Alta – A realização profissional

Infelizmente, nem todo mundo tem condição de trabalhar com aquilo que gosta, muitos não tem oportunidade de fazer um curso superior e outros tantos, mesmo com curso superior não conseguem exercer a profissão pela qual dedicaram boa parte da vida.

Para quem trabalha com o que ama, sempre há alguma situação especial, que traz alegria, prazer, satisfação pessoal.

Para mim, e acredito que para boa parte dos psicólogos e outros profissionais da saúde, não existe momento mais satisfatório do que a última sessão de um paciente, a sessão da alta.

A felicidade por saber que uma pessoa está livre dos seus problemas emocionais, mais forte para lidar com os que virão, preparada para não carregar a culpa que não lhe pertence, sem os medos que estavam atrapalhando seu sucesso pessoal ou profissional, é muito difícil de definir.

É uma confirmação dos 5 anos de estudo, das atualizações frequentes, da empatia construída, da certeza de que o caminho escolhido não poderia ser melhor.

Dar alta a um paciente é como transformar todas as interrogações que ele trouxe em exclamações, dúvidas em certezas, medo de agir em confiança, trocar a escuridão pela luz.

Nunca me esqueço da primeira alta e acho que nunca vou esquecer da última, mesmo sabendo que haverão muitas últimas ainda pela frente.

E a cada alta de um paciente, dou alta para mim mesmo, pois foi mais um ciclo de aprendizagem, responsabilidade, mais um pouquinho do meu próprio caminho construído.

Claro que nem sempre as coisas dão 100% certo. Alguns pacientes desistem no meio do caminho, às vezes por não conseguirem mais dar conta da terapia, às vezes por motivos financeiros e até mesmo por falta de empatia com o terapeuta ou com a linha de trabalho.

No começo da carreira as desistências são complicadas, porque o psicólogo, humano como é, tende a achar que o problema é ele, seus métodos, sua forma de trabalhar. Com o tempo e a experiência, descobrimos que, assim como os pacientes, não podemos e nem devemos carregar uma culpa que não nos pertence e aceitamos, apesar de tristes, o fim antecipado do trabalho.

Mas não são raros os casos de pacientes que depois de encerrarem o ciclo por conta própria voltam e fazem o trabalho até o fim.

E a satisfação do paciente também é notória, quando ele percebe que conseguiu chegar no seu objetivo, ajustar seu caminho e entender que todo mundo vive para ser feliz!

Faça terapia, encontre o seu próprio caminho para a felicidade e veja sua vida mudar!