Desenvolvida pelo psicólogo suíço Jean Piaget, a teoria da epistemologia genética implica no estudo de como o ser humano consegue se organizar, se estruturar e aos seus olhos, explicar o mundo em que vive e como tudo isso evolui com o passar do tempo.
Utilizando-se de metodologia clínica, Piaget estudou crianças para analisar o desenvolvimento do conhecimento, passando do básico para um conhecimento maior, mais aprofundado.
Em outras palavras, podemos dizer que Piaget construí um esquema para demonstrar o nascimento da inteligência no indivíduo e seu processo de racionalização.
Por ter sido um trabalho epistemológico, ou seja, abrangendo várias áreas do conhecimento, Piaget não permeou seus estudos para serem usados na área da educação, mas por se tratar de desenvolvimento e acompanhamento da evolução do conhecimento, muito rapidamente sua teoria começou a ser utilizada na área da educação, e hoje faz parte quase que exclusivamente deste nicho.
A partir desse estudo científico, é cada vez mais possível perceber a evolução da capacidade de aprender, pensar, se desenvolver e gerar conhecimentos a partir não de suposições, mas de experiências efetivamente vividas pelas crianças.
O jeito que elas pensam, como resolvem os problemas que são passados e que surgem inesperadamente, e sua complexidade, que aumenta à medida que ela cresce e amadurece.
Seja no aprendizado e posterior desenvolvimento da linguagem e da forma de se comunicar, além de aprimorar a forma de pensar e assim ir modelando até chegar no nível final do desenvolvimento emocional, social e moral.
Todo esse conjunto é particular e se molda com o convívio com pessoas do círculo social, cultural e educacional da criança. São os conhecidos 4 fatores que segundo Piaget são os responsáveis pela psicogênese do intelecto da criança:
O fator biológico, ou seja, genético, o ambiente, as interações sociais e o equilíbrio entre suas ações.
Ou seja, uma criança que recebe estímulos em casa pode se desenvolver mais rapidamente na escola do que aquela que passa a maior parte do tempo fazendo apenas atividades repetitivas.
Para assimilar uma coisa nova, a criança vai buscar nos seus conhecimentos já organizados a informação existente e compara com a nova, por exemplo:
A criança já tem em sua mente a imagem de um cachorro, ao encontrar um gato, a crença vai modificar sua forma de ver o cachorro, e vai adicionar o gato ao seu grupo de animais conhecidos. Posteriormente, vai conseguir, dentro do grupo de cachorros, diferenciar suas raças e assim em diante. Esses dois momentos são chamados de acomodação, ao expandir seu conhecimento e assimilação, ao expandir um grupo já conhecido. Nós todos evoluímos e passamos, de forma diferentes, por diversas fases na infância, para chegarmos ao que somos hoje e passaremos isso para as futuras gerações!