DNA Emocional

Todos sabem que a herança genética é responsável por grande parte das nossas características físicas.

O que muita gente ainda discute é a herança emocional que recebemos de nossos antepassados e da sociedade em que eles viveram e que nós vivemos.

Carl Jung no início do século passado já usava em sua teoria o que chamou de inconsciente coletivo, para explicar as razões de pessoas com similaridades específicas demonstrarem o mesmo tipo de pensamento e tomarem as mesmas atitudes em determinadas situações.

Assim como as características genéticas, as emocionais vão mudando aos poucos, geração em geração, desde a evolução do homo sapiens até como somos hoje e da forma que o humano será no futuro, em alguns milhares de anos.

Por isso é muito importante nossa geração, a mais nova, que está em evidência agora e as posteriores lutem muito contra crenças, valores e preconceitos enraizados em todas as sociedades.

Aos poucos o racismo, a homofobia, o machismo e outras coisas enraizadas na sociedade dos nossos antepassados vão desaparecer e ficarão apenas alguns casos isolados, mais relacionados a doenças mentais do que características sociais.

 Também é importante lembrar que o meio em que a criança vive tem uma grande parcela de responsabilidade em sua formação emocional e quando essa formação se repete, por amor ou por dor, de geração para geração, o DNA emocional fica cada vez mais enraizado na família.

Contudo, lembre-se que independente da relação com os pais ou da criação, toda criança recebe metade dos genes dos pais biológicos e assim também com o emocional. Por isso por vezes irmãos têm características emocionais diferentes entre si, mas compatíveis com um dos genitores.

E, por fim, não podemos nos esquecer das doenças e transtornos mentais que acometem uma parcela da população e em muitos casos são genéticas e  transformam as emoções dos pacientes, por outro lado alguns transtornos não surgiram necessariamente pela genética, mas foram causados por outras doenças, fatores externos ou deficiência na formação cerebral.

A verdade é que carregamos conosco mais dos nossos antepassados do que sabemos e por vezes lá atrás, na história da família estão escondidas explicações para algumas coisas que acontecem em nosso presente.

Boa semana para todos!

Complexo de Édipo

Provavelmente você já ouviu falar sobre o complexo de Édipo e se for um pouco mais velho, como eu, deve se lembrar de uma novela em que o filho Édipo, se apaixona por sua mãe, Jocasta.

Sófocles, filósofo grego, escreveu a peça Édipo rei, na qual o filho, apaixonado pela mãe deveria matar seu pai e Freud, baseado nessa peça, criou a teoria do complexo de Édipo no início do século XX.

Segundo a teoria de Freud, o complexo de Édipo é o primeiro momento de conflito vivido pelo menino, já na primeira infância

Ele dividiu sua teoria em três partes, ou tempos, sendo a primeira a perspectiva de que a mãe é uma extensão do próprio corpo da criança e onde ela se percebe como sendo o único objeto do desejo dessa mãe. Dentro da teoria, este desejo de exclusividade seria um ato incestuoso.

Na segunda parte, já com o menino na fase da infância mais avançada, aparece a figura do pai como sendo aquele que é o concorrente direto pelo amor e cuidados da mãe, além de comumente, principalmente no início do século passado, visto como sendo aquele que  proíbe, que controla, que castiga. Era muito comum e ainda é um pouco até hoje, a mãe dizer para o filho “Se não fizer a lição, vou contar para o seu pai” ou “quando seu pai chegar vou falar tudo o que você fez.”

A terceira parte é quando a criança já está em fase de amadurecimento e o pai começa a ser um exemplo a ser seguido, alguém que o filho admira, mesmo com seus defeitos e cujas qualidades são inspiradoras e quando isso tudo corre normalmente, o complexo de Édipo se dissolve completamente.

Portanto, para Freud, o complexo se torna um problema quando não é dissolvido, quando uma das fases, ou tempos, não correm conforme o esperado.

O ciclo do complexo varia de criança para criança, mas tende a ser da fase fálica até aproximadamente os 13 anos de idade, quando o pai deixa definitivamente de ser um rival e passa a ser essa figura que o menino terá como exemplo.

A grande importância do conceito é a de formação da personalidade e entendimento da proibição do incesto e posteriormente o entendimento da necessidade de obediência às leis, além de ter papel importante na estruturação da orientação do desejo da criança.

Contudo, é importante salientar que o complexo não é apenas uma questão de vivência com os pais, afinal de contas depois de uma certa idade a criança começa a se relacionar de forma social com outros grupos, como parentes, amigos, na escola e etc.

Um caso de Édipo mal resolvido é passível de tratamento através de psicanálise e terapia tradicional.

Precisa? procure ajuda!

Sonambulismo

O sonambulismo é um, e talvez o mais comum depois da insônia, dos chamados distúrbios do sono.

Quando presente, se dá no momento mais profundo do sono e faz com que o portador pareça estar acordado, pois fica com os olhos abertos, se movimenta pelo ambiente em que se encontra, mas quando acorda, não se lembra de absolutamente nada do que aconteceu.

O sonambulismo se manifesta já na infância, normalmente em crianças com idade entre 3 e 7 anos e via de regra termina na adolescência, às vezes naturalmente e em outras ocasiões com a ajuda de um profissional da psicologia.

Apesar não haver ainda uma definição específica das causas do sonambulismo, sabemos que possivelmente esteja relacionado ao sistema nervoso ainda imaturo, o que justifica ao fato de ser mais comum em crianças e jovens.

Para os adultos sonâmbulos, as causas que se apresentam mais prováveis são:

Ausência de boas noites de sono, com ao menos 7 horas diárias;

Stress excessivo, seja no trabalho, relacionamento ou vida familiar;

Uso contínuo de medicamentos, principalmente psicotrópicos, como antidepressivos;

Ter histórico de outros distúrbios do sono, como insônia ou apneia do sono.

Apesar de ser um distúrbio que na maioria das vezes não ocorre muitas vezes na vida de um portador, o sonambulismo pode ser muito perigoso, pois coloca a pessoa em alguns riscos que podem se tornar acidentes graves, como por exemplo cair de uma escada, acender o fogão ou uma lareira, sair de casa durante a madruga e andar por vários metros, correndo risco de atropelamento, assalto ou abuso, entre tantas outras possibilidades.

Quando a família descobre o sonambulismo de alguém, precisa proteger essa pessoa, deixando-a em um quarto com a porta trancada por fora, sem objetos cortantes e janelas fechadas, principalmente se o quarto ficar em um nível superior.

Lembre-se que o portador do distúrbio não tem como saber que é sonambulo, se não for avisado por outras pessoas e não tem como controlar seus atos, pois quando é acometido pela situação, está literalmente dormindo profundamente, ou seja, sem consciência do que está fazendo ou falando.

Além de caminhar durante o sono, os sonâmbulos por vezes também conversam sozinhos, mas não tem condição de responder nenhuma pergunta e normalmente tem reações violentas quando alguém tenta o acordar abruptamente.

Entre os tantos inconvenientes causados pelo sonambulismo, os moradores da mesma casa sempre precisam verificar o lugar onde o portador do distúrbio dorme, pois ele pode urinar em cantos do quarto, abrir portas, derrubar ou espalhar objetos pelo chão, entre tantas outras coisas.

Se conhece alguém com esse problema, seja paciente, cuidadoso e compreensivo, ninguém passa por isso por vontade própria!

Boa Semana e até a próxima!

Transtorno do Jogo

Quando pensamos em jogos, normalmente associamos a atividades divertidas, brincadeiras ou até mesmo com nervosismo e em situações positivas, momentos para extravasar.

Tudo isso é comum, mas algumas formas de jogo podem causar problemas, principalmente quando envolvem dinheiro, ou demandam excesso de tempo.

Quando os jogos deixam de ser um prazer, uma forma de torcer e passam a ser problemas, aparece o chamado transtorno do jogo.

Esse transtorno é definido pelo excesso de sofrimento, prejuízo social, profissional e em outras áreas da vida, em decorrência da necessidade de jogar, sejam jogos de azar, apostas ou até mesmo jogos para computador ou videogames.

Muito similar aos transtornos causados por outros vícios, como drogas, cigarros ou bebidas, o transtorno do jogo é de difícil diagnóstico, porque seus portadores não apresentam sintomas de degradação física, interna ou externamente, apenas queda emocional, que pode ser confundida com depressão, ou outras doenças.

Nos estágios mais avançados, a felicidade parece estar presente apenas nos momentos em que o jogo está em andamento, ou quando consegue alguma vitória ou ganho financeiro e em contra partida, quando perde se sente impulsionado a tentar novamente, quantas vezes forem necessárias, normalmente até perder tudo.

A causa principal para o transtorno está ligada às áreas do cérebro que controlam o prazer e a euforia, que são as mesmas ativadas pelo uso de drogas alucinógenas. Quando o paciente ganha o jogo, essas áreas também ficam ativas e a sensação de felicidade e de querer mais tornam quase impossível contar a empolgação. Assim como a ausência dessa sensação faz com que ele continue tentando ganhar, para poder sentir-se daquela maneira novamente.

Uma vez que fisicamente a doença tem difícil diagnóstico, a família, amigos ou a própria pessoa precisa ficar atenta a alguns pontos:

Necessidade de apostar cada vez mais e aumentando o volume financeiro, pois aos poucos pequenos valores não trazem mais a sensação de felicidade;
Irritação e inquietação quando termina ou abandona um jogo;
Preocupação frequente com o próximo jogo e ansiedade para que o jogo chegue logo;
Utilizar os jogos ou apostas para tentar suprir sentimentos negativos, como tristeza, culpa ou estado depressivo;
Quando perde todo o dinheiro que tinha naquele dia, normalmente volta no dia seguinte ou posteriores com a justificativa tentar recuperar o que perdeu;
Começa a mentir para tentar esconder o vício;
Quando perde um trabalho ou relacionamento por não conseguir dispensar o tempo necessário para a pessoa com quem se relaciona ou para o trabalho;
Pede empréstimos ou começar a fazer pequenos furtos para poder se manter apostando.

O tratamento, como em todos os demais transtornos, deve ser feito através de ajuda psicológica especializada, onde o paciente vai precisar se reintegrar e trabalhar a reabilitação para deixar de perder dinheiro, tempo e vida social com o jogo. Fiquem de olhos abertos, bolsos cheios e longe do vício do jogo!

Suicídio

O número de suicídios continua aumentando, no Brasil e no mundo. E durante o período da pandemia, se acentuou ainda mais.

Mas o que leva um indivíduo a tirar a própria vida? Afinal, certamente ninguém nasce, ou cresce pensando em suicídio.

Uma terrível combinação de fatores internos e externos pode desencadear pensamentos suicidas e um ato intempestivo pode colocar ponto final em uma vida.

As causas mais recorrentes para uma pessoa buscar colocar fim à própria vida são variadas.

Questões financeiras atingem mais homens, em idade mais avançada da vida adulta. A dificuldade em aceitar uma mudança no padrão de vida, aliada ao medo do fracasso e de julgamentos externos e de dentro da própria casa, somados a um possível exagero de álcool podem fazer com que homens decidam acabar com a própria vida e alguns, antes, acabam tirando a vida até mesmo de filhos, esposas e demais parentes.

A ridícula dificuldade em aceitar o fim de um relacionamento, também é responsável por alguns casos de assassinato seguido de suicídio. Normalmente cometido por homens que se consideravam donos de suas parceiras e que não aceitam que ela siga com sua vida.

Contudo, a maior responsável pelos suicídios no mundo, inclusive da população mais jovem, ainda é a depressão.

A doença silenciosa que tira a perspectiva de futuro, que traz consigo uma tristeza inexplicável, uma ausência de vontade, um autoabandono que pode chegar a níveis insuportáveis para a mente já enfraquecida de jovens por vezes largados, por outras muito pressionados.

Uma doença que confunde, que deixa seu portador com infinitas questões sem respostas, entre elas “O que estou fazendo aqui?” ou “Qual a minha importância nesse mundo?” ou afirmações pessimistas, como “Ninguém vai notar a minha ausência”, “ninguém vai sentir a minha falta.”

E, como sempre digo e escrevo, a depressão se farta na ignorância das pessoas que negam sua existência, que agridem emocionalmente e por vezes até fisicamente os filhos, achando que são preguiçosos, mentirosos, vagabundos, entre tantas outas coisas.

E as perguntas ficam mais fortes, as respostas somem cada vez mais, a raiva toma lugar e uma tragédia está anunciada.

Por vezes, jovens depressivos tiram a vida para se vingar dos pais ausentes ou agressores, como uma forma de alertá-los de todos os seus erros e deixarem um legado enorme de culpa que jamais vai desaparecer, por mais que o tempo passe, que as fotos fiquem amareladas… Preste mais atenção aos pequenos detalhes, eles podem ser pedidos de socorro e você ao invés de ajudar, pode estar empurrando uma pessoa querida ainda mais para a ponta do precipício…

Mentes Pós-Covid

O mundo mudou, e nunca mais voltará a ser o mesmo.

Isso é um clichê, afinal o mundo muda todo dia. Novas invenções, novas tecnologias, praticidade, substituição de pessoas por processos por máquinas e por entretenimento.

Mas, depois de uma pandemia que tirou mais de 2 milhões de vidas, dizer que o mundo mudou não é apenas um clichê, é uma constatação.

As pessoas não vão mais se olhar da mesma maneira. Haverá sempre a distinção entre aqueles que buscaram refúgio no meio da pandemia e aqueles que buscavam o lucro.

Entre aqueles que choravam as mortes e aqueles que diziam que não haveria nada a ser feito, entre os que acreditavam no óbvio, na ciência e aqueles que escolheram acreditar e multiplicar mentiras.

Alguns hábitos também ficarão diferentes para sempre. Muitos continuarão usando máscaras, pois perceberam que elas protegem não apenas da Covid, mas de qualquer outra doença transmitida pelo ar.

Muita gente também vai continuar com o distanciamento social, afinal tem gente que é melhor deixar longe mesmo.

Mas, as maiores mudanças certamente serão no âmbito profissional.

O fim das reuniões presenciais, o trabalho remoto, o home office, a telemedicina e no meu caso, o atendimento on-line. Essas coisas vieram para ficar e arrisco dizer que mesmo que não houvesse a pandemia, essas mudanças aconteceriam, talvez em mais alguns anos, mas aconteceriam.

O trânsito, a emissão de carbono, as pautas sustentáveis, a economia de tempo, a evolução da velocidade das conexões, tudo isso colabora com a mudança e não há mais espaço para retroagir.

Outro grande impacto da pandemia está na mente humana, no lado emocional. Muitas famílias perderam pessoas queridas, muitas desenvolveram transtornos, como síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizada, entre outros, muitos conheceram o pior lado do medo e, claro, muitos tiveram e ainda tem que conviver com os sintomas da depressão.

Uma doença assim, que não deixa escapar nenhum cantinho do mundo, traz consequências, deixa cicatrizes, marcas profundas e que não são fáceis de apagar, na verdade, são mais fortes e penetrantes do que poderíamos imaginar.

Boa semana a todos!

Intuição

Intuição é uma palavra bastante difícil de classificar e tentar explicar. Podemos dizer que é uma forma de conhecimento que está dentro de todos, embora nem todas as pessoas saibam que o tem e nem tampouco como utilizá-lo.

A palavra provem do Latim, significa ver interiormente, ou contemplar, mas foi utilizada de forma muito diferente nos últimos tempos, por psicólogos, físicos e filósofos.

Podemos pincelar alguns, como Jung que dizia que a intuição seria um potencial de sabedoria e conhecimento necessários para a vida dentro do seu próprio interior, ou Pascal que enfatiza a intuição como produto da capacidade da mente de fazer muitas coisas ao mesmo tempo o que torna a mente consciente e capaz de fazer escolhas.

Claro que todos estão certos e os estudos comprovam muitas das teses, mas o que genericamente, todos concordam, é que a maioria das pessoas não sabe usar a sua intuição, primeiro por não acreditar nela e segundo, por ter medo de acreditar.

Eu incluiria como uma definição de intuição, a capacidade de armazenar conhecimento sobre diversos assuntos, ocasiões e fatos inconscientemente. E quando alguma coisa relacionada ao que foi armazenado acontece, já sabemos, de antemão, o resultado, o que devemos fazer, para onde fugir, para que lado correr, como escapar.

Normalmente, dizemos que a intuição salva as pessoas de desastres, problemas, ajuda a encontrar soluções, como um sexto sentido, mas eu imagino que essa intuição provém de uma análise rápida da situação e do conhecimento pré-existente em cada um de nós para lidar com elas.

Enfim, as pessoas chamadas intuitivas, são mais corajosas, mais determinadas e conseguem na maioria das vezes se sair melhor em situações de estresse, mas não porque anteveem sobrenaturalmente o que vai acontecer e sim porque estão preparadas para ouvir a sua voz interior e aceitar o que ela diz. Estão mais prontas para responder e agir porque possuem um “catálogo de respostas” guardado no Id, mas que pode ser acessado rapidamente em situações adversas.

Talvez seja por isso que uma das personalidades mais inteligentes de todos os tempos, o próprio Einstein, seja considerado também, a pessoa que melhor usou a sua intuição.

Então é hora de parar, ouvir a voz interior e agir, sem medo, sem achar que aquela voz silenciosa é loucura, porque na verdade é só você mesmo tentando se ajudar um pouquinho.

Boa semana!

Amor e Amar

Já escrevi aqui no blog, algumas vezes, sobre os sentimentos, tudo o que é abstrato, que não controlamos e que não podemos pegar e que justamente por isso é extremamente particular.

Não é possível criar uma definição única para cada sentimento, criar intensidades, medidas.

E justamente por isso problemas por vezes acontecem, porque muitas pessoas se baseiam apenas nos seus limites, na sua forma de ver e entender os sentimentos e acabam criando expectativas e consequentemente frustrações quando colocam na cabeça que seus sentimentos não são correspondidos.

E o amor certamente é o mais julgado de todos.

Tem gente que acha o amor simples, que diz “Eu te Amo” com uma semana de namoro e que depois de umas 4 semanas já está dizendo para outra pessoa, porque aquele amor acabou na semana passada.

Tem gente que só encontra o amor quando tem certeza de que a pessoa ao seu lado não será substituída, emocionalmente por ninguém. Que mesmo depois de muito tempo, talvez outras pessoas depois, aquele sentimento único vai continuar existindo.

Então, é inútil cobrar o amor que você sente, do outro, porque ele pode sentir e entender o amor de forma diferente, mais complexa, mais racional.

Agora, uma coisa é consenso quase geral. Quando assumimos que amamos alguém, esse sentimento tem que ser bom, tem que ser positivo e significar que você quer o bem e apenas o bem para aquela pessoa. Não pode existir ódio no amor, não pode existir condições no amor, senão não é amor, não é sentimento, não é abstrato, é apenas uma palavra jogada ao vento.

Se o amor é verdadeiro, independente de como você sente, da sua intensidade particular, da maneira que você acredita, ele não pode servir apenas em algumas situações.

Se você ama, de verdade, não pode querer ver seu par infeliz, ou desejar que ele sofra.

Se você diz que ama seu par só quando ele está ao seu lado, mas fecha a cara quando ele vai jogar bola, quando ela vai jantar com as amigas, quando ele passa um fim de semana fora com os amigos em  uma pescaria ou quando ela desiste daquele cinema porque está cansada, é hora de você repensar sua forma de ver o amor.

Se o que você chama de amor significa que a outra pessoa precisa estar feliz APENAS ao seu lado, talvez não seja exatamente amor o que você sente.

Pense no seu par infeliz no relacionamento que ele tem com você e pense nele extremamente feliz em um futuro relacionamento. Se você chegar à conclusão que prefere que ele esteja feliz em outro lugar, você pode ter descoberto um novo sentido para o amor. Se você quiser o prender e desejar seu fracasso ou eterna solidão, talvez o amor realmente seja apenas uma palavra.

E é por isso, que relacionamentos humanos são tão complicados, quando na verdade, deveriam ser extremamente simples.

Ame, sem cobrança, sem preocupação, sem medo. Ame em busca da felicidade e fique feliz com a felicidade de quem você ama!

Individualismo e Carência

Vivemos em sociedade, amparados por lei, regras e até mesmo moralidade social. Em boa parte dos lugares, vivemos em democracia, onde nossos desejos individuais precisam ser respeitados, desde que não ofereçam prejuízo ao respeito coletivo.

Diz-se que meu direito termina, onde começa o direito do outro, isso serve tanto para espaço, como para opiniões, pensamentos e atitudes.

Mas, infelizmente, muitos indivíduos não pensam assim, não respeitam as leis, nem determinações que o desagradam, não pensam no bem estar e nem na saúde de outras pessoas e tendem a achar que o mundo deveria girar ao seu redor.

Esses indivíduos soltam fogos ou arrancam com suas motos sem escapamento em áreas de hospitais, fazem barulho ou deixam o som do carro ligado no volume máximo de madrugada no meio de uma zona residencial, sem pensar nos idosos ou trabalhadores que precisam descansar, mas reclamam quando os pais acordam cedo no domingo e fazem barulho na cozinha.

Esses sujeitos, são egoístas, mas acima de tudo, individualistas, pois agem como se as regras, leis e bom senso não fizessem parte de sua vida.

Por outro lado, existem pessoas que não conseguem fazer nada por si, apenas seguem outras pessoas, ou criam dependência extrema de alguém.

Pessoas com a personalidade fraca o suficiente para temerem as atitudes que tomam, mas temerem ainda mais não seguirem uma ordem ou determinação de um líder e assim ficarem relegadas a segundo plano, ou de fora de um grupo. Essas pessoas normalmente se arriscam por um influenciador que via de regra, vai ignorá-la no futuro e nunca vai assumir a responsabilidade pelo que obrigou a outra pessoa a fazer.

Essas pessoas são carentes, não conseguem ter amor próprio suficiente para admitirem desconforto ou falta de vontade de fazer alguma coisa, têm medo da solidão, de serem esquecidas ou humilhadas, mas quase sempre são.

Acabam deixando a vida nas mãos de outras pessoas e são facilmente vítimas de abuso, assédio moral, bullying, entre outras coisas. E, o pior, muitas vezes demoram tanto para se dar conta disso, que quando percebem normalmente é tarde demais para o emocional se recuperar sem ajuda.

Podemos, e até devemos, discordar de algumas leis ou regras, mas é preciso debater para mudar e não simplesmente ignorar e não podemos, jamais, deixar nossa vida sob o controle de outras pessoas, afinal, ninguém é capaz de sentir a nossa dor e nem desfrutar nossa alegria e muitas pessoas se alegram apenas com a tristeza dos outros.

Cuidado e boa semana!

Síndrome de Estocolmo

Poucas coisas parecem ser tão assustadoras como um sequestro, violência, ameaça à vida e a integridade física e emocional.

Por isso pode parecer muito estranho quando falamos sobre vítimas de sequestro que se apaixonam por seus sequestradores, mas também é bastante estranho pensar em escravos que defendiam seus senhores, sobreviventes de campos de concentração gratos aos nazistas e, mais comumente, pessoas apaixonadas por parceiros abusadores e que fazem parte de relacionamentos abusivos, ou funcionários que defendem seus patrões, em casos de assédio moral.

Pessoas que se encaixam nessas situações, sofrem de um transtorno chamado síndrome de Estocolmo. Que foi assim batizada, porque o primeiro caso relatado desse transtorno ocorreu em Estocolmo, quando um bando de assaltantes invadiu um banco e na fuga levou quatro reféns. Enquanto a polícia se preocupava com os reféns, eles se juntaram para defender os agressores, servindo desde escudos humanos, até angariando fundos para a contratação de advogados de defesa para os bandidos.

Isso acontece porque pessoas afetadas pela síndrome de Estocolmo ao se sentirem em uma situação de estresse físico ou mental exteriores, inconscientemente sentem necessidade de se autopreservar da melhor maneira possível, fazendo com que elas acatem todas as regras e imposições do opressor, e internaliza essas ordens de forma a acreditar que tudo o que ele está fazendo é pelo bem de sua integridade.

Esses fatos se aliam à ideia de que naquelas situações não há mais nada a ser feito e que ninguém, além do agressor, pode ajudar a vítima e, por exemplo em casos de sequestro, pode ser sua única companhia.

Em virtude disso, a vítima aos poucos começa a enxergar seu captor, ou agressor com simpatia e até mesmo cria vínculos afetivos, como amizade ou paixão, além da gratidão, por estar viva, mesmo que sob condições negligentes e abuso.

Essa distorção da visão, faz com que o portador da síndrome fuja da realidade perigosa e até mesmo violenta a qual está submetido física e emocionalmente, trazendo um pouco de conforto no caos.

E em muitos casos, mesmo depois do resgate, da libertação e do choque de realidade, a mente humana é capaz de continuar nutrindo sentimentos positivos em relação ao agressor, e isso é bem mais comum do que pensamos, basta observar o elevado número de casos de mulheres que defendem seus maridos ou parceiros, mesmo depois de serem covardemente agredidas por eles.

Se você gosta de ler ou de filmes e se interessou por esse artigo, vai gostar d livro 3096 dias, que também virou filme e narra do ponto de vista da sequestrada um dos sequestros mais longos e conhecidos da história.

Boa semana!