Sentir culpa não é algo raro em nossas vidas. Sempre que cometemos um erro, intencional ou não, e nos deparamos com o resultado negativo, nos sentimos culpados.
Quando a culpa reflete em outra pessoa, ou seja, quando nossos atos prejudicam alguém que não nós mesmos, essa culpa pode se transformar em remorso.
Mas o sentimento de culpa mais comum é aquele que temos para conosco. As coisas que deixamos de fazer, ou que não devíamos ter feito que nos atormentam e fazem com que nosso cérebro tente criar futuros paralelos caso a situação fosse diferente.
Nada disso adianta, a culpa que nos cabe deve ser usada como aprendizado e não ser remoída infinitamente na expectativa de encontrar um final diferente. O que precisamos é aprender a lidar com a culpa e com as nossas responsabilidades, assumir os atos e não tentar fugir nem fingir.
Existe também a culpa que criamos internamente. Situações em que fizemos tudo o que era possível, tomamos as atitudes que achávamos mais corretas e melhores para a situação que se apresentava, demos o nosso máximo, fizemos o melhor que era possível e mesmo assim o resultado não foi o esperado. Normalmente esse tipo de culpa aprece em situações de luto, quando tentamos de toda maneira encontrar soluções que mudassem o destino final. Como se fosse possível ter feito algo mais, ou diferente. Ou em situações familiares, quando nos perguntamos qual foi nosso erro, por exemplo, na educação dos filhos que no presente são tão diferentes do que gostaríamos que eles fossem.
Essa culpa não nos pertence, ela não é real, é um sentimento que precisa ser trabalhado e tratado para que não tenhamos medo de agir no futuro.
Contudo, o pior sentimento de culpa, o mais perigoso e nos que coloca em forte risco emocional é aquele que nos é colocado por outros. A culpa que carregamos sem ser nossa, que nos foi dada indevidamente por alguém incapaz de assumir seus erros, seus atos e suas responsabilidades.
Muitas pessoas, infelizmente, são assim. Culpam a vítima de forma tão eloquente que as faz acreditar que realmente são culpadas, depois fingem que a desculpam para deixar a vítima ainda mais confusa.
Essa confusão traz questionamentos irracionais, como por exemplo, – Se eu não saísse ele não ficaria bravo. Ou – Se eu me vestisse diferente ele não me trataria daquele jeito. Entre outras tantas possibilidades que tornam pessoas um arremedo da vontade alheia e com a personalidade destruída junto com a autoestima.
Nesses casos, não há saída senão um tratamento longo, complicado e pesado para que a pessoa retome as rédeas da própria vida e entenda que não era culpada e sim abusada.
Cuidado com o peso que carregam, não se deixe enganar por quem apenas que se livrar do seu próprio problema!
Ótima semana, com consciência e sem culpa, para todos nós!