Poucas coisas parecem ser tão assustadoras como um sequestro, violência, ameaça à vida e a integridade física e emocional.
Por isso pode parecer muito estranho quando falamos sobre vítimas de sequestro que se apaixonam por seus sequestradores, mas também é bastante estranho pensar em escravos que defendiam seus senhores, sobreviventes de campos de concentração gratos aos nazistas e, mais comumente, pessoas apaixonadas por parceiros abusadores e que fazem parte de relacionamentos abusivos, ou funcionários que defendem seus patrões, em casos de assédio moral.
Pessoas que se encaixam nessas situações, sofrem de um transtorno chamado síndrome de Estocolmo. Que foi assim batizada, porque o primeiro caso relatado desse transtorno ocorreu em Estocolmo, quando um bando de assaltantes invadiu um banco e na fuga levou quatro reféns. Enquanto a polícia se preocupava com os reféns, eles se juntaram para defender os agressores, servindo desde escudos humanos, até angariando fundos para a contratação de advogados de defesa para os bandidos.
Isso acontece porque pessoas afetadas pela síndrome de Estocolmo ao se sentirem em uma situação de estresse físico ou mental exteriores, inconscientemente sentem necessidade de se autopreservar da melhor maneira possível, fazendo com que elas acatem todas as regras e imposições do opressor, e internaliza essas ordens de forma a acreditar que tudo o que ele está fazendo é pelo bem de sua integridade.
Esses fatos se aliam à ideia de que naquelas situações não há mais nada a ser feito e que ninguém, além do agressor, pode ajudar a vítima e, por exemplo em casos de sequestro, pode ser sua única companhia.
Em virtude disso, a vítima aos poucos começa a enxergar seu captor, ou agressor com simpatia e até mesmo cria vínculos afetivos, como amizade ou paixão, além da gratidão, por estar viva, mesmo que sob condições negligentes e abuso.
Essa distorção da visão, faz com que o portador da síndrome fuja da realidade perigosa e até mesmo violenta a qual está submetido física e emocionalmente, trazendo um pouco de conforto no caos.
E em muitos casos, mesmo depois do resgate, da libertação e do choque de realidade, a mente humana é capaz de continuar nutrindo sentimentos positivos em relação ao agressor, e isso é bem mais comum do que pensamos, basta observar o elevado número de casos de mulheres que defendem seus maridos ou parceiros, mesmo depois de serem covardemente agredidas por eles.
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Boa semana!