresse e etc.

Por se tratar de um transtorno grave e que necessita de medicação constante, o diagnóstico deve ser feito por um médico psiquiatra e o tratamento inclui acompanhamento constante de um profissional da psicologia.

Precisa de ajuda ou conhece alguém que precisa?

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Gordofobia

Não é novidade que vivemos em uma época onde a falta de empatia, de respeito e de bom senso impera.

Pessoas que são consideradas “fora do padrão” frequentemente são atacadas, seja nas redes sociais, seja nas ruas ou até mesmo veladamente em todos os locais.

Com as pessoas obesas, certamente não seria diferente.

Além da dificuldade em lidar com outras pessoas, os obesos já saem de casa, seja para trabalhar, seja para cumprir outras tarefas ou até mesmo se divertir, sabendo que terão diversos desafios pela frente, seja no transporte público, seja nos escritórios, lojas, restaurantes e todos os outros ambientes que normalmente não estão adaptados para receber pessoas grandes.

A gordofobia é o termo que utilizamos para definir o comportamento de algumas pessoas que se julgam melhores ou superiores a outras, apenas em virtude do seu porte físico, ou que desprezam, zombam e tornam as pessoas obesas alvos de piadas sem graça e bullying. Em resumo, a gordofobia é um tipo de preconceito.

E assim como todo preconceito, existe desde muito tempo, inclusive sendo a gula um dos sete pecados capitais e algumas coisas vão ainda mais longe, como por exemplo pessoas que em pesquisa respondem que preferem se relacionar com traficantes ou bandidos do que com pessoas gordas.

Além de problemas de saúde, como risco maior para diabetes, problemas cardíacos entre outros, os obesos, em virtude de todo esse preconceito e falta de adaptação, precisam lidar com problemas de saúde mental.

Atividades que deveriam ser simples, acabam se tornando uma experiência desgastante emocionalmente, como comprar roupas, por exemplo.

E o pior é que quadros de depressão, ou estado depressivo desenvolvidos pela obesidade tendem a ser sufocados pelo paciente com mais comida, assim como quadros de ansiedade, o que acaba se tornando um ciclo grave e perigoso.

Algumas marcas, de olho em um mercado, apesar de restrito, mas que aumenta bastante, começaram a criar roupas exclusivas para pessoas maiores, mas mesmo assim ainda é difícil encontrar algum modelo que caia bem, fazendo com que seja um desafio emocional ir a praia, ou vestir um vestido, por exemplo.

Passar por cima de todas as risadas, abertas ou contidas, olhares mal intencionados e por toda dificuldade de encontrar o que precisa, é um enorme desafio e além de contar com a empatia de algumas pessoas, fazer terapia pode ser fundamental para que as pessoas obesas possam viver em paz com seu corpo, sua aparência e encontrar a felicidade.

Além disso, a terapia é muito importante para as pessoas obesas que querem perder peso, fazer a cirurgia bariátrica e mudar a alimentação.

Precisa ou conhece alguém que precisa desse tipo de ajuda? Entre em contato!

Cansaço Emocional

Depois de um dia corrido, movimentado com o trabalho, prática de esportes e a rotina da casa, é comum que as pessoas sintam cansaço. Mas se essas pessoas conseguem ter uma noite boa de sono, um café da manhã saudável e boas perspectivas para o dia, tendem a se sentir revigoradas e prontas para os desafios do dia seguinte.

Esse cansaço físico, que melhora depois do descanso, de certa forma é positivo e, como vimos, fácil de ser resolvido, ao contrário do cansaço emocional.

Quando a mente não para de funcionar, os pensamentos negativos não desaparecem, os problemas são o foco dos dias e as resoluções parecem distantes.

Quando a tristeza de uma perda, um rompimento, uma demissão, toma conta de quase tudo, não há horas de cama, silêncio e nem comida na mesa que façam a pessoa se sentir descansada. O cansaço emocional é muito pior do que o tradicional, pois além de afetar diretamente o corpo, dificulta todas as demais áreas da vida da pessoa.

O sujeito parece ter um peso nas pernas que dificulta até a mobilidade, e mesmo depois de dormir, quando consegue, ao levantar parece ainda mais cansado.

Nessa situação, é muito difícil ter foco, atenção, disposição, nem pensar e se não tomar muito cuidado, o fundo do poço pode ser infinito.

O cansaço emocional, quando não tratado, leva à depressão e isso percebe-se nos sinais que ele deixa, como desinteresse, apatia, ou seja, falta de vontade de fazer qualquer coisa, mas as que antes considerava prazerosas, irritação excessiva, mesmo com coisas banais e até agressividade, quando alguém questiona seu comportamento.

Além da depressão, também pode aparecer a ansiedade e sintomas físicos, como a gastrite.

Outros sinais do cansaço emocional para todos ficarem atentos, são: O choro inexplicado, quando qualquer coisa cotidiana, como derrubar uma colher enquanto enxuga a louça, faz o indivíduo começar a chorar. Fadiga incessante, ou seja, a sensação física de cansaço mesmo sem fazer nenhuma atividade e falta de asseio, quando até mesmo escovar os dentes e pentear o cabelo parecem um desafio.

O cansaço emocional aparece quando a pessoa perde sua força mental para o que chamamos de problemas. Quando ela esquece de pensar nas possíveis soluções e foca nas consequências do que deu errado. Quando não consegue vivenciar corretamente as fases de um luto e fica presa em uma delas, quando não aceita o final de um relacionamento ou não vê perspectiva de um novo começo de carreira, ou seja, quando a mente já não consegue mais lidar com tanta frustração e surge a desesperança.

A pressão psicológica de chefes despreparados ou pais desinformados também contribui em muitos casos.

Quando alguém tem responsabilidades maiores do que pode suportar, a chance é maior dela surtar. Alia-se a isso o medo de perder o emprego ou chatear os pais e provavelmente as duas coisas, ou ao menos uma delas vai acontecer e junto vai trazer problemas emocionais.

Por fim, o mais importante aqui é saber como vencer o cansaço emocional e não deixar que ele se transforme em outros transtornos ainda mais graves.

O primeiro e mais importante de todos os passos é o autoconhecimento. Você precisa entender quais são seus limites, até onde pode chegar, o quanto precisa de descanso e saber separar o que é seu do que é do outro.

Depois, ter sempre, SEMPRE, um tempo para si mesmo. Pode estar chovendo canivetes no trabalho, seu telefone pode estar lotado de mensagens do patrão inconveniente, mas você precisa um tempo para relaxar, ouvir uma música, tomar uma taça de vinho, um banho relaxante e descansar.

Ninguém vence duas maratonas sem um intervalo de recuperação do corpo e ninguém sai impune de jornadas de trabalho ininterruptas.

Se você tentar resolver os problemas com a mente cheia, cansada, com fome e com sono, a probabilidade de não dar certo é muito maior do que resolver no dia seguinte, com a mente pronta para pensar na solução e depois descobrir o que causou o problema.

Se o cansaço partir de uma perda, viva as fases do seu luto e deixe a pessoa amada ir em paz. Tire o peso da sua consciência e cumpra o seu papel no que temos de mais importante, a vida.

E nunca, NUNCA, deixe um fim de relacionamento ou carreira afetar tão gravemente os seus dias. Sempre há a chance de recomeçar, e não há ninguém mais importante do que você mesmo para ser amado, cuidado e mimado. O fim de um relacionamento não é o fim do caminho, ele é um caminho que se abre e cada parte vai para o seu lado.

É isso pessoal, cuidem-se, sempre e se precisarem de ajuda para entender como se cuidar, procure ajuda, por vezes é muito difícil levantar sozinho, mas depois de ficar em pé, fica mais fácil caminhar sem ajuda.

Boa Semana!

F.O.M.O

FOMO é a sigla da expressão em inglês “fear of missing out”, que em português significa algo como “medo de ficar de fora”, e que se caracteriza por uma necessidade constante de saber o que outras pessoas estão fazendo, associada a sentimentos de ansiedade que impactam fortemente as atividades de vida diária, assim como a produtividade no trabalho.

Pessoas portadoras do transtorno acabam, por isso, tendo uma necessidade constante em se atualizar nas redes sociais, como FacebookInstagramTwitter ou Youtube, mesmo durante a noite, no trabalho, durante as refeições ou até mesmo ao dirigir, o que, por vezes, pode representar um perigo para a segurança.

Todos estes comportamentos são resultantes da angústia causada pela insegurança de viver offline e podem gerar ansiedade, estresse, mau humor, desconforto ou mesmo depressão.

Alguns dos sintomas característicos de pessoas com FOMO são:

  • Dedicar muito tempo às redes sociais, como Whatsapp, FacebookInstagram ou Twitter, atualizando constantemente o feed de notícias;
  • Aceitar propostas para todas as festas e eventos, por medo de perder alguma coisa ou se sentir excluído;
  • Usar o smartphone toda a hora, mesmo durante as refeições, durante o trabalho ou dirigindo;
  • Não viver o momento e ficar se preocupando com fotografias para colocar nas redes sociais;
  • Estar constantemente esperando o surgimento de novas notificações no celular;
  • Estar frequentemente de mau humor, com irritabilidade fácil e preferir ficar sozinho.

Em alguns casos, a FOMO pode ainda resultar em casos de ansiedade e, até depressão.

A necessidade de se sentir como parte de um grupo, ou até mesmo, de forma ilusória, fazer parte da vida das pessoas conhecidas e famosas é uma das causas da FOMO.

O transtorno se tornou mais comum nos casos de isolamento social, como o que aconteceu durante a pandemia de COVID-19, ou quando a pessoa tem alguma doença que não permite a saída de casa, ou ainda quando precisa realizar uma grande cirurgia em que seja necessário maior tempo de recuperação.

Nessas situações, como não há contato social direto, a pessoa tem medo de perder o que seus colegas de trabalho, ou de escola, estão fazendo, o que gera uma ansiedade constante para verificar as redes sociais.

O FOMO é mais comum entre os 16 e os 36 anos, que é o período de idades em que as redes sociais são mais utilizadas.

Algumas estratégias que podem ser adotadas para evitar a FOMO são:

  • Viver os momentos ao invés de publicá-los nas redes sociais;
  • Priorizar as pessoas que estão por perto;
  • Reduzir a utilização de smartphones, tablets, computadores ou qualquer outro dispositivo com internet;
  • Interiorizar que as pessoas que postam conteúdos na internet não têm vidas perfeitas e que escolhem os melhores momentos para partilhar.
  • Ocupar o tempo livre com outras atividades, como ler, ver filmes, jogar jogos de tabuleiro ou passear o animal de estimação.

Se necessário, e caso a pessoa esteja sofrendo de ansiedade ou mal estar grave por causa do FOMO, é aconselhado consultar um psicólogo.

Boa semana!

Sadomasoquismo

Normalmente pessoas adoram usar rótulos, principalmente baseadas em seus próprios costumes, valores e pensamentos.

Ou então entendem que suas opiniões são as corretas e que tudo aquilo que difere do seu pensamento ou do que socialmente se classifica como maioria, é esquisito, estranho ou errado.

Quando isso entra para a seara da sexualidade, as coisas ficam ainda mais fechadas, porque além do que se considera socialmente correto, entram aspectos adicionais, como a religião, por exemplo.

Isso faz com que essas pessoas entendam que só é possível sentir prazer sexual da forma usualmente chamada tradicional, ou até mesmo que sentir prazer sexual, já é errado, ou um pecado.

E não há problema nenhum com esse pensamento ou com essas atitudes, até que elas extrapolam para críticas ou vilanização de quem pratica algo ou pensa de forma diferente.

E de certa forma esse preconceito existia até mesmo na própria área da saúde, pois até bem pouco tempo atrás, 2019 para ser mais exato, o sadomasoquismo era considerado um distúrbio mental, hoje é visto apenas como uma maneira que duas pessoas encontraram para ter prazer, sexual ou não, ou seja  é apenas um comportamento pessoal e privado que não impacta em nada na saúde pública.

Afinal, ao contrário do que se pensa, o sadomasoquismo não está limitado ao sexo, e sim a união de duas pessoas que encontram prazer, uma em infringir dor e a outra em sentir dor.

Portanto, é errado afirmar que uma pessoa é sadomasoquista, isso não existe. Sempre existe o sádico e o masoquista e a união dos dois em busca do prazer cria o sadomasoquismo.

Qual o ponto mais importante em uma relação sadomasoquista? A concordância das duas partes em estabelecer e cumprir os limites do que é permitido, a intensidade da dor que será suportada e principalmente sinais que precisam ser definidos e obedecidos para que o sádico interrompa o comportamento caso o masoquista peça.

São muitos os fetiches usados pelos praticantes, como obediência, onde o masoquista obedece tudo o que lhe é ordenado, imobilizações, onde o sádico imobiliza, por vezes até a boca do parceiro, assim podendo fazer o que bem entender sem que o outro possa impedir, até coisas mais leves, como a simples adoração dos pés.

Assim como qualquer atividade prazerosa, o sadomasoquismo pode ser benéfico para quem gosta e pratica com segurança, pois além do prazer, pode ensinar às pessoas sobre seus limites, respeito, autoconhecimento, liberdade para expressar seus sentimentos, emoções e pontos de vista sem ficar com medo ou vergonha. Mesmo que a grande maioria das pessoas que praticam o sadomasoquismo ainda prefiram fazê-lo em anonimato e sem grande exposição.

Respeito à todas as diferenças e boa semana!

Mentiras inofensivas e verdades desnecessárias

A mentira faz parte da nossa vida. Não há ninguém no mundo que possa dizer “Eu nunca menti”.

Até porque a mentira aparece na fase da infância tenra, quase junto com o medo e com o começo da consciência do que é certo ou errado, bom e mau dentro da cultura que a criança vive.

Ela começa a entender que os mais velhos ficam bravos com determinadas situações e que a sensação de levar uma bronca, ou apanhar é ruim e ainda sem entender muito bem o que estão fazendo, mentem para se livrar da bronca ou dos tapas.

Mas as mentiras das crianças são normalmente fáceis de descobrir.

Me lembro de um caso meu, com a escola.

Logo no começo da minha primeira série do primário, hoje ensino fundamental, esqueci meu caderno de matemática no colégio. No diário, onde a professora passava a lição de casa, tinha lição de matemática para aquele dia. Eu, com 7 anos de idade, sabia que minha avó e minha tia iam brigar comigo se eu contasse que esqueci o caderno na sala e, na inocência de uma criança quis fazer a lição de matemática no caderno de português, porque eu ainda não entendia a diferença entre as matérias, mas para elas era óbvio. Elas descobriram meu plano e não escapei da bronca.

A adolescência, por si, é também um período muito propício às mentiras. Seja pelas notas da escola, seja pelos programas que os jovens querem fazer com os amigos ou encontros, ou por saberem que o que vão fazer vai desagradar os pais, como começar a fumar maconha, por exemplo, ou passar a noite com o namorado ainda secreto para  a família.

Claro que algumas dessas mentiras podem trazer consequências graves no futuro, mas via de regra são aceitáveis dentro da normalidade.

Contudo, alguns jovens se sentem pressionados demais por seus pais, seja para tirar notas boas na faculdade, seja para praticar um esporte, ou arrumar um emprego e acabam se desvirtuando da realidade e começam a criar uma vida paralela, baseada nas mentiras.

E as tramas acabam sendo tão complicadas que esse jovem pode se tornar um mentiroso compulsivo e em algum momento da vida, perder o rumo da realidade. Viver uma vida solitária e outra, paralela, onde ele presencia várias cenas, vive situações empolgantes, mas sempre sem testemunhas. E acaba se isolando, pois ao ser confrontado, nunca consegue falar a verdade e vai aumentando cada vez mais suas mentiras.

Existem, também, os mentirosos compulsivos, patológicos, que mesmo tendo uma vida social intensa, por vezes família e emprego fixo, precisam mentir para alguém. Seja para conquistar uma pessoa, mesmo que por uma noite, ou simplesmente para satisfazer o seu ego.

Nesses casos, eles não se preocupam em ser desmascarados, desde que seja sempre depois de terem conseguido o objetivo.

Há, também, as mentiras mais comuns, aquelas que são contadas por falta de coragem, por fraqueza, por dificuldade de assumir seus erros. Medo de perder o emprego, acabar com o relacionamento, destruir uma amizade, entre outras coisas.

São mentiras para acobertar erros no trabalho, uma traição no relacionamento, ou até mesmo para não causar uma confusão familiar. Essas mentiras sempre poderiam ser evitadas, se as pessoas tivessem um pouco mais de empatia e soubessem admitir seus erros. Até porque nesses casos, sempre outra pessoa acaba sofrendo as consequências.

Por fim, existem as mentiras inofensivas, aquelas que são contadas para evitar problemas, desgastes ou discussões desnecessárias e que não fazem mal a ninguém.

Por exemplo, mentir sobre sua posição política no meio de um almoço de família ou não contar para a namorada que antes de dormir tomou uma taça de vinho para pegar no sono, não contar para a amiga ciumenta que almoçou com outra amiga no meio da semana. Coisas assim, que não vão atrapalhar a vida de ninguém e, em contrapartida evitar discussões desgastantes e desnecessárias que não levam a nada. A essas situações, podemos chamar de verdades desnecessárias, aquelas que quando contadas não vão fazer bem a quem conta e se omitidas, não farão mal a ninguém.

Por fim, quase todo mundo cobra, o tempo todo, a verdade. Existe aquela frase pronta que diz que a dor da verdade é melhor do que a ilusão da mentira, ou que prefere as consequências da verdade e etc.

Mas, no fundo, muita gente não sabe lidar com a sinceridade, com a honestidade, de outras pessoas.

Criam expectativas e vivem em uma ilusão baseada no outro e quando são confrontadas com a verdade, não sabem lidar, choram, fazem cena, reclamam, brigam, inventam teorias para não ter que aceitar que sempre souberam a verdade e nunca foram enganadas.

Mas o melhor quase sempre é falar a verdade, para não ser acusado de mentiroso mais tarde, a menos que a verdade vá causar mais problemas do que uma mentira inofensiva…

Boa semana amigos!