Ética

Segundo o dicionário, Ética é um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. Mas o que isso significa ? Como definir o que é ético para cada indivíduo ou grupo ?

Nós, psicólogos, temos um código de ética que precisamos cumprir e atender, mesmo que alguns pontos sejam discordantes. Somos regidos pelo código e de certa forma julgados por ele.

Mas certamente existem profissionais da área que deixam de lado um ou outro ponto, como existe com certeza absoluta em todas as profissões.

Quando tratamos de valores, moral, as possibilidades são muito grandes, pois muitas pessoas não se importam em pedir propina para escolher um fornecedor, para colocar um produto no mercado, para definir o vencedor de uma licitação. No nosso congresso há, inclusive, quem ache isso normal.

Assim como um médico, ou uma equipe médica, pode decidir sobre a vida ou a morte de um paciente, pode julgar se aquela pessoa que está desacordada em um quarto de UTI está apenas ocupando espaço e deixando de gerar rendimento para o hospital, sem se preocupar com o lado emocional da família ou a esperança que eles trazem de um coma poder ser revertido. Será que de acordo com o ponto de vista ético o aumento de uma medicação desnecessária, a falta de uma medicação que ajudaria a manter o corpo vivo, a troca de um aparelho que estava mantendo aquela pessoa em boas condições para que um outro paciente com maiores condições de recuperação seja tratado são os procedimentos mais corretos?


Há aqueles que concordarão, principalmente os mais próximos daquele que vai receber a possibilidade de ser tratado por encontrar a vaga no hospital, aqueles que vão poder utilizar o equipamento que estava ocupado, aqueles que concordam que ficar em cima de uma cama respirando por aparelhos não é bom para ninguém. Mas haverá aqueles que vão discordar, que simplesmente se verão tendo que pensar em funeral, cemitério e enterro e terão de lidar com a tristeza e com as lágrimas por muito tempo….

TOC – Transtorno Obsessivo-Compulsivo

TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade cuja principal característica é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.
Por sua vez a obsessão é um conjunto de pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela possa controlar. Esses pensamentos se repetem de forma descontrolada, causando atitudes repetidas, as quais o sujeito não consegue parar de fazer, por mais que consiga entender que não são necessárias e que até podem ser prejudiciais. Mas a única maneira de se livrar da ansiedade é realizar o ritual criado pela mente, seguindo todas as suas regras e ordens específicas.
O TOC pode ter várias intensidades e várias formas de manifestação. Seja aquela pessoa que para dormir precisa verificar todas as portas e janelas e seguir um ritual de verificação ordenado, mexendo na maçaneta, girando a chave, passando a mão pelas bordas e etc… Pode ser através da limpeza, lavado as mãos o tempo todo, como pode ser alguma coisa completamente distinta e diferente, como não conseguir dormir enquanto não ver um carro laranja passando na rua da casa.
Alguns portadores do TOC imaginam que, se não agirem exatamente dessa forma, algo terrível pode acontecer, como a casa ser roubada, pegar uma doença incurável, ou não conseguir dormir.
O grande problema é que, sem tratamento ou acompanhamentos a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se, as obrigações tendem a aumentar e caso a pessoa viva com outros na mesma casa pode se tornar um grave problema de convivência.
Comumente as obsessões são notadas com excesso de limpeza, conferência, contagem, organização, simetria e etc…
No mundo todo milhões de pessoas são acometidas pelo distúrbio, variando em grau e intensidade.
Ainda hoje é difícil estabelecer as causas do TOC, mas acredita-se que boa parte vem da genética, ou seja, outro membro da família apresenta os mesmos sintomas. O que se sabe é que existe um problema de comunicação entre as áreas do cérebro, ligadas a serotonina.
O tratamento pode ser feito através de medicamentos, ministrados por psiquiatras, que são os mesmos utilizados para o tratamento da depressão, acompanhado de terapia comportamental.

O resultado do tratamento vária de acordo com a intensidade do problema, contudo é sabido que o efeito dos medicamentos é mais lento do que nos casos de depressão e o tempo estimado para a terapia vária até aproximadamente 6 meses de tratamento.

Depressão

Apesar de até hoje muitas pessoas confundirem depressão com frescura, depressão com estado depressivo, depressão com tristeza e tantas outras coisas, na verdade depressão é uma doença, muito séria e que precisa ser tratada, como qualquer outra.

Segundo a OMS cerca de 5% da população mundial sofre desse mal e muitos não sabem que são doentes ou não procuram ajuda.

A Depressão causa alterações químicas no cérebro e seus sintomas mais comuns são tristezas sem motivo aparente, irritabilidade, angústia, cansaço, desinteresse e etc…

Mesmo que existam várias coisas para fazer, para se distrair nada parece ser bom e não existe vontade de fazer nada. Tudo parece muito cansativo, muito difícil e o que antes era prazeroso, se torna algo que não chama mais a atenção.

Em determinado momento, a depressão causa ausência total de vontades e desespero. O Indivíduo não quer ficar em casa, mas tampouco quer sair, não quer ler um livro, nem ver um filme, nem acessar a internet, muito menos conversar com alguém.

Claro que existem situações transitórias em que os casos acima são comuns, em questões de luto, perda de um amor, um emprego, ou qualquer outra dificuldade, mas para esses casos o tempo e as pessoas próximas são a cura.

Para a depressão, de início, a psicoterapia é a porta de entrada para a cura.

Em muitos casos, a terapia pode ser suficiente, ajudando o individuo a enxergar as situações que o levaram a este estágio e consequentemente tentar reverter a situação através de conversa e acompanhamento.

Quando apenas a terapia não é suficiente, passa ao atendimento psiquiátrico. O que obviamente não significa loucura, nem insanidade nem um problema social.

O Psiquiatra poderá receitar medicamentos para que as reações químicas cerebrais possam ser feitas de forma a passar passageiramente o desinteresse e a apatia.

Isso não significa o abandono ao trabalho psicoterápico, pois o objetivo será sempre trazer de volta o indivíduo a sua realidade normal, sem que para isso ele precise de medicamentos para o resto da vida.

 

Se você tem estes sintomas, sem ter motivo aparente, não pense duas vezes, procure ajuda e volte a viver melhor.

A Importância do Medo

Talvez você nunca tenha ouvido falar da Doença de Urbach-Wiethe, mas além de rara, é uma doença extremamente perigosa. Ela não mata por si só, não causa deformação ou aparência física, mas expõe terrivelmente aqueles que a possuem.

A doença de Urbach-Wiethe deixa o indivíduo com ausência de medo, ou seja, ele perde a noção do que é perigoso ou dos riscos que pode correr. E ainda se agrava por gerar uma curiosidade exacerbada no indivíduo, o que o expões a situações que podem ser bastante arriscadas.

Há quem diga que corajosos são aqueles que não temem, mas isso é uma bobagem. Ter coragem é bem diferente de não ter medo. Você pode ter coragem para subir uma montanha e saltar de asa delta, mas você pode ter medo de fazer isso também, ou seja, checar todos os equipamentos de segurança, estar acompanhado de um guia e fundamentalmente, ter a exata noção do risco que corre.

Você pode precisar sair de casa durante à noite, mas não vai colocar seu melhor relógio, deixar a carteira cheia de dinheiro, ou até mesmo deixar seus originais de documentos em casa. Pois sabe que infelizmente vivemos em um país tão inseguro que um assalto é uma possibilidade alta.

Quem não tem medo, acha que nada de errado pode acontecer e precisa ser acompanhado de perto, pois a tendência é que se machuque, que seja machucado por alguém.

O Medo é fundamental, até mesmo por estarmos aqui. Pois se o homem não tivesse medo, teria sido destruído há muito tempo. A proteção, o cuidado, o receio, a atenção , são frutos do medo. Medo que nos protege, nos deixa alerta, nos da força, libera adrenalina, salva a nossa vida.

Ter excesso de medo é também patológico, é também perigoso, pois pode-se criar um caso de depressão, mas não ter medo nenhum, é ainda pior.

Equilíbrio, essa sempre é a palavra…