Transtorno do Jogo

Quando pensamos em jogos, normalmente associamos a atividades divertidas, brincadeiras ou até mesmo com nervosismo e em situações positivas, momentos para extravasar.

Tudo isso é comum, mas algumas formas de jogo podem causar problemas, principalmente quando envolvem dinheiro, ou demandam excesso de tempo.

Quando os jogos deixam de ser um prazer, uma forma de torcer e passam a ser problemas, aparece o chamado transtorno do jogo.

Esse transtorno é definido pelo excesso de sofrimento, prejuízo social, profissional e em outras áreas da vida, em decorrência da necessidade de jogar, sejam jogos de azar, apostas ou até mesmo jogos para computador ou videogames.

Muito similar aos transtornos causados por outros vícios, como drogas, cigarros ou bebidas, o transtorno do jogo é de difícil diagnóstico, porque seus portadores não apresentam sintomas de degradação física, interna ou externamente, apenas queda emocional, que pode ser confundida com depressão, ou outras doenças.

Nos estágios mais avançados, a felicidade parece estar presente apenas nos momentos em que o jogo está em andamento, ou quando consegue alguma vitória ou ganho financeiro e em contra partida, quando perde se sente impulsionado a tentar novamente, quantas vezes forem necessárias, normalmente até perder tudo.

A causa principal para o transtorno está ligada às áreas do cérebro que controlam o prazer e a euforia, que são as mesmas ativadas pelo uso de drogas alucinógenas. Quando o paciente ganha o jogo, essas áreas também ficam ativas e a sensação de felicidade e de querer mais tornam quase impossível contar a empolgação. Assim como a ausência dessa sensação faz com que ele continue tentando ganhar, para poder sentir-se daquela maneira novamente.

Uma vez que fisicamente a doença tem difícil diagnóstico, a família, amigos ou a própria pessoa precisa ficar atenta a alguns pontos:

Necessidade de apostar cada vez mais e aumentando o volume financeiro, pois aos poucos pequenos valores não trazem mais a sensação de felicidade;
Irritação e inquietação quando termina ou abandona um jogo;
Preocupação frequente com o próximo jogo e ansiedade para que o jogo chegue logo;
Utilizar os jogos ou apostas para tentar suprir sentimentos negativos, como tristeza, culpa ou estado depressivo;
Quando perde todo o dinheiro que tinha naquele dia, normalmente volta no dia seguinte ou posteriores com a justificativa tentar recuperar o que perdeu;
Começa a mentir para tentar esconder o vício;
Quando perde um trabalho ou relacionamento por não conseguir dispensar o tempo necessário para a pessoa com quem se relaciona ou para o trabalho;
Pede empréstimos ou começar a fazer pequenos furtos para poder se manter apostando.

O tratamento, como em todos os demais transtornos, deve ser feito através de ajuda psicológica especializada, onde o paciente vai precisar se reintegrar e trabalhar a reabilitação para deixar de perder dinheiro, tempo e vida social com o jogo. Fiquem de olhos abertos, bolsos cheios e longe do vício do jogo!