O índice de desistência de cursos superiores no Brasil chega a inacreditáveis 49% na média entre todos os cursos.
Claro que isso é um reflexo da educação preparatória, que a cada dia é mais claudicante, mas também pela falta de certeza do aluno sobre o que gosta e o que quer fazer.
Claro que isso é um reflexo da educação preparatória, que a cada dia é mais claudicante, mas também pela falta de certeza do aluno sobre o que gosta e o que quer fazer.
E, em psicologia, além dos problemas citados acima, a maior “decepção” dos alunos é saber que a faculdade não o prepara para cuidar e tratar de si mesmo.
Muitas pessoas ainda se matriculam no curso, não pelo fato de gostarem do tema, se sentirem aptos a ouvir e cuidar dos outros, mas sim porque não tem coragem, são muito tímidos para procurar um profissional, ou por um sentido inócuo de autossuficiência, acabam achando que o curso vai lhes dar a faculdade de fazer uma “autoterapia”.
Muitas pessoas ainda se matriculam no curso, não pelo fato de gostarem do tema, se sentirem aptos a ouvir e cuidar dos outros, mas sim porque não tem coragem, são muito tímidos para procurar um profissional, ou por um sentido inócuo de autossuficiência, acabam achando que o curso vai lhes dar a faculdade de fazer uma “autoterapia”.
Assim como cardiologistas enfartam, oncologistas fumam, advogados são presos e garis jogam lixo no chão, psicólogos também sofrem, também têm problemas familiares, emocionais e acreditem, são humanos como todas as outras pessoas.
Até mesmo no lado profissional o terapeuta pode precisar de ajuda para aliviar a sua carga emocional.
O mais interessante é que para os estudantes de psicologia fazer terapia é quase uma obrigação, pois assim ele pode começar a entender e se familiarizar com o ambiente de trabalho que terá pela frente. Claro que o processo terapêutico neste caso é da pessoa que está em frente ao terapeuta e do aluno de psicologia, que já deve começar a aprender a se separar como profissional e indivíduo.
Depois de recém-formado, pode ser muito importante, também, o trabalho de supervisão, mas nesse caso sim, o supervisor vai ajudar com o paciente do iniciante e não apenas com as situações internas dele mesmo.
Caso o aluno opte por trabalhar diretamente sem os passos acima, corre o sério risco de acabar se “projetando” no seu paciente, ou seja, usando suas próprias crenças, pensamentos e emoções para tentar resolver o problema trazido em consulta, o que, obviamente não vai dar certo. Fazendo a sua própria terapia, psicólogos evitarão esse sentimento e poderão trabalhar com imparcialidade.
No trabalho voltado à linha de Carl Rogers, que é a que eu particularmente sigo, se não houver a empatia, ou seja, se eu não me abrir completamente para aceitar o outro do jeito que ele é e não do jeito que eu gostaria que ele fosse, seria impossível realizar o meu trabalho.
Espero ter mostrado a todos que visitam o blog as razões pelas quais a pessoa, que também nas horas de trabalho chamamos de psicólogo, também deve fazer tearapia.